Com projeto de arquitetura do arquiteto César Machado Moreira e interiores do Anantique Studio, esta casa em Lordelo do Ouro, na zona de Serralves, evidencia um estilo eclético, reflexo da essência e histórias dos seus habitantes.
Fotografia: Cláudia Rocha; Texto: Isabel Figueiredo
“A nossa casa deve ser o reflexo de quem somos, expressar a nossa essência, a nossa história. Sou uma apaixonada por viagens; adoro vasculhar feiras de velharias, em busca de peças com história e da possibilidade de as restaurar, recriar ou simplesmente deixá-las mostrar que o tempo passou por lá; gosto de peças artesanais, que preservam conhecimentos antigos, sujeitos a desaparecer, se não forem recuperados e valorizados”, assim inicia a conversa Ana Bessa, que assina o projeto de interiores da casa.





Por tudo isto, prossegue, o estilo que melhor define o que aqui encontramos, é eclético. Palavra que aqui cabe como uma luva. Que aqui tem tanto sentido. Uma mistura de industrial – observado no programa de plano aberto, nas grandes portas de vidro, e em matérias-primas como ferro e microcimento –, de ‘vintage’, “com várias peças recuperadas por mim”, mas também de escandinavo e de étnico, “essencialmente de Marrocos, do Mali e da Turquia”, entre outros.


E neste ambiente heterogéneo, continua, “ressaltam também valores de sustentabilidade, em que acredito, sem perder de vista um ambiente intemporal, harmonioso e acolhedor”.


Por ter vivido uns anos em Lisboa, frequentou, entusiasticamente – “e porque sempre gostei muito de móveis antigos” –, a oficina de restauro e reciclagem do Artlier, uma escola de artes e ofícios. “Queria partilhar com o mundo esses meus trabalhos e por isso criei, em 2014, um blogue, o Anantique – Coisas com Alma”, conta-nos. “Curiosamente, ou talvez não, o nome Anantique (Ana + Antique) surgiu de um passeio pela Feira da Ladra”, em que se apaixonou por um original e antigo “A” vermelho, em chapa, que se exibe hoje no hall de entrada desta casa.


Desde sempre uma apaixonada por decoração, Ana estudou design de interiores, na Lisbon School of Design, já a residir no Porto, aproveitando uma janela de oportunidade que se iniciou com a licença de maternidade.



Assim, paralelamente à sua atividade como farmacêutica, no mundo corporativo, desenvolve projetos de design de interiores, em ‘part-time’ e essencialmente online, com o Anantique Studio.

“Uma das coisas que mais me encanta é o efeito surpresa suscitado, para quem aqui entra pela primeira vez. Ao passar nesta rua estreita não se imagina todo o espaço que se desenrola para lá da fachada e que termina com o jardim”.


É uma casa estreita e comprida, mas muito luminosa, graças à forma como foram criadas as entradas de luz, oferecendo três espaços exteriores: o terraço, no último piso, a que se tem acesso pelo escritório; o jardim, alcançado pela sala de estar; o pátio interior, entre a cozinha/sala de jantar e a sala de estar, inteiramente revestido a madeira e com grandes portas de vidro.


“Este último espaço, para além da função prática, porque é muito usado para refeições, permite a continuidade entre todas estas divisões e o jardim, porque quem está na sala de jantar consegue avistar a sala de estar e o jardim através dos planos de vidro e tem a perceção de uma área muito ampla”.
Aqui dentro, todas as peças, seja qual for a sua proveniência, falam entre si. “O que mais me agrada, é esta mistura improvável, mas harmoniosa, de peças, que encerram em si próprias uma história, ou que contam a nossa, conjugadas com outras, contemporâneas – uma simbiose acolhedora entre o novo e o velho”. São várias as peças ‘vintage’, algumas delas em que tropecei acidentalmente, na rua ou em feiras de velharias”, e por si recuperadas. É o caso de uma das mesinhas de cabeceira ‘art déco’ e da cómoda da suíte principal ou da cadeira do hall de entrada.


“A mesa de apoio ao sofá foi feita por mim, a partir de uma rodela de um tronco de castanheiro, árvore que encerrava uma história bonita na família. O holofote de teatro da sala de estar, Bardwell & McAlister, iluminou palcos em Hollywood, nos anos 60 e foi comprado num leilão. O banco de carpinteiro provém de uma antiga carpintaria”, aponta.
A estas, juntam-se peças de design, como o aparador da Olaio, o antigo modelo Caravela, mas de produção recente, as cadeiras da mesa de jantar nórdicas ‘midcentury’, de Th. Harlev, o cadeirão de madeira e corda preta, na sala de estar, peça contemporânea da dinamarquesa Godsk Snedkeri, os candeeiros de mesa do hall de entrada e de pé, de apoio ao sofá, do designer espanhol Miguel Milà ou a mesa da sala de jantar do designer Christian Haas, da Wewood.
São, também, muitas as peças de família – jarras, louças e pequenos objetos e refere, como bom exemplo, o gato de porcelana, na entrada de casa, peça que está na família há mais de 100 anos. Conta-nos que foi por ele que a primeira palavra que o pai disse foi “gato”.
Os pais sempre foram grandes apreciadores de pintura, “por isso ofereceram-nos quase todas as obras que temos. Algumas, como as do hall de entrada, vieram de sua casa.
O pescador, de Hipólito Andrade, tal como acontece aqui, era o primeiro quadro que eu via ao entrar na casa onde sempre vivi com eles”. Os tapetes da entrada, trazidos de Marrocos e da Turquia, a escultura em madeira no mesmo espaço, que é, na verdade, uma escada da tribo Dogon, do Mali, os potes de terracota com plantas, todos de Marrocos, bem como o tampo de ladrilho, também em terracota, da mesa do pátio interior, e, no móvel da sala de estar, a peça arredondada – um batedor usado pelas tribos berberes do norte de África para transformar o leite em manteiga –, atestam a preferência pela combinação inteligente que apenas uma mente curiosa consegue compor.
No que toca aos materiais, convivem o pavimento em microcimento, o vidro e o ferro. As paredes, com reboco pintado de branco, estabelecem um diálogo muito interessante com as carpintarias lacadas de cinza e com detalhes em pinho.
“No fundo, os materiais simples, depurados, fazem sobressair a natureza dos espaços exteriores e favorecem a boa iluminação natural”, comenta. “Nas áreas privadas dos pisos superiores optámos por pavimento em madeira de riga”.
Estes materiais articulam-se com as texturas naturais e orgânicas das peças e têxteis escolhidos para a decoração, como as madeiras cruas, o bambu, o sisal, o linho ou a lã. “Gosto de texturas simples, de materiais que envelheçam bem e em que a imperfeição é bem-vinda. Tento, o mais possível, seguir uma ótica ‘SLOW’: Sustainable – Local – Organic – Whole, porque acredito em design de interiores mais assente em valores de sustentabilidade.”
O programa em ‘open-space’, com exceção das três suítes e da casa-de-banho social, desenvolve-se em meios pisos. O hall de entrada e garagem alojam-se no piso térreo. Subindo o primeiro lanço de escadas, fica a área social, sala de jantar/cozinha, lavandaria, pátio interior, sala de estar e jardim com piscina. No meio piso seguinte fica a zona das crianças, com duas suítes e uma área de biblioteca e cantinho de brinquedos. Para o outro meio piso foi destinada a suíte principal, com closet e, por fim, no último meio nível, fica o escritório e um terraço.
No total, somam-se aqui 283m2 de área interior, a que se juntam os 145m2 de jardim. Tudo bem estudado, organizado e ponderado, mas sempre com fator ‘wow’ à espreita a cada esquina.
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Loader Monteith; Fotografia: Dapple Photography
Quando Eilidh e Roddy consultaram os arquitetos sobre este projeto, a equipa teve de avançar para um trabalho de campo, o mesmo é dizer, fazer pesquisa. "Munidos com uma série de imagens evocativas que apelam ao calor e ao tato, os nossos clientes sabiam bem o que queriam ter como resultado. O seu apartamento térreo, que consiste numa parte de uma villa georgiana, tinha a cozinha localizada numa projeção de um andar no jardim das traseiras. Parecia desconfortável, estava desligada do resto da propriedade num espaço surpreendentemente escuro".

