Por a 13 Abril 2018

Outrora uma loja de penhores, hoje uma casa cheia de luz e boa energia, habitada por um jovem casal que tem no seu ADN um gosto natural por peças de autor, acessórios exclusivos, a cor e a sua combinação graciosa e muito feliz.

Fotografia: João Bessone

O apartamento, com cerca de 120m2, é um rés-do-chão alto, da parte da frente, com jardim decorado por árvores de fruto, nas traseiras, que abraça sala e cozinha e ainda assim oferece uma área 80m2, generosa quanto baste. Tais condições, considerando a sua centralidade, numa zona nobre de Lisboa, fazem desta casa um segredo bem guardado, um refúgio onde não falta a dose certa de luz natural, com áreas amplas, decoradas com peças trazidas, na sua maioria, de Londres, cidade onde o casal habitou, outras compradas online e em Portugal, e alguns exemplos da criatividade nacional, visível nas obras de fotografia que aninam paredes, cerâmicas e algum mobiliário.

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Do projeto de renovação de interiores, da autoria do arquiteto Gonçalo Frias, destaque-se a preservação de chão e paredes, entretanto embelezados. A sala foi aumentada e é hoje espaço comum, albergando zona de refeições e de estar. Nos 120m2 cabem esta sala partilhada, os dois quartos, do casal e do bebé, a cozinha, sobre o comprido, e com acesso direto ao jardim, e duas casas de banho.

Todos os revestimentos da casa são novos, assim como as portas pivotantes. Algumas têm guardas de vidro, que promovem a entrada de luz natural.

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Através do corredor da casa alcançam-se, em dois sentidos, a zona dos quartos e a sala e a cozinha. Neste corredor existem duas portas de acesso às casas de banho. Uma branca e outra verde, algo exíguas mas suficientes em área para as tarefas diárias. Na verde, destaque para a fotografia de Carolina Pimenta . Ainda no hall, o nosso olhar vai para os pequenos cabides Parallelogram, em madeira azul, da Umbra shiftts, pelo estúdio Early Work. Um apontamento curioso. Ao fundo do corredor, o móvel turquesa, adquirido no Etsy, atesta a paixão pela cor.

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Da cozinha, com móveis Ikea, onde saltam à vista as cadeiras da mesa resgatadas de um restaurante mexicano em Londres, entretanto desativado, chegamos ao jardim, convidativo, sempre que o tempo o permita, para refeições ao ar livre.

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Na sala comum, destaque para a conjugação global das peças, de maior e menor porte. No chão, junto ao sofá amarelo torrado, o tapete branco é d’ A Vida Portuguesa e a cama preferida da cadela Amália. Aliás, um e outra confundem-se nos seus tons off-white. Sobre este, mesa de apoio do Cabana Studio desenhada por Mircea Anghel, e a primeira peça que o designer e artesão fez. Cadeiras de braços da Area, sofá amarelo torrado comprado em Londres.

Nesta área há ainda vários detalhes nos quais nos detemos, nomeadamente o baú junto a uma das janelas encimado pelo vaso com flores, o conjunto de gravuras de animais na parede, da londrina Graham and Green, a mesa de apoio, os candeeiros-gaiola decorados com pássaros, da empresa da Estónia Kekoni, as fotografias de Carolina Pimenta, a escultura sobre a mesa do estúdio Pedrita, entre outros. Tudo escolhido com rigor, mas arrumado de forma encantadora. Há até uma certa nota de humor na forma como estas peças, nas suas variadas formas, texturas e cores foram dispostas.

Na zona reservada às refeições, a mesa e as cadeiras são da Area. O tapete rosa foi comprado na Anthropologie. De novo, a atenção dirige-se para o móvel pintado de amarelo, adquirido à loja de penhores e sujeito a algum trabalho de recuperação.

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De novo no corredor acedemos ao quarto do recém-nascido, com belíssimo papel da Murals Wallpaper a revestir a parede onde encosta o berço em bambu da Swit, marca portuguesa. Neste quarto mimoso há ainda espaço para o móvel com gavetas do Ikea, com intervenção feita pelos donos da casa (foram mudados puxadores e tampo), os acessórios da Bon Ton (Paris) e o cabide, que adoramos, da Kekoni. A fotografia é da autoria do dono da casa.

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No quarto de casal, cama, espelho e móvel Area, manta azul sobre a cama da Vida Portuguesa e na parede alguns trabalhos curiosos, nomeadamente a colagem assinada por Sergei Sviatchenko.

Estamos de saída, mas com pena, porque está-se bem aqui e a sensação é a de termos feito uma pequena viagem por ruas de cidades tão excitantes como Londres ou charmosas como Paris, e descoberto uma mão-cheia de boas ideias.

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