Por a 11 Outubro 2023

A reconversão da fábrica Pinhol, edifício industrial do século XIX, deu lugar a um empreendimento residencial, em linha com aquela linguagem fabril, segundo projeto do arquiteto Manuel Aires Mateus. Este é um dos apartamentos do Cais 24, em plena 24 de Julho.  

Fotografia: Ana Paula Carvalho / Texto: Isabel Figueiredo

Ricardo Meneses de Vasconcelos, editor de Arte & Design, e Nuno Morgado, gestor, abriram as portas da sua casa à revista Urbana.

O T4, com 250m2, foi uma escolha ponderada em cima das várias qualidades atribuídas ao empreendimento: o facto de se tratar de uma construção nova em pleno centro histórico da cidade, com todas as comodidades inerentes, a vista frontal do rio, do monumento do Cristo Rei e da ponte 25 de Abril, a proximidade com os palácios das Necessidades e da Ajuda, para referir alguns, e o facto, ainda, de fazer parte de um “projeto arquitectónico ímpar”, com a sua fachada envidraçada, combinando-se a contemporaneidade com o legado arquitetónico, do preexistente.  

Esta centralidade, a boa construção e o facto de a casa ser como um farol apontado para o plano de água, dali avistando tanto, consumaram vontades e, logo, a aquisição do apartamento onde espaço e luz natural abundam. 

No seu interior, para além da farta luminosidade, quebrada apenas pela malha exterior que fornece sombreamento, e da área generosa, destacam-se as várias peças de design modernista português que Ricardo Meneses de Vasconcelos tem vindo a adquirir ao longo de décadas, e no âmbito do seu próprio metier.

José Espinho, Cruz de Carvalho, Daciano da Costa, mas também Ettore Sottsass, Frank Gehry, Gae Aulenti, ou os escandinavos Kristian Solmer Vedel e Hans Wegner coabitam aqui com artistas contemporâneos portugueses como o designer Marco Sousa Santos, o artista plástico Paulo Lisboa e os objetos desenhados pelo próprio Ricardo Vasconcelos, como a mesa de jantar ou a estante amarela no hall de entrada.

Um projeto que engloba várias experiências e valências, as de quem para ali desenhou o futuro com base no existente, e as de quem ali habita. 

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