A sala de jantar - um espaço bem proporcionado com um pé direito alto clássico e cornija ornamentada - era pouco mais do que uma via para a cozinha, e o percurso tortuoso para o corredor através do lobby exacerbou ainda mais esse facto.


O plano? Criar um espaço adequado à vida do casal, sendo a cozinha o coração e a alma da casa.

"Propusemos que a cozinha fosse 'puxada' para o centro do apartamento, para a antiga sala de jantar, com uma porta que dava diretamente para o hall – tornando este espaço o centro de convívio da casa".

"Essa mudança de acesso permitiu que pudéssemos criar uma despensa no antigo espaço da entrada, numa extremidade da cozinha. O teto, dentro daquele anexo do jardim, foi removido para expor as vigas e estrutura do telhado e assim consegumos introduzir mais luminosidade".

Os peitoris das janelas foram retirados e um foi formado um novo conjunto de janelas sem moldura por forma a ligação com o jardim - criando uma sala iluminada. Adjacente à porta das traseiras, foi proposta uma área utilitária para alojar as máquinas de lavar roupa, a caldeira, e arrumar os casacos, as botas e outras peças do dia-a-dia, as habituais 'desordens' associadas à vida familiar. Tal criou uma divisão aberta e natural entre a sala de estar e a cozinha.

"Materialmente, queríamos usar uma paleta simples que fosse ao encontro das imagens originais que Roddy e Eilidh nos trouxeram. Eles tinham encontrado um pavimento muito bonito, de faia, recuperado, e nós sugerimos que fosse complementado com azulejos Bert e May".

A bancada de cimento da cozinha foi feita por Billy Teasdale e vai ao encontro das fachadas pintadas de azul escuro. Os materiais adicionaram calor visual e tornaram o antigo espaço numa casa agora projetada para viver, mesmo à medida do estilo de vida de Eilidh e Roddy.
[post_title] => Remodelar: a nova casa de dois colecionadores em Glasgow [post_excerpt] => [post_status] => publish [comment_status] => closed [ping_status] => closed [post_password] => [post_name] => remodelar-a-nova-casa-de-dois-colecionadores-em-glasgow [to_ping] => [pinged] => [post_modified] => 2022-10-14 08:59:27 [post_modified_gmt] => 2022-10-14 07:59:27 [post_content_filtered] => [post_parent] => 0 [guid] => https://urbana.com.pt/?p=80846 [menu_order] => 0 [post_type] => post [post_mime_type] => [comment_count] => 0 [filter] => raw ) [2] => WP_Post Object ( [ID] => 80692 [post_author] => 22 [post_date] => 2022-10-05 17:24:52 [post_date_gmt] => 2022-10-05 16:24:52 [post_content] => É já uma das coleções mais aguardadas do ano, fruto da mente criativa da conceituada designer britânica de 82 anos, fabricada pela Gainsborough, que produz alguns dos melhores tecidos para decoração de interiores do mundo. Fotografia: Alun Callender O-Gee Whiz e Fabulous Frills são dois tecidos exuberantes e fazem parte da ‘The Britannia Collection' pela grande Zandra Rhodes para a conceituada Gainsborough, segundo práticas tradicionais de tecelagem, em teares históricos no moinho de Gainsborough, em Suffolk. Ambas as propostas incorporam o estilo de assinatura de Zandra de padrões e impressões livres, bem como o uso de cores ousadas e cativantes. [caption id="attachment_80698" align="aligncenter" width="1000"]
Zandra Zhodes; fotografia para a Gainsborough por Alun Callender[/caption]
Para tal, Zandra apresentou uma série de desenhos iniciais, pintados à mão, desenvolvidos especialmente para Gainsborough, e trabalhou em estreita parceria com a equipa da marca inglesa, conduzindo uma investigação aturada ao glorioso arquivo de design da marca e explorando os mais intrincados processos de produção, até chegar aos desenhos finais.
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Como resultado, ‘The Britannia Collection' encerra na sua riqueza tanto o artesanato como o design têxtil britânico, e um estilo decorativo contemporâneo tão adequado aos interiores de hoje.
O-Gee Whiz apresenta uma nova e vibrante visão do padrão Ogee, combinando o padrão tradicional com o design de quatro pétalas da margarida de Zandra, organizado em linhas sinuosas destas flores que acentuam a forma decorativa de Ogee. Tecido em tons alternados, com uma elegante aparência diagonal, O-Gee Whiz está disponível em quatro cores: Green Jewel, Aster, Echinacea e Corn ower.
Fabulous Frills, com base no desenho clássico Wiggle de Zandra, em forma de miniatura, apresenta linhas onduladas incrivelmente exageradas e com folhos que percorrem o comprimento do tecido, até explodir em redemoinhos dramáticos. Disponível numa gama de maravilhosos tons pastel, e ainda no icónico cor-de-rosa Zandra, desdobra-se em Roman Rhode, Ice Rhode, Yellow Brick Rhode, Dusty Rhode. Procure na Pedroso&Osório.
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Zandra Zhodes fotografia para a Gainsborough por Alun Callender[/caption]
Who’s that girl?
Formada pela Royal College of Art (1964), desenhou a sua primeira coleção de moda cinco depois e, desde aí, passou a vestir celebridades como Diana, a Princesa de Gales, Freddie Mercury ou Marc Bolan. Zandra Rhodes, figura de proa da indústria da moda do Reino Unido há cinco décadas – celebrou o 50º aniversário da sua carreira na moda em setembro de 2019 com uma exposição retrospetiva no Fashion and Textile Museum, intitulada ‘Zandra Rhodes: 50 Years of Fabulous’ e um livro –, ganhou notoriedade como designer de padrões combinando o gosto por tecidos delicados e cores que resultaram numa estética de assinatura que é, sem dúvida, única e resistente ao teste do tempo. Pioneira homónima do cenário da moda britânica e internacional desde o final dos anos 60, na sua carreira Zandra já colaborou com marcas como Valentino, Topshop e Mac Cosmetics. Em 2021 viu o lançamento de Zandra Rhodes x IKEA; este ano é a vez de Britannia Collection para a conceituada Gainsborough.
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Numa típica rua de Marvila, designada Afonso Annes Penedo, nasce o Atelier. Dotado de uma fluidez especial, é um projeto que surge integrado na malha urbana característica da zona, com a sua ligação aos armazéns e à indústria. Porém, destaca-se pelas originais fachadas que invocam a leveza dos barcos e do Tejo, ali tão perto.
No bairro historicamente ligado à indústria, cujo desenvolvimento nos últimos anos é de assinalar, entre o azul do Tejo, a luz de Lisboa e as antigas chaminés das fábricas, Marvila assume-se como o lugar onde viver e descansar. À semelhança de Meatpacking District ou Shoreditch, em Marvila encontramos galerias de arte, restaurantes e numerosos espaços culturais, onde até há poucos anos floresciam diversas indústrias, do vinho, açúcar, fósforos ou sabão. E é aqui, neste bairro da Lisboa de colinas e parques, de ruas estreitas e monumentos, de miradouros e avenidas modernas, que o Atelier se ergue.
Marcado pela forte inspiração industrial, o edifício é facilmente reconhecível por diversos motivos: através da fachada, da disposição do interior das casas, pelas dimensões da sala que remetem para uma atmosfera de loft e, claro, pela inspiração do bairro em que se insere.
A luz de Lisboa é a principal convidada nas casas, que entra sem rodeios pelas fachadas nascente e tardoz, num jogo muito gráfico e particular de luminosidade e privacidade, de luz e sombra. A casa é o espaço privilegiado de cada um de nós, onde nos recolhemos e onde recebemos e, nesta dialética constante da vida, a flexibilidade de opções oferecida pelo Atelier é um privilégio.
Nos três andares que constituem o edifício, coexistem várias tipologias, o que permite que diversas vivências familiares se adaptem facilmente ao Atelier. O edifício divide-se em oito apartamentos, dois em cada piso, e em cada casa é possível ter uma experiência de vida única, sempre com a ligação ao exterior.
Cada um dos oito apartamentos foi equipado com uma grande sala, ao estilo loft, partilhada com uma luminosa cozinha, onde o sol entra pelos dois lados. É uma sala que se assume como espaço social, como lugar de confluência de toda a dinâmica da casa, numa fluidez que nunca descura a privacidade e o estilo de vida de quem nela habita.
Nos dois apartamentos do piso térreo coexistem duas realidades que se complementam; uma generosa varanda na fachada principal que permite o acesso direto à casa, criando uma estreita ligação ao bairro e à comunidade envolvente, e um jardim privativo (comum a cada uma das casas) com 100 metros quadrados na fachada tardoz. Mais uma vez o Atelier espelha nesta particularidade o seu equilíbrio na ligação entre o privado e a comunidade.
Em todos os outros pisos, esta ligação é reforçada através do que é visto a partir do interior, por via das generosas varandas e janelas: de um lado, a vista para o jardim, o recolhimento, o privado e o interior e, do outro lado, o olhar para a rua, para fora, para a comunidade e toda a envolvente.
Os interiores das casas refletem bem a capacidade estética, funcional e versátil do projeto Atelier, onde impera a inspiração industrial, própria de um loft, com paredes cinzentas, sem que isso deixe de fora aspetos incontornáveis como o são o conforto e a sensação de proteção sentidas e percecionadas através da madeira do chão.
Pensado para garantir o bem-estar e o conforto dos que nele vivem, o Atelier tem, em cave, uma garagem para 12 carros o que é desde já uma vantagem enorme num bairro que além da excelente localização ainda é dotado de numerosas vias de acesso aos lugares mais importantes de Lisboa.
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Lisboa é uma cidade única nas suas dicotomias. A sua luz, o sol que ilumina o seu casario, ruas e monumentos ao longo da maior parte do ano, as suas curvas sinuosas e misteriosas... Lisboa é elegante, é genuína, acolhedora e tradicional, porém cosmopolita, moderna e irreverente. E Marvila é o bairro que melhor espelha esta magia de Lisboa, com a sua autenticidade e alma.
O bairro historicamente ligado às indústrias, tem assistido, nos últimos anos, a um desenvolvimento exponencial. Entre o azul do Tejo, a luz de Lisboa e as antigas chaminés das fábricas, Marvila ganha uma nova vida com a reinvenção dos armazéns onde sempre se escreveu a sua história. À semelhança de Meatpacking District ou Shoreditch, em Marvila encontramos galerias de arte, restaurantes e numerosos espaços culturais onde há poucos anos floresciam diversas industrias, do vinho, açúcar, fósforos ou sabão.


