Por a 29 Março 2022

Que se transformou numa casa unifamiliar. O projeto, assinado pelo coletivo G+F Arquitetos, respeitou o passado e intervindo pontualmente, conseguiu transformar um celeiro frio e mal iluminado, num ambiente acolhedor para os seus novos moradores.

Projeto: G+F Arquitetos / Localização: Madrid, Espanha / Ano: 2019 / Área: 90m2 / Tipo: Remodelação / Fotografias: Joaquín Mosquera Casares / descrição enviada pelos autores do projeto, via archdaily

Desenvolvido pelo escritório espanhol G+F Arquitectos, o projeto de reabilitação e adaptação deste histórico edifício, construído no início do século XX nos arredores de Madrid, foi levado a cabo para transformar este antigo celeiro numa casa unifamiliar. A intervenção proposta, procurou respeitar todas as principais características formais do edifício histórico assim como preservar a identidade do espaço e as suas peculiaridades.

Reabilitar, neste caso específico, significou levar luz natural para os espaços interiores e prover novas instalações, necessárias para acolher os novos moradores. A principal intenção dos arquitetos, foi construir diferentes relações com o espaço, promovendo diferentes formas de ocupá-lo de acordo com a época do ano.

O corredor interior do antigo celeiro, foi mantido e atua como um importante elemento no aquecimento do edifício, através da inércia térmica proporcionada pelas massivas paredes de barro. A cobertura redesenhada, recebeu uma nova camada de isolamento térmico e impermeabilização.

Por cima da escada, as novas telhas translúcidas de policarbonato criaram uma espécie de clarabóia ou abertura zenital, que inunda os espaços de uma luz natural intensa e difusa.

De forma a melhor aproveitar o generoso pé-direito do edifício, foi introduzido um mezanino leve de vigas metálicas expostas, sem alterar no entanto, a volumetria original do edifício e mantendo a altura total em ambas as extremidades do celeiro, inserindo duas novas estruturas: uma escada de um lado e um pequeno quarto para as crianças do outro.

Devido às suas espessas paredes em barro, o primeiro pátio interior é a área mais fresca da casa nos dias quentes de verão, assim como o lugar mais quente da casa durante o inverno, porque é aquecido através do calor produzido pela estufa a lenha.

O segundo vazio, que atravessa os espaços da casa onde antes ficava a adega do celeiro, era composto por três treliças de madeira. Contudo, uma das estruturas do telhado estava em péssimas condições e por isso, os arquitetos decidiram retirá-la e abrir um novo pátio central junto à cozinha, o que permitiu integrá-lo aos espaços da casa, funcionando como uma sala de jantar a céu aberto para ser utilizada durante as estações mais quentes do ano. 

Este pátio central, permitiu iluminar melhor ambos os espaços opostos ao jardim, contrastando com os antigos espaços escuros do celeiro, e permitindo a criação de jardins de inverno secundários junto às áreas mais reservadas  da casa.

Desta forma, este pátio funciona como um espaço de descompressão, fazendo a mediação entre o espaço fechado e aberto, um lugar descontraído que permite as mais variadas formas de apropriação e uso.

Respeitando o seu passado e intervindo pontualmente, este antigo celeiro frio e mal iluminado foi transformado num ambiente iluminado e acolhedor para os seus novos moradores.

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