Por a 26 Janeiro 2023

Depois de trabalharem juntos no Studio Casiraghi, Aurélien Raymond e Costanza Rossi decidiram em 2020 fundar o seu próprio estúdio – o Studio Akademos. O primeiro projeto residencial da dupla em Paris, espelha as suas influências e inspirações.

Projeto: Studio Akademos / Fotografias: François Coquerel

Aurélien Raymond e Costanza Rossi conheceram-se no Studio Casiraghi, enquanto trabalhavam em projetos internacionais, residenciais e comerciais do aclamado estúdio parisiense liderado por Fabrizio Casiraghi. Ambos arquitetos, em 2020 decidiram fazer uma parceria e fundaram o Studio Akademos, sobre o qual dizem que materializa uma estética que funde três universos: o apogeu do Café Society e as suas festas e recepções sumptuosas, o glamour e a vanguarda dos anos 1970 e, o próprio tempo de ambos e a sua busca pelo lado prático e funcional no uso. 

Aurélien apaixonou-se pelo design de interiores quando trabalhava como freelancer para arquitetos famosos como Pierre Yovanovitch ou Emmanuelle Simon. Já Costanza, tendo crescido em Carrara – conhecida pelas suas espetaculares pedreiras de mármore – e tendo passado parte dos seus anos de universidade em Veneza, ganhou um olhar aguçado para materiais, detalhes e beleza.

As suas influências e inspirações estão bem espelhadas naquele que é o primeiro projeto residencial da dupla em Paris e que se traduziu na remodelação de um apartamento localizado num edifício Art-Deco. Inspirados pela década de 70, a dupla de arquitetos usou espelhos, laca e aço inoxidável para um diálogo harmonioso entre os dois períodos.

Armários espelhados do chão ao teto no corredor, dramatizam a experiência arquitetónica que é o apartamento e marcam visualmente a transição entre as áreas destinadas à circulação e as destinadas a espaços de convivência.

A zona social é composta por sala de estar e sala de jantar e ambas estão repletas de referências a alguns dos maiores designers de interiores do século XX, como François Catroux, Tony Duquette ou mesmo Billy Baldwin.

A lareira de marfim e laca preta cercada por grandes espelhos constitui a primeira parte da sala de estar. Aqui, a dupla criou ainda dois nichos em cada lado, para conseguir o chamado “efeito uau”.  Na sala de estar, um “pequeno teatro” funciona como um subterfúgio arquitetónico para esconder a TV atrás de um par de grandes cortinas de cetim azul. A mesa de centro foi complementada com vários objetos preciosos, como uma caixa e uma bandeja de Katsu Hamanaka. A sala de jantar, no centro de uma grande janela em arco, foi desenvolvida como uma área de receção acolhedora e convidativa. Para aqui, o Studio Akademos projetou uma grande mesa de jantar laqueada, usando a década de 1930 como referência, bem como um lustre escultural de cerâmica esmaltada.

Antigos boudoirs de nomes como Barbara Hutton ou Marie-Laure de Noailles foram usados ​​como fontes de inspiração para criar o quarto principal, pensado como um espaço mais íntimo e sensual. Uma penteadeira de mogno laqueada e feita por medida foi fixada contra dois grandes espelhos e complementada com objetos preciosos, como conchas banhadas a prata Buccellati e uma esfera de cristal de rocha Maison Goossens. Outra peça feita por medida foi a cabeceira de aço inoxidável acetinado, que confere um contraste visual direto com a tapeçaria de parede Aubusson do século XVII atrás. Duas mesinhas de cabeceira em mogno laqueado completam o conjunto e trazem um toque mais quente ao ambiente.

Por último, o quarto de banho principal foi desenhado a partir do imaginário dos transatlânticos da década de 1920. Destaque para o mosaico cerâmico azul royal, a presença do aço inoxidável acetinado e a sensação geral Art-Deco. No quarto, a dupla de arquitetos destaca também o painel de parede chinês do século XVII e uma saboneteira de cristal de rocha Maison Goossens  que, explicam, cria um efeito “kitsch chic”.

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