É neste futuro, na frente ribeirinha de Lisboa, espelhado no que irá ser o maior centro de 'start-ups' do mundo - Hub Creativo Beato – que une arte, tecnologia, inovação, empreendedorismo e criatividade que surge Alba.

Esta requalificação emergente eleva Marvila a um nível na cidade como poucos, assumindo-se como o centro vibrante da nova geografia cultural de Lisboa. Paralelamente, Marvila está rodeada de excelentes acessibilidades e inserida no principal eixo de expansão urbana de Lisboa. Com a sua localização privilegiada é, por excelência, um ponto nevrálgico de Lisboa, entre o centro da cidade e o Parque das Nações e usufrui de modernos e ótimos acessos rodoviários, o que a torna num local privilegiado para viver, com tranquilidade, facilidade e qualidade, a dois passos do centro da cidade (que se situa a menos de 8 minutos) e do aeroporto (a 5 minutos).
Das icónicas janelas que rasgam a Rua do Açúcar, surge o Alba.
Banhadas pela luz de Lisboa, as cinco casas independentes somam um total de 200m2 e incluem espaço exterior. Fruto de um projeto arrojado de reabilitação - as cinco casas nascem a partir de um antigo armazém de materiais de construção civil -, o novo complexo residencial de luxo une duas valências hoje em dia inestimáveis: a história, o passado, ao manter e valorizar as características arquitetónicas do antigo armazém, e a modernidade e o conforto que a mesma implica.
O ambiente de simplicidade e limpidez é transmitido pela fachada, que se preservou pela linguagem e pela história, e pelos interiores, por via dos materiais e da palete cromática simples que deixa espaço para a casa ser vivida com a alma de quem nela habita, sem nunca sobrecarregar o espaço.
Para o arquiteto, Miguel Abecasis, a força motora do projeto sempre se prendeu com aproveitar o potencial extraordinário do edifício, tanto a sua icónica fachada, virada a nascente, como o interior altamente versátil (que permitiu juntar casas). Com o seu impressionante pé direito e o espaço exterior, com um jardim vertical que nos remete para uma atmosfera bucólica, Alba é um contraste eclético que nos transmite alma, serenidade, conforto e sofisticação.
Seguindo a linha do arquiteto, Daniela Franceschini do Quiet Studios imaginou o interior das casas como um cruzamento perfeito entre o industrial e a pureza de espaço. O espaço amplo do loft, a caixilharia em ferro, o chão, a inspiração de texturas e acabamentos industriais dialogam com a madeira quente e os acabamentos interiores de formas orgânicas.
Tendo em conta o mundo atual e as diferentes dinâmicas sociais, o projeto Alba dispõe de uma total flexibilidade de ocupação e layout interior, que advém de um trabalho sensível e apurado no que toca ao novo conceito de habitar: todas as casas são facilmente adaptáveis aos seus habitantes.
É fácil imaginar Alba como o espaço de escolha privilegiado para diferentes vivências: é a casa de alguém que vive sozinho, mas que gosta de ter espaço para receber os amigos. É o casal que utiliza o segundo andar como escritório, o casal que vê no segundo andar a localização perfeita para o quarto dos filhos, ou ainda o dono da casa que prefere ter uma sala de jantar no piso térreo e uma sala de estar no piso de cima. É esta adaptação ao modelo de vida de cada, privilegiando a diversidade e a qualidade, que simbolizam o caracter único e exclusivo da Alba.
Em todas as casas, encontramos no piso térreo a área social que se prolonga no espaço exterior privado. Para o primeiro andar foi destinada uma suíte com escritório e para o segundo andar foram destinados espaços adaptados a várias funções, além do terraço.
Numa cidade que fervilha com novos empreendimentos, que pulsa com as suas ruas cheias de gente, de várias origens, onde as propostas culturais, desportivas, de lazer são cada vez em maior número e qualidade, morar deve acompanhar o passo. E se tal significa estar na cidade, sem estar dentro dela; olhar o rio a cada manhã; poder ficar em casa a trabalhar e abrir as portas do terraço e sentir-se de férias... então o destino encaminha-o para Alba, para um lado desta cidade que abraça o progresso sem prejuizo da sua identidade.
Delivered by LFV des Vosges Investments / Ribemon Partners - Mais informação aqui
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Casas na cidade ou junto ao mar? Qualquer que seja a situação, os quatro projetos desta edição revelam a forma como foram resolvidas as necessidades e gostos de quem ali habita. Esse é o segredo do seu sucesso. Nesta edição, revelamos, ainda, o que o mundo nos reserva em matéria de novidades a não perder de vista, da fotografia ao mobiliário: a mostra na loja da Gandiablasco, em Madrid, do fotógrafo francês Jean-Marie Périer (‘Legends’), sugestões para pôr a mesa, dentro ou fora de casa, os acessórios e móveis que asseguram um regresso ao trabalho e às aulas menos penoso, Ludovice, o lindíssimo novo ‘wine hotel’ de Lisboa, pela mão de Miguel Câncio Martins, as imagens do edifício-sede do BMW Group, que celebra 50 anos (Munique).
Vive em Santos, Lisboa, um bairro já por si inspirador. A casa é alugada, o que invalidou obras de fundo, mas a base é boa e a sua configuração garante a desejada luz natural. O resto, é o resultado de um acumular de objetos de várias proveniências, o somatório de uma vida cheia.


