Por a 29 Março 2023

O pavimento original deu o tom ao projeto assinado pela arquiteta Isabella Lucena. A decoração, marcada por materiais naturais e uma paleta de cores claras, destacam as formas orgânicas com texturas aconchegantes. Uma remodelação com um orçamento curto mas ampla em soluções.

Projeto: Isabella Lucena / Fotografia: Lilia Mendel

Esta é uma história como tantas outras. Um jovem advogado de 31 anos, teve de deixar o seu apartamento e resolveu alugar este, com 100 m2, para morar sozinho. Antes da mudança, quis fazer uma remodelação e pediu ajuda à arquiteta Isabella Lucena. Como o apartamento era alugado, o orçamento era também mais curto, mas esse constrangimento não ditou um resultado menos satisfatório.

Retrato do morador e da arquiteta

O primeiro pedido do cliente foi o de integrar a cozinha com a sala, conta a arquiteta. Na prática, a remodelação promoveu muitas alterações ao apartamento original: uma casa-de-banho e um quarto deram lugar à nova cozinha, por exemplo, que acabou mesmo por ser integrada à sala de estar.

Segundo Isabella, o pavimento em pedra São Tomé encontrado no apartamento deu o tom do projeto, direcionando-o para um estilo marcado por materiais naturais, por uma paleta de cores em tons leves como cru, areia e off white, formas orgânicas com texturas aconchegantes e madeiras naturais para contrastar com a pedra do pavimento.

A decoração foi praticamente toda nova e segue um estilo que valoriza a simplicidade, os  materiais naturais, tons leves, luz natural e o design brasileiro. Como a ideia era criar uma área social mais fluida, a arquiteta optou por um layout circular com móveis de formas orgânicas, a exemplo do sofá Peeble, assinado pelo designer Daniel Coutinho, e das mesas de centro Concrete e poltronas giratórias Serena – criações do Estudiobola. Apenas a poltrona de leitura com pufe, da Carbono Design, que antes era estofada em azul, foi trazida do antigo apartamento e estofada novamente em pele natural para se adequar melhor ao projeto. Os armários embutidos que já estavam no apartamento foram mantidos e restaurados.

A área social foi dividida em sala de estar com cozinha integrada, sala de jantar na “varanda” integrada e sala de televisão e leitura aberta para a sala de estar. Para criar um espaço de leitura na sala de televisão,  que não parecesse espremido num canto, a arquiteta elevou o piso em alvenaria entre o sofá e a janela, e colocou um degrau de acesso, pintando ainda este “volume”. Uma ideia que, explica, acabou por criar mais lugares para ver televisão quando existe essa necessidade. 

Um quarto que existia nos fundos foi transformado na suite do morador a partir da integração da única casa-de-banho que existia no corredor. O antigo armário foi mantido, restaurado e pintado de verde, e ganhou puxadores pretos. Desenhada pela arquiteta, a cabeceira da cama foi executada em madeira com acabamento em freijó natural.

Já o outro quarto foi transformado num escritório, que pode também ser usado como quarto de hóspedes. Como a arquiteta precisava de um fundo visualmente interessante para as lives e entrevistas eventuais do cliente, a bancada de trabalho foi posicionada na varanda, voltada para a janela, e uma estante para livros foi projetada ao fundo, na criando assim um walk-in closet. 

A destacar no projeto, a arquiteta evidencia a cozinha e enumera o teto curvo em gesso (feito com placas em molde para disfarçar a diferença entre o teto e a altura da viga muito baixa que divide a cozinha da sala); o espelho feito sob medida com moldura em serralheria (criado para ampliar a cozinha, dar profundidade e ressaltar a curva no teto) e a bancada em quartzo branco com um desenho curvo na extremidade

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