Localizado no Leblon, este apartamento fica no último andar de um edifício cilíndrico dos anos 50. A sua planta redonda de 400m2 foi remodelada para ser o novo lar de uma família composta por pai e três filhos jovens.
Projeto: Roberto Souto + Leila Bittencourt / Fotografias: André Nazareth
O novo proprietário deste duplex de 400m2 (dos quais 80m2 são de área exterior), contou com a ajuda do designer de interiores Roberto Souto para criar o lar perfeito para morar com os seus três filhos. O apartamento de planta redonda, fica no alto de uma torre cilíndrica, projetada pelo arquiteto P. K. Nielsen, nos anos 1950.
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A remodelação foi iniciada por outro escritório, mas, no decorrer do processo, Roberto, que faria o projeto de interiores posteriormente, acabou por assumir a obra também. O designer conta que, na época, trabalhava com a arquiteta Leila Bittencourt e, por isso, o projeto foi feito a quatro mãos. “De uma forma geral, o cliente pediu-nos quatro quartos espaçosos e uma área social generosa, para poder receber de forma confortável a família”, conta.
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No primeiro piso – como o existente já atendia às necessidades da família e os espaços estavam em bom estado, o foco do projeto foi a decoração. Já no segundo piso, além da remodelação do jardim interno existente, foram criados uma nova suíte com closet, um lavabo, uma sauna com paredes de vidro e um espaço gourmet na área exterior.
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O conceito principal do projeto foi criar um apartamento confortável, para uma família que gosta de estar em casa, num estilo contemporâneo mas pontuado por elementos clássicos. Na decoração, quase todo o mobiliário foi comprado ou projetado para o apartamento, com destaque para as quatro poltronas Paraty e a poltrona Mole (de Sergio Rodrigues), as cadeiras de jantar Joy, o banco Blade, a mesa de centro Bank e o sofá Matrix (de Jader Almeida) e a mesa de jantar Disco (de Pedro Useche).
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O designer escolheu também as obras de arte, especialmente em antiquários e leilões, dando início a uma coleção, que rapidamente ganhou corpo e se espalhou por todo o apartamento. “Começámos a coleção do zero. Inicialmente, investimos apenas em gravuras de artistas com valor mais acessível, mas, à medida que o cliente começou a tomar gosto, fomos ao encontro de trabalhos mais relevantes, de artistas consagrados, como Julio Villani, Jorge Guinle, Renata Tassinari, entre outros”.
Mas a procura não se ficou por ali e acabou por envolver também tapetes e peças de mobiliário brasileiro vintage, como as poltronas Oscar e o banco Magrini (em jacarandá da Bahia, do Sergio Rodrigues), as mesas de centro do living, os banquinhos de tronco de árvore usados como mesas laterais (do Zanine Caldas) e as cadeiras de jantar (de Giuseppe Scapinelli).
A paleta de cores adotada no projeto, bem como a grande variedade de texturas dos materiais, tem uma base neutra, pontuada por cores não só nas obras de arte como também nos estofamentos dos móveis, em tons ligeiramente mais quentes.
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O piso original em taco, foi recuperado e mantido, enquanto o piso do segundo andar foi revestido com mármore, com exceção da suíte principal que ganhou tacos de peroba-do-campo, paginados em espinha de peixe. Para deixar os espaços ainda mais acolhedores, algumas paredes foram cobertas com painéis em peroba natural, ora lisos ora ripados, enquanto a marcenaria da área exterior foi executada em madeira cumaru por ser mais resistente ao tempo.
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Roberto Souto finaliza dizendo que, “Trabalhar num edifício redondo foi bastante desafiador, pois a indústria não produz para este formato”, dando como exemplo, “na área exterior do piso superior, por exemplo, fizemos um extenso banco de marcenaria em grandes blocos de madeira para acompanhar a curva”, finaliza.