O projeto de arquitetura de interiores, assinado por André Rodrigues da Silva, da empresa Architect Your Home Portugal, assenta na reabilitação integral de uma casa dos anos 70, em Cascais.


No antigo palácio, outrora morada dos Duques de Cadaval, e hoje convertido em condomínio, o apartamento que aqui revelamos soma 445m2 e tem interiores assinados por Marta Lucena.
A proximidade com o mar, as sucessivas remodelações e a nova decoração imprimem hoje a esta casa de praia uma atmosfera moderna e descontraída. Segundo projeto da arquiteta Carol Farah.


Munique e o mundo festejaram os 50 anos do edifício-sede do BMW Group, num evento que contou, entre outros, com a presença de Francis Kéré, o arquiteto burquinense premiado com um Pritzker.
A flagship do Grupo Gandia Blasco em Madrid acolhe a exposição 'Legends'. O conceituado fotógrafo francês Jean-Marie Périer regressa a Madrid com uma exposição fotográfica que percorre o seu olhar sobre grandes lendas do mundo da música, da arte e da moda, de Mick Jagger a John Lennon, de Salvador Dalí, Françoise Hardy a Naomi Campbell.


As refeições ao luar ainda se recomendam, e se a noite arrefece há sempre uma sala à nossa espera. Alguns dos nossos favoritos este mês.



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Fotografia: Brooke Holm
O projeto de remodelação deste loft perto da Union Square ocupa um andar inteiro de um edifício histórico destinado ao comércio de vestuário do início do século 20. Worrel Yeung teve, para tal, que interpretar o existente e aproveitar o espaço e a quantidade de luz natual.


O objetivo do projeto consistiu em libertar o perímetro de paredes ou obstruções para destacar as incríveis 14 janelas.






Entrando pelo elevador original, uma tela metálica personalizada inspirada nas geometrias das ruas esconde parcialmente o apartamento, que se descobre ao fundo.
No interior, o apartamento organiza-se em torno de uma série de volumes que contêm programa e definem espaços.
[post_title] => Remodelação: um loft e um piano [post_excerpt] => [post_status] => publish [comment_status] => closed [ping_status] => closed [post_password] => [post_name] => remodelacao-um-loft-e-um-piano [to_ping] => [pinged] => [post_modified] => 2022-09-16 08:58:55 [post_modified_gmt] => 2022-09-16 07:58:55 [post_content_filtered] => [post_parent] => 0 [guid] => https://urbana.com.pt/?p=79829 [menu_order] => 0 [post_type] => post [post_mime_type] => [comment_count] => 0 [filter] => raw ) [7] => WP_Post Object ( [ID] => 79321 [post_author] => 22 [post_date] => 2022-09-07 12:37:00 [post_date_gmt] => 2022-09-07 11:37:00 [post_content] =>O atelier Mabire Reich assina o projeto de reabilitação dos 80m2 desta pequena casa em Nantes, e a ampliação em mais 32m2 de área habitável,
Fotografia: Guillaume Satre; Projeto: Mabire Reich; segundo a memória descritiva fornecida pelos arquitetos
Ampliar uma casa é acrescentar um estrato adicional a um edifício que, às vezes, já tem outras camadas e permite outras leituras. A casa em questão deu a oportunidade aos arquitetos de erguer, a poucos passos do Parc de Procé, em Nantes, um projeto que testemunha a passagem do tempo e a evolução das necessidades dos antigos proprietários.
Começou por ser uma simples casa térrea, que foi depois ampliada por via de um prolongamento lateral para, finalmente, ser parcialmente elevada, mas tal - as tais camadas - levantava a questão da sua capacidade para uma terceira operação de ampliação. Em vez de apagar essa história, os arquitetos completaram o quebra-cabeças, elevando o edifício inicial para formar um volume coerente com o da primeira extensão.
Posto isto, foi pintada a fachada, harmonizando-se uma manta de retalhos... que ainda hoje pode ser lida por um olhar atento. Em seguida, foi montada uma pele de madeira que imprime um novo caráter ao todo, oferecendo dispositivos variados entre interior e exterior.
A elevação desenvolve-se em “L”. A pegada do piso divide o volume do piso térreo, entre pé direito simples e duplo. O percurso da entrada é assim marcado pelo efeito de compressão sentido ao entrar sob um teto de madeira relativamente baixo, cuja presença é reforçada pelo desenho do seu grão. Segue-se o efeito de descompressão, a abertura no pé-direito duplo e no telhado de vidro, que faz o jardim “entrar” na paisagem da casa.
A pele de madeira permite variar a relação entre interior e exterior. Esta malha pára em frente a determinadas janelas, passa em frente à janela do WC, permitindo filtrar as vistas aproveitando a luz e a possibilidade de ventilação, ou em frente a uma das janelas da sala para deixar o ar passar sem abdicar da intimidade para quem passa na rua.
[post_title] => A casa Puzzle [post_excerpt] => [post_status] => publish [comment_status] => closed [ping_status] => closed [post_password] => [post_name] => a-casa-puzzle [to_ping] => [pinged] => [post_modified] => 2022-09-09 08:45:11 [post_modified_gmt] => 2022-09-09 07:45:11 [post_content_filtered] => [post_parent] => 0 [guid] => https://urbana.com.pt/?p=79321 [menu_order] => 0 [post_type] => post [post_mime_type] => [comment_count] => 0 [filter] => raw ) [8] => WP_Post Object ( [ID] => 79221 [post_author] => 22 [post_date] => 2022-09-06 17:20:00 [post_date_gmt] => 2022-09-06 16:20:00 [post_content] =>Substitui um bungalow em ruínas construído na década de 1960 no quintal de uma vila de Notting Hill de 1840 e cupa hoje o piso térreo e dois andares no subsolo cercados por jardins, poços de luz e claraboias que controlam e distribuem a luz pelos vários níveis. Uma casa especial!
Segundo a memória descritiva fornecida pelos arquitetos
A casa de 247 m² localizada numa parcela de terreno no centro de Notting Hill, Londres, e situada nos níveis do solo e do sub-solo, foi merecedora de vários prémios e menções, entre eles os prémios 'Archdaily Melhores Casas 2018', 'Dezeen Top 10 British Architecture Projects 2018', 'BBC Culture Best Buildings 2018', 'Prémio RIBA 2019', 'RIBA House of the Year 2019', 'AZ Awards Best Single Family Houses 2019'.
Segundo a descrição dos arquitetos do coletivo Gianni Botsford Architects, de Piers Taylor e Gianni Botsford, a casa "é um telhado e um buraco no chão. Uma casa onde moramos acima e abaixo do solo, onde há calor e frio, luz e escuridão. Uma casa esculpida no chão e na luz disponível".


