Por a 28 Dezembro 2022

A ideia para o projeto desta casa aconteceu um ano antes da designer de interiores Raquel Triboni e o marido a encontrarem. Aconteceu quando o casal se hospedou num dos seus hotéis preferidos, onde uma estante cheia de livros dominava o espaço. E, assim, a estante de cinco metros de altura foi o ponto de partida para a sua nova casa.

Texto: segundo a memória descritiva / Fotografia: Marco António / Produção: Manu Figueiredo

Ao longo dos 350m2 de área, onde convivem a ‘master suite, o espaço de estar com um pé direito de cinco metros e generoso em luz natural, e a cozinha, vive-se um ambiente clássico, modernista e com um toque contemporâneo. Toda a mistura de estilos que aqui flui tão bem, serve um casal sem filhos, marido e mulher amantes do desporto e das viagens, da culinária e da arte.

A história da sua nova casa, com projeto da própria Raquel Triboni, nasce muito antes de encontrarem o espaço. Nasce quando visitam um dos hotéis onde gostam de ficar a dormir, cuja sala é dominada pela estante cheia de livros, e pela lareira e as poltronas vintage. “Era essa história que queríamos contar na nossa casa”.

Assim, a estante preta lacada de cinco metros, com lareira em pedra na base, foi o ponto de partida de tudo. Todo o layout da casa foi inspirado a partir dessa peça, da sua simplicidade acolhedora mas também da sofisticação e autenticidade. “Além da estante como destaque, também tínhamos algumas peças de mobiliário importantes da década de 40 e 50, de um dos meus artistas preferidos, Jean Prouvé”, conta Raquel.

“Modernista, Prouvé usava o conhecimento em tecnologia industrial nas suas criações, uma referência internacional do designer. Hoje, com a cooperação da família Prouvé, a Vitra produz as suas reedições”.

A partir daí, o desafio foi unir tudo isso à ideia de um apartamento acolhedor, moderno e que reflita quem ali habita e o seu estilo de vida.

“O preto predominante na estante, no painel e na cozinha trouxe um pouco do clássico a este ambiente minimalista com muita luminosidade; as janelas, do chão ao teto nos quase 180 graus do espaço de estar, refletem muita luz natural durante todo o dia”. Neste espaço, há ainda lugar para alguns achados em velharias, das décadas de 50 e 60, peças de mobiliário que contam histórias e imprimem uma identidade e exclusividade especiais ao projeto.

“A nossa história e a minha essência estão em todos os cantos da nossa casa, um projeto de realização pessoal e, principalmente, profissional”.
Mas até chegar ao resultado final, houve algum trabalho de arquitetura, nomeadamente com a integração da zona de estar com a varanda de modo a ampliar o espaço, aproveitando a luz natural que tal proporcionou.

“Foram ainda colocadas esquadrias móveis que se abrem totalmente, proporcionando a integração do living com o ambiente externo”.
Tanto a zona da copa como as duas portas que davam para a sala e varanda foram removidas, e com esta ampliação o espaço foi transformado em cozinha. “Coloquei uma porta camarão em metal e vidro para maior privacidade, sempre que necessário, e tal possibilita abrir e integrar os dois ambientes. Por último, transformei dois quartos e as três casas de banho numa única grande suíte, que ainda inclui dois closets e duas salas de banho – uma para ele e outra para ela. Além disso, fechámos a varanda do quarto e transformamo-la num escritório para trabalharmos durante a pandemia”.

A marcenaria, as peças reaproveitadas e as de design, a cozinha preta, contemporânea e funcional, que imprimiu muita personalidade ao apartamento, a iluminação e a cristaleira são alguns dos pontos de destaque. Da mesma forma, são-no a casa-de-banho feminina, a preto e branco, clássica, minimalista e bem iluminada. “Reflete muito a minha personalidade, é o meu lugar de descompressão e de recarregar as energias”

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