Por a 9 Dezembro 2020

Um armazém nas mãos de um artista plástico e de uma designer de interiores. Boas doses de criatividade e muito poucos limites. A transformação está à vista.

Fotografia de Maarten Willemstein

Esther Stam, fundadora e diretora criativa do estúdio de arquitetura de interiores Studio Modijefsky, com sede em Amsterdão, imaginou o melhor de dois mundos para o seu cliente, Frederik Molenschot. Também ele artista, plástico, percebeu de imediato o potencial deste lugar a que viria a chamar de lar.

Um prédio com grande carácter que funcionou como uma tela em branco, um armazém totalmente aberto, com acabamento em cimento, dividido por fileiras de janelas. Aquilo que parecia uma grande vantagem tornara-se também num enorme desafio!

Frederik pretendia que o prédio funcionasse como uma oficina e, em simultâneo, como sua casa, onde ele pudesse realizar eventos com o mesmo conforto de quando estivesse a relaxar sozinho.

Juntamente com Esther decidiram criar um segundo andar de forma a que o piso térreo funcionasse como área de trabalho, escritório, cozinha e casa de banho, enquanto por cima, teria uma segunda cozinha e casa de banho, dois quartos, sala de estar, galeria e lavandaria.

O pavimento em carvalho permite uma luminosidade singular no imóvel cuja paleta neutra foi pensada para receber muitos objetos pessoais do artista transformando-se facilmente numa galeria.

A cozinha funciona como se fosse parte da galeria sempre que Frederik organiza eventos, incluindo grandes jantares. Possui bancadas de aço inoxidável e uma ilha feita de chapas de latão envelhecido, com alças de bronze, um resultado que intensifica o mood industrial deste espaço. Duas das aberturas da chaminé originais ficam acima da cozinha e da área de estar, maximizando a luz durante o dia.

Elementos como o lustre feito de um caiaque virado para baixo adicionam calor e personalidade a esta cozinha original. A pequena área de estar adjacente transmite uma sensação maior de aconchego, e o sofá de couro junto à lareira ajuda a esse objetivo.

Uma mesa suíça “Magic Box” de meados do século XX, da Mummenthaler & Meier, abre-se para revelar as fileiras de prateleiras da sala de estar. Neste espaço há um fogão Bullerjan e lenha para as noites mais frias. 

O quarto tira partido da altura do teto e as janelas dão visibilidade a uma grande árvore. Algumas destas janelas foram desenhadas por Esther como caixas de luz, usando um suporte de plantas vintage para servir de pano de fundo à arte viva (vinda da rua), dando ao quarto uma visão da floresta quando o artista estiver deitado na cama. A mesa de cabeceira da Pastoe foi projetada por Cees Braakman.

Na casa de banho, os mosaicos cobrem as paredes e o chão, o que permite que um armário de carvalho personalizado com tampo de mármore e um lavatório revestido de pó metálico brilhem. Destacamos a forma como enfatizaram a altura dos espaços colocando espelhos muito altos acima dos lavatórios.

Um espaço semelhante a uma varanda foi o local ideal para receber uma banheira vitoriana debaixo de uma janela de teto que permite observar as estrelas enquanto se toma banho. O que existe à volta é um verdadeiro oásis de plantas.

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