Construir com luz e escuridão é trabalhar com o que um contexto nos dá – um conjunto único de restrições e oportunidades que levam a uma arquitetura de adaptação local ao clima e à cultura em que se encontra. Com base em circunstâncias difíceis, num terreno urbano apertado e voltado para o norte, tiveram de socorrer-se de ferramentas digitais de análise usadas para procurar possibilidades tridimensionais que a luz dá para gerar forma e organização.




Substituindo um bungalow em ruínas construído na década de 1960 no quintal de uma vila de Notting Hill de 1840, a casa fica no nível térreo e ocupa ainda dois andares do subsolo cercados por jardins, poços de luz e claraboias que controlam e distribuem a luz pelos vários níveis.



Sombreada por casas em três lados e um grande plátano, a casa distribui atmosferas e intensidades de luz que informam rituais e atividades diárias. Reagindo à luz como uma árvore, o pavilhão do piso térreo flutua acima do solo criando vistas distantes através de aberturas na cidade e no céu.




A dupla curvatura do telhado de madeira termina num óculo para o céu. Moldado e informado pela luz e sombra que o cercam, a forma de tenda do telhado deu origem a um novo lugar para a vida acontecer - um que vira as costas aos grandes volumes que o cercam e abraça determinados corredores de vista e possibilidades de luz.
Arquitetos: Rick Joy Arquitetos; Ano: 2017; Fotografias: Joe Fletcher
Perto da costa sudoeste de Providenciales, uma ilha no arquipélago de Turks & Caicos (Caraíbas), este retiro familiar projetado por Rick Joy Architects apenas é invadido pelas brisas costeiras e os longos raios de sol tropical.
Ao percorrer a estrada adjacente, o complexo erguido em vários volumes parece crescer organicamente a partir da costa natural do local, com a sua pele de cimento cor de casca de ovo subtilmente texturizada, em contraste com a água turquesa brilhante e a areia branca que reveste a enseada.




Inspirados pelos apontamentos visuais dos ambientes exuberantes do lugar, que também incluem rochas de costa e vegetação nativa verdejante, os arquitetos criaram ligações táteis entre o edifício e o seu local: portas, janelas e tetos de mogno captam o calor do ambiente, enquanto as pequenas aberturas estrategicamente posicionadas permitem apenas as doses certas de vegetação no interior.




A planta da casa é enganosamente simples: um terraço de tamanho generoso serve de ligação entre as áreas de estar privadas, a oeste, e um pavilhão de estar-jantar-cozinha, a leste. Este primeiro volume, uma longa e estreita barra, protege o resto da casa do barulho e do movimento da rua adjacente.
A estratégia é simples e funcional – do interior, os espaços parecem isolados e protegidos, e as vistas para o mar do pavilhão da cozinha parecem totalmente exclusivas. Este espaço fica tranquilamente contra a água, não exatamente dentro de casa e não exatamente ao ar livre.
O seu teto assimétrico de quadril único guarda um espaço interno generoso e uma única janela triangular operável na sua etremidade, a sotavento, cria um fluxo de ar suave, complementando as brisas cruzadas deliberadamente projetadas que negam a necessidade de ar condicionado.
Do lado de fora, uma piscina rasa corta uma linha entre a areia e o terraço adjacente, aproximando cada vez mais a extensão da água do oceano dos espaços de convivência.
Toda a casa se reveste de rico momentos imersivos como este. Dos corredores, as paredes de cimento criam ângulos de visão rasos que revelam vislumbres de cada espaço subsequente e, simultaneamente, enquadram o céu.
Erguidas por construtores locais treinados pela equipa de construção, as paredes utilizaram areia e agregados de origem local, minimizando a necessidade de importação de materiais de construção. Num espírito semelhante de consciência de recursos, os arquitetos colocaram uma grande cisterna sob o terraço principal para guardar água e cobriram as secções planas do telhado com painéis fotovoltaicos.


Nos quartos, luminárias pendem do teto como botões de flores e longas folhas espreitam dos jardins adjacentes com fundo de rocha.


Cortinas de linho natural ondulam na brisa do oceano e deixam passar a quantidade certa de luz solar. Às vezes, os pescadores param no cais do Ipé, oferecendo a pesca do dia. O resultado é uma casa que parece florescer fora de seu local.
[post_title] => Paraíso para dois nas Caraíbas [post_excerpt] => [post_status] => publish [comment_status] => closed [ping_status] => closed [post_password] => [post_name] => paraiso-para-dois-nas-caraibas [to_ping] => [pinged] => [post_modified] => 2022-09-09 08:50:29 [post_modified_gmt] => 2022-09-09 07:50:29 [post_content_filtered] => [post_parent] => 0 [guid] => https://urbana.com.pt/?p=79173 [menu_order] => 0 [post_type] => post [post_mime_type] => [comment_count] => 0 [filter] => raw ) [10] => WP_Post Object ( [ID] => 79113 [post_author] => 22 [post_date] => 2022-09-06 15:18:52 [post_date_gmt] => 2022-09-06 14:18:52 [post_content] =>O atelier de Renato d'Etorre assina o projeto de recuperação e remodelação desta casa de três andares, datada de 1890, classificada como património, e do estábulo de pedra, da mesma data. Fica em Sidney e foi merecedora de vários prémios internacionais.
Segundo a memória descritiva fornecida pelos arquitetos







Em Surry Hills, Sidney, a casa de três andares, com um terraço, e o estábulo que pertencia à propriedade, datados de 1890 e 1860 respetivamente, foram alvo de um aturado projeto de recuperação e modernização, transformados numa residência moderna, sem prejuízo do estilo histórico do edifício, e estabelecendo uma atmosfera que implicou alguma coragem e contemporaneidade no interior.


