Dizem os arquitetos que, para compreender melhor a beleza desta casa, se deve ir até ao final do jardim e olhar para trás, para ver todo o enquadramento de um edifício que funde várias influências mediterrâneas numa entidade coerente, harmoniosa e bonita.
Arquitetura: Caprini & Pellerin architectes / Fotografia: Cafeine, Thomas de Bruyne
Na Côte d’Azur, não muito longe da pitoresca vila de Valbonne, a dupla de arquitetos Caprini e Pellerin desenhou uma Villa que combina diferentes estilos mediterrâneos. Uma casa contemporânea e boémia que é o reflexo da família que a habita.
Chega-se por uma estrada rural, e seguindo umas escadas em pedra, descobre-se a Villa a partir do topo. À direita, o olhar é atraído para um terraço coberto. Seguindo caminho até à entrada principal, ao lado do terraço percebe-se um espaço vazio que mergulha em direção ao piso térreo, a um pátio aberto, refrescante, com uma parede que também é fonte e está forrada a azulejos verdes, típicos da cidade marroquina de Fez. Um refúgio que lembra os riads do Norte de África.
Passando a porta principal, o primeiro bloco branco superior acolhe a suite principal, com uma grande janela sobre o jardim. A casa-de-banho destaca-se pela originalidade na escolha dos acessórios e acabamentos, nomeadamente o contraste do mármore branco com os pilares em madeira bruta, a zona de chuveiro forrada a pequenos ladrilhos de cerâmica escura, ou a bancada ao longo da banheira adornada com torneiras de cobre vintage.
Saímos do bloco superior por uma escada aberta – que é a peça central da casa -, e que desce para a sala de estar e se abre em todo o comprimento para o pátio, onde é revestida com grandes cortinas de linho e uma luz suspensa que lembra um colar de pérolas.
A sala é em open space e ideal para receber os momentos descontraídos em família. A decoração remete para destinos exóticos e terras longínquas.
Voltada para a sala de estar, mas ligeiramente rebaixada pelo efeito de um teto mais baixo, está a cozinha em carvalho escovado, mármore de Carrara branco e ladrilhos de barro esmaltado verde.
A porta deslizante do quadro negro existe para estimular a criatividade e a imaginação de jovens e idosos, e revela uma outra cozinha com códigos decorativos semelhantes.
A sala de jantar mobilada ao estilo escandinavo estende-se a uma sala de estar com uma parede de pedra e um espelho caiado de branco de inspiração grega. As restantes paredes são abertas e com janelas de sacada: uma voltada para as traseiras, para o pátio interior de inspiração mourisca; a outra voltada para o jardim da frente.
Mais adiante, dois quartos com móveis de carvalho escovado e feitos por medida, levam a casas de banho em mármore Carrara branco, que combinam com entalhes lisos e texturados. O frio da pedra é aquecido por entradas de luz e madeira de abeto, em detalhes e no revestimento de um atípico armário feito por mestres carpinteiros.
Na cave existe uma sala de jogos para crianças, um banho turco com duche, uma sala de fitness, um home cinema e uma adega. No exterior, um terraço de pedra protegido por uma pérgula de junco estende-se ao longo da fachada revestida com pedras antigas que foram montadas uma a uma pelas mãos de habilidosos artesãos.
A Villa compreende ainda uma piscina de inspiração balinesa com azulejos de ardósia em tons de verde, azul e ocre, e está decorada com um jardim paisagístico com aromas mediterrâneos onde se pode caminhar entre oliveiras.
Dizem os arquitetos que, para compreender melhor a beleza desta casa, se deve ir até ao final do jardim e olhar para trás, para ver todo o enquadramento de um edifício que funde várias influências mediterrâneas numa entidade coerente, harmoniosa e bonita.