Por a 6 Julho 2020

Há os amantes de cores neutras e há os apreciadores de ambientes coloridos. Entre os últimos, são poucos os que arriscam na exuberância de um rosa intenso, mesmo aliado ao cinzento.

Fotógrafo: Denilson Machado, do MCA Estúdio

Gustavo Passalini assinou o projeto de reforma e decoração de um apartamento situado no Leblon. São 110m2 pensados à medida de um jovem casal que pretendia uma habitação jovem sofisticada,e com design!

O imóvel era antigo, e a sua planta desatualizada obrigou a uma modificação completa. Na sequência da remodelação, sala e cozinha ficaram integradas, embora com a possibilidade de se isolarem através de paineis de correr desenhadas pelo arquiteto e executadas em madeira tauari.

Tendo em conta que os proprietários recebem muitos amigos em casa, esta ideia de ocultar a cozinha sempre que pretendido, mostrou-se bastante atraente para o casal.

Do ponto de vista decorativo, o elemento central da sala é o enorme tapete rosa em degradé, uma sugestão do arquiteto para contrariar a restante base da habitação, assumidamente neutra.

Na sala, além da vivacidade do tapete cor de rosa é também de notar a parede com banco e prateleira integrada, totalmente cimentado ao longo de toda a parede desta área social.

Tanto serve de apoio a objetos, livros e equipamentos como também de assento da mesa de jantar. Este recurso engendrado pelo arquiteto Passalini retirou o melhor aproveitamento da planta mas também aumentou a sensação de amplitude no espaço.

Às restantes paredes foi dado um acabamento com efeito cimento para manter a uniformidade.

“Fiz diversos testes junto da equipa que trabalhou na pintura até chegar ao cinza clarinho, quase off white. Os moradores gostaram tanto do resultado que decidimos aplicar o mesmo acabamento no teto”, conta o arquiteto. “Essa continuidade foi fundamental  porque trouxe mais aconchego ao espaço, comparado-se ao tradicional teto branco. Por mais que o cimento queimado seja considerado um elemento frio, neste novo contexto surtiu o efeito contrário”, acrescenta.

Para ajudar a aquecer o ambiente, a marcenaria executada em tauari cumpre muitíssimo bem esse papel. Este é, aliás, um elemento constante em toda a casa, desde a guarnições, paredes ou portas de correr.

Este é, na verdade outro dos pontos altos deste projeto: a grande caixa de madeira da sala com as portas de correr que permitem isolar a cozinha. Quando fechadas, é dada a sensação de existir uma caixa de madeira e um hall privado.

A criação de um lavabo fazia parte dos objetivos dos proprietários e embora as dimensão seja escassa, a utilização de diversos espelhos amplos permite a sensação de maior amplitude.

No quarto de casal, os materiais e a paleta de cores seguem a mesma linguagem de todo o apartamento: cimento, madeira tauari, cinza, grafite. O espaço foi potenciado com um closet com portas de correr e um espelho que camufla a televisão.

Aqui, o ponto de cor acontece na poltrona verde esmeralda.

Relativamente à casa de banho da suite foi criada uma espécie de “envelope”, incluindo o teto, em porcelanato que imita mármore nero marquinha.

Por fim, no quarto de hóspedes, a opção recaiu para um sofá-cama igualmente desenhado por Gustavo Passalini para que o espaço se convertesse em escritório sempre que não estivesse a ser utilizado por visitas.

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