Por a 14 Dezembro 2021

Com 3200 metros quadrados que se debruçam sobre Brooklyn e Manhattan, o Loft assinado pelo estúdio Worrell Yeung foi inspirado pelas vistas que oferece, e materializado num equilíbrio entre o estilo industrial e um luxo minimal.

Arquitetura e design de interiores: Worrell Yeung / Fotografias: Alan Tansey

O estúdio de arquitetura e design sedeado em Nova Iorque – Worrell Yeung -, concluiu a remodelação e design de interiores de um Loft com 3200 metros quadrados, no edifício Clocktower, localizado no bairro de DUMBO (Down Under The Manhattan Bridge Overpass). O bairro que há alguns anos era visto como uma zona de passagem e quase impercetível reinventou-se, e hoje é palco de inúmeras galerias de arte, lojas, restaurantes e apartamentos sofisticados.

Todo o conceito de design do “4 Corners Loft”, foi inspirado pelas vistas panorâmicas que oferece de Brooklyn e Manhattan e resultou em dois volumes internos que congregam em si a organização do programa, permitindo um espaço ao longo de todo o perímetro que aproveita as quatro exposições expansivas do horizonte.

O volume principal foi revestido com painéis de carvalho branco que foram moldados para criar um padrão vertical inclinado e que inclui a zona de entrada, casas-de-banho e um bar, escondido por detrás de um conjunto de portas que nos levam às suítes. Os espaços dentro deste volume principal caracterizam-se pelo uso de materiais escuros e detalhes mínimos, contrastando com o exterior do mesmo.

O segundo volume, longo e horizontal, acolhe a cozinha que se apresenta com acabamentos em materiais de tons claros e mármore. Embora seja revestido por painéis também em carvalho, como o do volume principal, apresenta uma textura em ripas que conferem um ritmo diferente.

Os dois volumes têm semelhanças ao nível da materialidade, contudo, as diferenças subtis e as escolhas para cada um dos espaços que acolhem divide-os de acordo com identidades distintas.

Max Worrell, explica: “Queríamos que a zona de entrada fosse escura e íntima, de forma a que criasse um momento de pausa antes das vistas deslumbrantes sobre Manhattan. Também por isso, as paredes do perímetro são brancas e as molduras das janelas escuras, para reduzir o brilho e enquadrar”.

Contrapondo o quente dado pelos volumes revestidos a painéis em carvalho, foi colocada pedra, tanto no pavimento do terraço como na ilha monolítica da cozinha. Jejon Yeung destaca as qualidades táteis deste material e a oportunidade que dá de ser esculpido, sublinhando também a utilização do mármore em outras zonas do Loft.

O teto em betão e a estrutura de armazém estão expostos em todo o apartamento, no sentido de destacar a crueza mas também a textura do edifício, equilibradas pelo uso de materiais mais quentes e linhas minimalistas nos novos elementos.

Yeung conclui: “o edifício onde está integrado o Loft foi um dos primeiros em betão armado e chegou, na época em que foi construído a ser o mais alto. Queríamos por isso destacar as vigas e as colunas, mas num jogo de equilíbrio onde materiais mais finos e de alta qualidade também se integrassem”.

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