Por a 11 Junho 2024

É mais pequeno do que o que procurava, mas entre outras coisas, a varanda ao nível da copa das árvores arrebatou-lhe o coração. O arquiteto remodelou o apartamento sem fazer alterações à planta original, deixando-o à sua imagem e atestanto que, com imaginação é possível contornar a falta de área.

Projeto: Rodolfo Consoli / Fotografias: Luiza Schreier / segundo memória descritiva

Esta é a mais recente morada do arquiteto brasileiro Rodolfo Consoli. Com apenas 42m2, o apartamento – que, confessa o próprio, acabou “por ser menor do que eu queria”, ganha por estar voltado para a rua e por ter uma varanda que fica à mesma altura das copas das árvores.

Segundo conta, não houve alterações à planta original. As modificações mais significativas foram a instalação de uma drywall na cozinha para esconder a porta de serviço e o rebaixamento do teto na casa de banho e cozinha, para esconder algumas vigas e colocar iluminação.

A sala e o quarto já eram integrados, com um portal entre eles. “No início, pensei em separá-los com portas de correr, mas depois decidi manter tudo aberto por ser mais funcional no dia a dia”, explica o arquiteto.

Quando Rodolfo alugou o apartamento, as paredes e o teto já estavam pintados de branco e bege e ele decidiu manter. As ombreiras das portas e a sanca, ambas originais, também foram preservadas, porque, conta, para além de charmosas remetem para o ano de construção do prédio.

Toda a marcenaria foi desenhada pelo próprio arquiteto e recebeu acabamento em madeira clara, “para que objetos, quadros, roupa de cama e tapete coloridos fossem inseridos sem pesar visualmente nos espaços”, explica.

“O tapete com riscas em tons rosados conversa bem com o rosa e o bege que escolhi para ser a base da casa, presente, inclusive na roupa de cama em linho”, sublinha Rodolfo. E “pintei as paredes e o teto da casa de banho com tinta azul para fazer alusão ao mar, que é tão próximo”, acrescenta. O piso em taco de peroba-do-campo é original do apartamento e já tinha sido restaurado quando o arquiteto recebeu as chaves. “Por ser um apartamento na praia, com muita luz natural, seria um crime escolher tons escuros”, acrescenta.

Para a decoração, que segue um estilo contemporâneo, Rodolfo apenas reutilizou a televisão e a cama – ambos vieram do anterior apartamento. Todos os outros itens foram adquiridos aos poucos desde que se mudou, há cerca de dois anos.  “Procurei peças de design nacional e internacional visualmente leves. Também encontrei muita coisa em leilões e antiquários. O sofá do Sergio Rodrigues, por exemplo, estava em péssimo estado. Restaurei a madeira e a espuma e estofei em couro. Do mesmo designer, o banquinho Marcos, em jacarandá, também foi totalmente renovado. As cadeiras Girafa, da Lina Bo Bardi, por serem pequenas, ficaram perfeitas na sala. A base da mesa de jantar foi desenhada por mim e executava em folha de carvalho natural, com tampo de mármore calacata ouro italiano”, explica o arquiteto.

Outro destaque no projeto é o aparador aéreo desenhado pelo próprio arquiteto, fixado por baixo da televisão, com um tampo em nicho para receber a máquina de café expresso, um bar e uma pequena coleção de taças antigas.

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