O projeto de alterações e adições substanciais levado a cabo pelo escritório de Renato de Etorre compreendeu quatro componentes: a casa do terraço de três andares, para a família, os estábulos históricos de arenito convertidos em quartos de hóspedes para acomodar os pais do casal, o restauro dos muros de pedra traseiros e uma nova garagem de betão com terraço paisagístico e piscina privada.


Devido ao baixo significado patrimonial da ala traseira da casa com terraço, foi possível uma reestruturação total onde ocorreu a intervenção de projeto mais dramática. A introdução da impressionante abóbada de tijolos de altura dupla na ala traseira reestruturada parecia um elemento apropriado para o estilo italiano da casa. Tal importa para o design atual, contemporâneo, elementos de grandeza histórica que deram origem à noção de “o arco nunca dorme”.


As principais características históricas do edifício, caso das lareiras de mármore ornamentadas, da escadaria principal, da porta de entrada com painéis de vidro e das luminárias laterais, foram trazidas de volta à vida, contribuindo para a beleza da nova residência.




Os materiais privilegiados incluem tijolos recuperados, telhas de terracota, mármore branco de Carrara e paredes de estuque branco.



O tamanho generoso do edifício existente permitiu espaços adicionais além das necessidades e expectativas do cliente, permitindo a introdução do conservatório multiusos no segundo nível da ala traseira dos edifícios.


Este conservatório foi tratado como uma área de estar ao ar livre com árvores plantadas em vasos.
O amplo telhado de vidro duplo atua como um banco de calor para dispersar o ar quente pelos níveis superiores da casa nos meses mais frios e também pode atuar como uma área de secagem durante os períodos mais húmidos.


Para este projeto de recuperação de uma antiga adega em espaço habitacional e oficina, os arquitetos do coletivo Zola quiseram articular as duas partes do edifício, uma habitada e outra em construção, através de um prolongamento entre as paredes de escombros, invisível desde a rua. Este está inserido entre a casa existente e o anexo reabilitado.
Office Zola Architecs | Fotografia Javier Callejas
Tal permitiu abrir o espaço de estar para o jardim gerando um pátio, ao mesmo tempo que une os edifícios para formar um único. A oficina, instalada no pé-direito duplo da adega, está virada a norte para beneficiar de luz adequada. Para equilibrar a diferença de nível entre os edifícios, o solo foi rebaixado por forma a proporcionar um generoso espaço térreo totalmente acessível a uma pessoa em cadeira de rodas, uma rampa externa que dá acesso ao jardim e depois à rua.




Tudo isto implicou a reformulação das estruturas existentes, permitindo assim assumir os custos das novas estruturas a serem executadas. Duas lajes de betão formam a ligação entre os edifícios. Este espaço pós-livre liberta assim as fachadas totalmente abertas para o exterior.
A extensão é intencionalmente discreta e sóbria para revelar as qualidades do edifício existente e ampliar a relação com o exterior em contraste com os edifícios preservados e reabilitados mais maciços e mais opacos.
A segunda obra limitou-se à máxima reutilização dos materiais no seu estado bruto, assumindo-se integralmente as intervenções dirigidas a edifícios antigos. Procurámos construir sobre o que existia, identificar o que constitui a identidade do lugar e as suas qualidades. A conservação ou reparação idêntica dos materiais existentes foi procurada de modo a restaurar o mais possível o caráter dos edifícios preservados.


A extensão está integrada na continuidade do edifício existente, intencionalmente transparente, deixando visível o volume e a composição das fachadas preservadas e permitindo grande transparência em relação ao jardim.
A materialidade é expressa numa paleta bastante simples e clara. Os materiais existentes e antigos trazem uma atmosfera específica ao local, sendo apenas as peças adicionadas um sinal de diferença assumida. Esta abordagem também tende a apagar a deficiência por meio da arquitetura, uma alavanca para inclusão e independência. “Oferecer espaços em que não nos reduzamos a acrescentar elementos que marcam uma situação específica. Essas adições muitas vezes têm o efeito de estigmatizar ainda mais a deficiência em detrimento de uma arquitetura coerente. Desde a fase de projeto, as questões foram totalmente integradas. A primeira ideia não é limitar uma pessoa a certos espaços de vida por causa de sua deficiência, mas, ao contrário, empurrar seus limites físicos o máximo possível.”
O arquiteto Pedro Silva Lopes, do coletivo Fragmentos, assina o projeto desta casa, com decoração de interiores da sempre surpreendente Marta Lucena.
Esta é a história de uma nova construção dentro do logradouro de um prédio existente. A preexistência, como nos conta o arquiteto Pedro Silva Lopes, “com claro valor arquitetónico, foi valorizada com a manutenção da sua imagem, recuperação dos azulejos, cantarias e guardas da fachada”.




Por seu turno, a antiga porta de acesso à leitaria, passou a ser hoje o acesso à garagem, sem qualquer alteração de imagem do espaço público e replicando, de forma exemplar, a preexistência.









O edifício que ali morava, foi reformulado, mantendo-se as suas características, mas todo o seu interior foi redesenhado pensado para uma casa familiar distribuída em dois níveis.



No piso superior, arrumou-se a zona social – e com o Vale de Alcântara como cenário -, a cozinha, com pátio, a sala de televisão e a sala principal, com dois ambientes. Em estreito diálogo com estas, convivem os dois espaços exteriores: um terraço e um jardim.
“Era importante, no âmbito do programa, desenhar uma casa de família, em que os quatro filhos tivessem o seu espaço, tanto individual como social, bem como pensar na criação de áreas sociais que permitissem um uso confortável, no dia-a dia-e, ao mesmo tempo, que este fosse um espaço para receber os amigos, tudo isto tirando partido das vistas sobre o vale de Alcântara”, prossegue o nosso interlocutor.







A lógica de implantação foi definida pela geometria do terreno, do desenvolvimento altilmétrico e da exposição solar e vistas. Dessa forma, e através de uma rampa exterior, foi unido o piso de entrada/garagem à cota de entrada, onde se situa a piscina, estando os quartos organizados em volta desta e do pátio inferior.






Os quartos desenvolvem-se em torno deste pátio, com duas grandes áreas divididas pelo hall de entrada. A ‘master suite’ e o quarto de hóspedes, alojados na ala mais a sul, e a zonas dos filhos, que foi desenhada à imagem dos mesmos, com três pequenas celas, duas casas de banho de apoio e uma zona social, resumem um conceito de residência privada pensado como “um mundo à parte que faz a delícia de quem o habita”.


Subindo ao nível superior, temos toda a área social, que tira partido da vista e da exposição solar enquadrada com dois jardins/pátios, que são as salas exteriores e espaço de vivência diário. Aqui, a cozinha, com ligação à sala exterior, é ponto de partida, sendo depois complementada por uma área social com três ambientes: zona da lareira, da televisão e sala de jantar.


