Por a 21 Abril 2020

A equipa do atelier português DING DONG ajuda os leitores da Urbana a escolher o melhor revestimento de parede em função da casa e da área a aplicar.

Perguntámos aos elementos que compõem o estúdio criativo DING DONG, jovem atelier de interiores, sediado no Norte do país, como é isto de escolher um revestimento para as nossas paredes, soluções, alternativas ao papel, e depois os riscos, indecisões e erros fáceis de cometer, entre outras dúvidas. Eis as respostas.

Maria João Gonçalves, Michael Miranda, Davide Gomes


Um papel pode ser uma opção a considerar para qualquer casa, mas não tem de ser uma exigência. Este é o primeiro ponto para mimMichael Miranda

Há uma imensidão de outras soluções que não passam por recorrer a papel de parede, nomeadamente pintar com uma tinta visualmente agradável e apelativa ao tato ou, numa versão mais sofisticada, mas muito confortável, forrar as paredes com tecido esticado ou couro.

Dentro deste tema, há no mercado uma escolha cada vez maior de revestimentos de parede que não são necessariamente só papel. Existem tecidos contra-colados em papel, palhas, ráfias, etc.

Os exemplos que apresentamos enquadram-se nesta variedade mais abrangente dos “revestimentos de parede” que, de forma genérica, chamamos papel de parede.

VAMOS ESCOLHER O PAPEL – Comece por analisar a divisão da casa em questão e responda a algumas questões como: Quer ampliar o espaço? Então procure um papel com textura que proporciona profundidade, por exemplo.

Élitis, papel Washi e tecido Invitation; foto: Yasmine Bohéas

ESPAÇOS PEQUENOS – Um outro ponto importante, quando se trata de compartimentos pequenos, e contrariamente ao que geralmente se pensa, é que podemos ter uma atitude mais ousada e escolher algo que não seja óbvio. Arrisque e surpreenda-se! Pode ser uma cor escura (se, por exemplo, tiver bastante luz), com caráter forte ou um padrão que reveste todo espaço.

PORTAS E RODAPÉS – Tem umas portas e rodapés com uma cor de madeira que não lhe agrada muito? Procure um papel agradável em todos os sentidos (visual, tátil); a cor e a textura ajudam a diluir e a atenuar a madeira. É um jogo de equilíbrio e de reorganização do espaço. Vai ver que o resultado pode ser muito satisfatório.

CORES E PADRÕES – Quer ter mais cor, padrão, um motivo que complemente o ambiente? Em vez de seguir o que ditam as tendências ou o que os outros lhe dizem, a escolha acertada é aquela que o faz sentir bem, que o faz sorrir e sobretudo aquela onde consegue imaginar-se naquele ambiente.

CERTOS E ERRADOS – Riscas, padrões, texturas ou cores, não há regras nem códigos de conduta nesta escolha tão pessoal. Tenha apenas em atenção que para uma casa de banho ou uma cozinha existem revestimentos vinílicos que são por si só mais resistentes e mais adequados a estes compartimentos. De qualquer forma, e se estivermos consciente das escolhas, tudo é possível.

Pessoalmente, uma recomendação que faço, é não aplicar um papel de parede isolado num plano e esperar que o resultado final seja brilhante… não vai acontecer.

CABECEIRA DA CAMA – Um exemplo disso é a aplicação apenas na parede da cabeceira da cama, em que na maioria das vezes o resultado é desastroso e muito pouco eficaz. O espaço é cortado sem um pensamento global e que enquadre aquela escolha.

Devemos pensar no revestimento como uma parte do todo, ele não é por si só o protagonista do espaço.

Acho preferível escolher um papel que “embrulhe” toda a sala ou quarto, numa atitude mais gestual e decidida.

COMBINAÇÕES POSSÍVEIS – Um outro aspeto importante, e que parece tão simples mas que aparentemente suscita algumas dúvidas, é a colocação de elementos em cima do papel de parede: quadros, espelhos, móveis ou candeeiros (aplicar sem timidez). Estes elementos, se bem escolhidos, vão atribuir camadas, enriquecer muito mais e complementar o espaço. O papel, mais uma vez, é apenas uma parte do todo.

Seda bordada contracolada em papel, Pierre Frey

O contexto em que o aplicamos é que faz dele único e irrepetível.

ARMÁRIOS, ABAJURES, GAVETAS…. Para além disso, podemos utilizar papéis de parede para as portas de armários, biombos, num abajur ou em interiores de armários (como tem vindo a ser utilizado há vários séculos).

Papel estampado, Dedar

FATOR SURPRESA – A título de exemplo, pessoalmente, acho particularmente interessante entrar numa casa de banho social e ser surpreendido. E o papel de parede pode ajudar muito neste efeito pretendido .

Palha entrançada e tingida, Phillip Jeffries

A WISHLIST DE MICHAEL MIRANDA

Há muitas marcas (e pelos exemplos dá para perceber isso) de que gosto particularmente: Phillip Jeffries, sobretudo pela componente das fibras naturais como as palhas, ráfias e sedas e com texturas muito interessantes; Dedar, para superfícies mais surpreendentes e contemporâneas. E por último a Élitis que se destaca neste universo dos papeis pelo lado natural, mais uma vez, mas muito experimentalista, sempre com a noção de artesanato e manualidade muito presentes.
Recomendo ver uma das últimas coleções de papel, a “Paper Sculpture” (Amakusa, Sado e Chiburi), um universo de originalidade e artesanato contemporâneo.

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