Por a 19 Janeiro 2023

O que em tempos foi um apartamento muito compartimentado e pobre em luz natural, deu origem a um duplex minimalista, despojado e de circulação livre. Um projeto de João Tiago Aguiar, que escolheu o branco como elemento unificador, pontuado pela coleção de arte contemporânea da proprietária.

Projeto: João Tiago Aguiar / Fotografia: Fernando Guerra / segundo memória descritiva enviada pelos autores do projeto.

Representativo da essência minimalista, este duplex em Campolide, na cidade de Lisboa, explora ao máximo a simplicidade, apresentando-se despojado de tudo o que é supérfluo, remetendo-se às formas mais simples e objectivas.

O apartamento, apesar de apresentar uma área bastante generosa, era, na sua génese, muito compartimentado com uma atmosfera opressiva própria de um espaço tão subdividido e pobre em luz natural. Foi desenhado um projecto que visava explorar o potencial da casa, transformando-a num lugar leve, arejado, fluido e iluminado.

O ex-líbris do duplex é a zona social de circulação livre, sem constrangimentos, de forma a permitir a entrada de luz nos espaços que a compõem, como a ampla cozinha, a sala de estar e sala de jantar, estas quebradas na sua continuidade pela escada helicoidal solta e perfeitamente inserida no cenário. A demolição de uma casa de banho, um quarto, uma despensa e umas antigas escadas com arrumos por baixo, permitiu integrar ambientes e propiciar fluidez e amplitude.

Enquanto antes se entrava para o terraço através de dois vãos de sacada, hoje o acesso faz-se por um único vão muito mais amplo e num sistema de harmónio que, se totalmente aberto, torna o terraço um prolongamento natural da sala. No terraço criou-se um alpendre para que este espaço possa ser vivido durante todo o ano.

Já no piso superior, a zona privada dos quartos, é alvo de uma intervenção que vem melhorar a estética e funcionalidade daquela que é a zona de descanso por excelência de uma casa. Os anteriores dois quartos com instalação sanitária partilhada e as duas suítes, dão lugar a três suítes, uma pequena sala de tv/brinquedos para os mais pequenos e ainda uma casa-de-banho social.

Como o objectivo principal do projecto era dar destaque à vasta coleção de arte contemporânea da proprietária, optou-se pelo branco como cor única e unificadora de todos os diferentes materiais utilizados, como o autonivelante no pavimento, as carpintarias em MDF lacado para os roupeiros, aparadores, portas e estantes, a chapa metálica nas escadas e respetiva guarda, com exceção da casa-de-banho social em preto (pedra e MDF lacado). Diferentes materiais que se combinam na tentativa de criar um espaço coerente e unificado.

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