“Um dos pontos de interesse é a sala da lareira, com o seu teto em betão à vista, e a lareira de tijolo de burro, que foi feita com o reaproveitamento da demolição do edifício da preexistência”. Com efeito, este contraste de materiais, enfatizado pelo trabalho do design de interiores de Marta Lucena, acrescenta ainda mais valor ao espaço e arranca-nos uma sensação de surpresa e admiração.
Os materiais desempenham um papel importante neste projeto e são de salientar, como nos confirma o arquiteto, o betão aparente no teto da sala, o tijolo de burro, que veio da demolição para a construção da lareira, a madeira na zona social, o microcimento nos pavimentos dos quartos do piso 0 e o RMC no pavimento da cozinha”. A ideia, prossegue, era a de uma casa “em que os materiais não fossem protagonistas, mas tivessem uma presença neutra que enquadrasse o espaço e a luz, estes sim os verdadeiros protagonistas”.
Desenvolvida em dois pisos, a casa aloja, no piso térreo, a zona dos quartos, implantada à volta de um pátio delimitado pela casa e pelo muro já existente - pátio para onde foi destinada a piscina. Os quartos desenvolvem-se em duas alas: numa primeira, a dos filhos, com três pequenos quartos, duas pequenas casas de banho, um corredor comum e uma zona social para o dia a dia. A segunda, dividida pelo hall de entrada, comporta a ‘master suite’ dos pais e a suíte do filho mais velho.
No piso superior, arrumou-se a zona social – e com o Vale de Alcântara como cenário -, a cozinha, com pátio, a sala de televisão e a sala principal, com dois ambientes. Em estreito diálogo com estas, convivem os dois espaços exteriores: um terraço e um jardim.
A decoração dos acabamentos, materiais de revestimento, móveis e tudo o que é fixo, fez parte do projeto de arquitetura. “A decoração surge como complemento e enriquecimento dos espaços criado”, diz-nos. “A intervenção da Marta Lucena, potenciou de forma exponencial o espaço criado e toda a preocupação no detalhe fez a diferença no resultado final. Todo o processo foi fluido, simples e bastante conseguido, e todas as escolhas foram feitas em comunhão, sempre, e como já salientado, partindo do pressuposto do espaço preexistente”.
A arte e o design têm um papel importante neste projeto. “As texturas e os materiais, bem como a decoração, tiveram em conta o quanto ecléticos somos.
Apesar de um fio condutor claro, de ambiente tranquilo, ‘cozy’, de personalização através da utilização de objetos que já existiam - mas agora com um diferente código de diálogo no espaço -, da introdução de os novos elementos com tons neutros entre verdes e castanhos, este conjunto resultou num espaço singular e esse é o maior crédito do projeto de decoração”. A arte aparece como um novo elemento na zona social, através de duas peças de artistas contemporâneos portugueses: Eduardo Caeiro e Gil Cortesão, que dialogam frente a frente na zona social da casa. As peças de design a destacar, a nosso pedido, são uma cadeira na sala de televisão de design nórdico dos anos 50, comprada na Retroage, bem como todo o mobiliário exterior, a mesa de refeições e os cadeirões, que são da Fermob.
Lá fora, o jardim envolve todo o edifício em dois patamares diferentes e funciona como se fossem pátios que se adaptam as diferentes cotas do mesmo. Este jardim foi desenhado pela Pólen e construído pela Terra Lógica.
[post_title] => A ver o vale de Âlcantara [post_excerpt] => [post_status] => publish [comment_status] => closed [ping_status] => closed [post_password] => [post_name] => a-ver-o-vale-de-alcantara [to_ping] => [pinged] => [post_modified] => 2022-08-18 08:33:01 [post_modified_gmt] => 2022-08-18 07:33:01 [post_content_filtered] => [post_parent] => 0 [guid] => https://urbana.com.pt/?p=78012 [menu_order] => 0 [post_type] => post [post_mime_type] => [comment_count] => 0 [filter] => raw ) [13] => WP_Post Object ( [ID] => 77987 [post_author] => 22 [post_date] => 2022-08-16 15:52:27 [post_date_gmt] => 2022-08-16 14:52:27 [post_content] =>O estúdio Sá Aranha & Vasconcelos assina o projeto de interiores deste loft, pensado para uma mulher executiva, apaixonada por viagens e amante do conforto e requinte.
Fotgrafia: Montse Garriga Grau; Texto: Isabel Figueiredo
A premissa? Transformar este espaço num refúgio muito especial, cuja atmosfera evidenciasse a preferência de quem ali habita pela mistura de cores e estilos.


A sua proprietária, “uma mulher executiva, extremamente prática, com uma vida profissional muito preenchida, apaixonada por viagens e amante do conforto requintado”, desejava para aqui a harmonia entre as cores, mas também entre as várias peças de família, em diálogo com outras que foi colecionando ao longo das muitas viagens empreendidas durante a sua vida. “Era desejada uma casa onde se sentisse muito confortável, preparada, também, para receber família e amigos, com alguma frequência.”
De áreas generosas, e com uma interligação inteligente e otimizada entre todos os espaços, os interiores do apartamento foram pensados pelo atelier SA&V para, num ambiente confortável, “proporcionar tertúlias, sempre preparadas com extrema atenção ao detalhe”.


Repleto de luz natural, o loft marca um registo eclético, que mistura uma paleta de tons neutros com apontamentos de cor, e assinalam a personalidade do espaço e da sua proprietária. Dividido em dois pisos, agrupa, no de baixo, as zonas sociais, o lavabo e a cozinha. Para a parte de cima, foi destinada a suíte, de grandes dimensões. “Todos os espaços convivem e dialogam entre si, sem prejuízo da intimidade da zona mais privada da casa”.
Por seu turno, “todas as peças desta casa contam uma história e têm o seu significado. Entre objetos, acessórios, peças de arte e de mobiliário de família e outras escolhidas para cada recanto, todas contribuem para um ambiente tão eclético e especial”.


A cliente é uma conhecida de longa data do estúdio SA&V e tal permitiu chegar a um resultado de forma rápida, sem desvios, porque, como nos revelam, “sabíamos muito bem aquilo de que mais gostaria”. Num ambiente versátil e variado como este, prosseguem, “o mais desafiante poderá ser a forma de conjugar e misturar todos os elementos de forma harmoniosa. Mas neste caso foi fácil chegar ao resultado final”.


Rica em memórias e recordações, esta é, verdadeiramente, uma casa cheia de alma, de personalidade, e aqui cada espaço, cada recanto, reflete o estilo de vida da sua proprietária, exalta as suas preferências e coopera para uma vivência tranquila, com espaço de sobra para momentos a sós ou na melhor companhia.
[post_title] => loft em Lisboa: eclético quanto baste [post_excerpt] => [post_status] => publish [comment_status] => closed [ping_status] => closed [post_password] => [post_name] => loft-em-lisboa-ecletico-quanto-baste [to_ping] => [pinged] => [post_modified] => 2022-08-18 08:30:49 [post_modified_gmt] => 2022-08-18 07:30:49 [post_content_filtered] => [post_parent] => 0 [guid] => https://urbana.com.pt/?p=77987 [menu_order] => 0 [post_type] => post [post_mime_type] => [comment_count] => 0 [filter] => raw ) ) [post_count] => 14 [current_post] => -1 [before_loop] => [in_the_loop] => [post] => WP_Post Object ( [ID] => 80912 [post_author] => 22 [post_date] => 2022-10-11 18:24:00 [post_date_gmt] => 2022-10-11 17:24:00 [post_content] =>Com projeto de arquitetura do arquiteto César Machado Moreira e interiores do Anantique Studio, esta casa em Lordelo do Ouro, na zona de Serralves, evidencia um estilo eclético, reflexo da essência e histórias dos seus habitantes.
Fotografia: Cláudia Rocha; Texto: Isabel Figueiredo
“A nossa casa deve ser o reflexo de quem somos, expressar a nossa essência, a nossa história. Sou uma apaixonada por viagens; adoro vasculhar feiras de velharias, em busca de peças com história e da possibilidade de as restaurar, recriar ou simplesmente deixá-las mostrar que o tempo passou por lá; gosto de peças artesanais, que preservam conhecimentos antigos, sujeitos a desaparecer, se não forem recuperados e valorizados”, assim inicia a conversa Ana Bessa, que assina o projeto de interiores da casa.





