Por a 16 Março 2023

Uma antiga oficina de mármore no Porto, foi convertida num restaurante e bar, com uma atmosfera descontraída, onde é possível almoçar, beber um copo ao fim do dia, jantar com os amigos ou saborear um cocktail pela noite dentro. Conheça o espaço e deixe-se surpreender pelo antes & depois.

Projeto: Pedro Ferreira Estúdio de Arquitetura / Fotografia: João Morgado / segundo memória descritiva

Quatro anos, uma pandemia mundial e vários construtores depois da primeira conversa sobre o sol de Agosto, “O Marmorista” nasceu.

O desafio inicial, conta-nos o arquiteto Pedro Ferreira, “pretendia transformar uma antiga oficina de mármores construída no séc. XIX e localizada no coração da zona financeira da cidade do Porto, num bar onde fosse possível ter uma refeição única ou num restaurante onde fosse possível ouvir a melhor música, sem reservas, formalidades ou pretensões”.

Para isso, todo o projeto deveria ser um permanente work in progress desde o espaço ao menu, e a arquitetura deveria potenciar esta intenção.

Posto isto, o ponto de partida tinha tanto de promissor como de desafiante. Um espaço cheio de possibilidades, e um grupo de clientes motivados.

Os objetivos, conta-nos, passavam por “manter o edifício existente inalterado, aproveitando e reutilizando todos os elementos espaciais e decorativos existentes no espaço” e a “ideia de partilha era central no conceito do negócio pelo que o espaço deveria refletir e incentivar essa atitude”. Para além disso, o restaurante e o bar deveriam ser um ato continuo mas hierarquizado, ser um sem ser o mesmo, sem barreiras físicas ou separações, mas com uma clara divisão de momentos e usos.

Segundo o arquiteto, “em primeiro lugar definiu-se a entrada. Aprendendo com a arquitetura religiosa (comer, beber e dançar são em si atos de fé) reproduz-se os modelos de entrada tradicionais das igrejas, rua, adro, antecâmara e nave”.

Trabalhando sobre a ideia de contentor e conteúdo, despiu-se o edifício até expor a sua pele, paredes de granito e coberturas de madeira. Depois respondeu-se ao novo programa introduzindo monólitos em mármore que albergam as valências do novo uso, cozinha, copa, bares que são simultaneamente organizadores do espaço interior. A elegância e abstração dos novos corpos de mármore polido dialoga por contraste com a crueza do granito e do betão do espaço existente.

Tudo o resto é mínimo, honesto, visível e transformável. E o resultado é um espaço eclético, romântico, urbano, fortemente iluminado e em permanente transformação.

Conheça agora, em imagens, o espaço antes da intervenção.

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