Por tudo isto, prossegue, o estilo que melhor define o que aqui encontramos, é eclético. Palavra que aqui cabe como uma luva. Que aqui tem tanto sentido. Uma mistura de industrial – observado no programa de plano aberto, nas grandes portas de vidro, e em matérias-primas como ferro e microcimento –, de ‘vintage’, “com várias peças recuperadas por mim”, mas também de escandinavo e de étnico, “essencialmente de Marrocos, do Mali e da Turquia”, entre outros.


E neste ambiente heterogéneo, continua, “ressaltam também valores de sustentabilidade, em que acredito, sem perder de vista um ambiente intemporal, harmonioso e acolhedor”.


Por ter vivido uns anos em Lisboa, frequentou, entusiasticamente – “e porque sempre gostei muito de móveis antigos” –, a oficina de restauro e reciclagem do Artlier, uma escola de artes e ofícios. “Queria partilhar com o mundo esses meus trabalhos e por isso criei, em 2014, um blogue, o Anantique – Coisas com Alma”, conta-nos. “Curiosamente, ou talvez não, o nome Anantique (Ana + Antique) surgiu de um passeio pela Feira da Ladra”, em que se apaixonou por um original e antigo “A” vermelho, em chapa, que se exibe hoje no hall de entrada desta casa.


Desde sempre uma apaixonada por decoração, Ana estudou design de interiores, na Lisbon School of Design, já a residir no Porto, aproveitando uma janela de oportunidade que se iniciou com a licença de maternidade.



Assim, paralelamente à sua atividade como farmacêutica, no mundo corporativo, desenvolve projetos de design de interiores, em ‘part-time’ e essencialmente online, com o Anantique Studio.

“Uma das coisas que mais me encanta é o efeito surpresa suscitado, para quem aqui entra pela primeira vez. Ao passar nesta rua estreita não se imagina todo o espaço que se desenrola para lá da fachada e que termina com o jardim”.


É uma casa estreita e comprida, mas muito luminosa, graças à forma como foram criadas as entradas de luz, oferecendo três espaços exteriores: o terraço, no último piso, a que se tem acesso pelo escritório; o jardim, alcançado pela sala de estar; o pátio interior, entre a cozinha/sala de jantar e a sala de estar, inteiramente revestido a madeira e com grandes portas de vidro.


“Este último espaço, para além da função prática, porque é muito usado para refeições, permite a continuidade entre todas estas divisões e o jardim, porque quem está na sala de jantar consegue avistar a sala de estar e o jardim através dos planos de vidro e tem a perceção de uma área muito ampla”.
Aqui dentro, todas as peças, seja qual for a sua proveniência, falam entre si. “O que mais me agrada, é esta mistura improvável, mas harmoniosa, de peças, que encerram em si próprias uma história, ou que contam a nossa, conjugadas com outras, contemporâneas – uma simbiose acolhedora entre o novo e o velho”. São várias as peças ‘vintage’, algumas delas em que tropecei acidentalmente, na rua ou em feiras de velharias”, e por si recuperadas. É o caso de uma das mesinhas de cabeceira ‘art déco’ e da cómoda da suíte principal ou da cadeira do hall de entrada.


“A mesa de apoio ao sofá foi feita por mim, a partir de uma rodela de um tronco de castanheiro, árvore que encerrava uma história bonita na família. O holofote de teatro da sala de estar, Bardwell & McAlister, iluminou palcos em Hollywood, nos anos 60 e foi comprado num leilão. O banco de carpinteiro provém de uma antiga carpintaria”, aponta.
A estas, juntam-se peças de design, como o aparador da Olaio, o antigo modelo Caravela, mas de produção recente, as cadeiras da mesa de jantar nórdicas ‘midcentury’, de Th. Harlev, o cadeirão de madeira e corda preta, na sala de estar, peça contemporânea da dinamarquesa Godsk Snedkeri, os candeeiros de mesa do hall de entrada e de pé, de apoio ao sofá, do designer espanhol Miguel Milà ou a mesa da sala de jantar do designer Christian Haas, da Wewood.
São, também, muitas as peças de família – jarras, louças e pequenos objetos e refere, como bom exemplo, o gato de porcelana, na entrada de casa, peça que está na família há mais de 100 anos. Conta-nos que foi por ele que a primeira palavra que o pai disse foi “gato”.
Os pais sempre foram grandes apreciadores de pintura, “por isso ofereceram-nos quase todas as obras que temos. Algumas, como as do hall de entrada, vieram de sua casa.
O pescador, de Hipólito Andrade, tal como acontece aqui, era o primeiro quadro que eu via ao entrar na casa onde sempre vivi com eles”. Os tapetes da entrada, trazidos de Marrocos e da Turquia, a escultura em madeira no mesmo espaço, que é, na verdade, uma escada da tribo Dogon, do Mali, os potes de terracota com plantas, todos de Marrocos, bem como o tampo de ladrilho, também em terracota, da mesa do pátio interior, e, no móvel da sala de estar, a peça arredondada – um batedor usado pelas tribos berberes do norte de África para transformar o leite em manteiga –, atestam a preferência pela combinação inteligente que apenas uma mente curiosa consegue compor.
No que toca aos materiais, convivem o pavimento em microcimento, o vidro e o ferro. As paredes, com reboco pintado de branco, estabelecem um diálogo muito interessante com as carpintarias lacadas de cinza e com detalhes em pinho.
“No fundo, os materiais simples, depurados, fazem sobressair a natureza dos espaços exteriores e favorecem a boa iluminação natural”, comenta. “Nas áreas privadas dos pisos superiores optámos por pavimento em madeira de riga”.
Estes materiais articulam-se com as texturas naturais e orgânicas das peças e têxteis escolhidos para a decoração, como as madeiras cruas, o bambu, o sisal, o linho ou a lã. “Gosto de texturas simples, de materiais que envelheçam bem e em que a imperfeição é bem-vinda. Tento, o mais possível, seguir uma ótica ‘SLOW’: Sustainable – Local – Organic – Whole, porque acredito em design de interiores mais assente em valores de sustentabilidade.”
O programa em ‘open-space’, com exceção das três suítes e da casa-de-banho social, desenvolve-se em meios pisos. O hall de entrada e garagem alojam-se no piso térreo. Subindo o primeiro lanço de escadas, fica a área social, sala de jantar/cozinha, lavandaria, pátio interior, sala de estar e jardim com piscina. No meio piso seguinte fica a zona das crianças, com duas suítes e uma área de biblioteca e cantinho de brinquedos. Para o outro meio piso foi destinada a suíte principal, com closet e, por fim, no último meio nível, fica o escritório e um terraço.
No total, somam-se aqui 283m2 de área interior, a que se juntam os 145m2 de jardim. Tudo bem estudado, organizado e ponderado, mas sempre com fator ‘wow’ à espreita a cada esquina.
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