Por a 23 Abril 2024

Os proprietários desta casa, de origem espanhola e italiana, adquiriram a mesma durante o verão de 2020, em plena pandemia, com a intenção de renová-la à distância, uma vez que viviam em Barcelona na altura. Alguns meses mais tarde, decidiram deixar Barcelona e instalar-se com as suas duas filhas de 3 e 5 anos nesta pequena aldeia italiana de 300 habitantes.  

Fotografias: Meritxell Arjalaguer / segundo a memória descritiva

A casa rural está situada num edifício típico da Toscana, no pequeno centro histórico de Montisi, cidade que faz parte de um dos cinco municípios incluídos no Val d’Orcia, Património Mundial da UNESCO.

Inteiramente renovada, segundo a visão, gostos e orientações dos proprietários, a casa mantém a sua autenticidade, preservando a arquitetura original e as características das diferentes épocas que viveu: frescos de 1800, piso em terrazzo de 1930, entre outros detalhes.

“Fomos à procura da essência da casa, despojando-a de elementos desnecessários acrescentados nas últimas décadas, dando-lhe, apenas, o que ela pedia”, explicam os proprietários. O edifício original data do século XIV, mas ao longo do tempo as características arquitetónicas e estéticas de cada período foram adicionadas ao edifício como um todo. Em 1800, o edifício contíguo e o edifício ‘Umberto 121’, nome deste projeto, faziam parte de um único volume dedicado à produção de fórmulas farmacêuticas, sendo este último a residência dos proprietários. O edifício teve diferentes donos — quando os atuais proprietários o adquiriram, pertencia a uma família de banqueiros.  

A casa tem cinco quartos duplos, uma grande sala de estar, zona de estudo e lareira, cozinha, sala de jantar e jardim. Com uma superfície total de 350 metros quadrados e 400 metros quadrados de área de jardim, a residência familiar é um reflexo de vários edifícios medievais no centro histórico de Montisi.  

Tanto os quartos como as áreas comuns foram renovados com toda a atenção aos pormenores. Foram mantidas as suas características originais: portas e pavimentos, vigas expostas e belos frescos do século XIX. “Quando comprámos a casa, as paredes de dois dos quartos estavam cobertas de frescos, mas sabíamos que tinha de haver mais”, explicam. Assim, novas paredes decoradas com frescos começaram a ser descobertas, evidenciando e deixando provas dos vestígios do passado. 

Outro dos elementos originais encontrados, neste caso da década de 1930, foram os pavimentos em graniglia (terrazzo), que foram simplesmente polidos e, nalguns casos, viram ser removidas as camadas de grés que os cobriam.  

No primeiro andar encontram-se as principais áreas comuns: sala de estar, escritório e biblioteca, sala de jantar, cozinha e jardim. O acesso a este último pode ser feito a partir da cozinha e da sala de jantar. O primeiro andar tem também um quarto duplo recentemente criado e uma casa de banho privativa. Neste quarto, o chão e as paredes com frescos foram restaurados.  

O primeiro andar tem quatro quartos duplos, todos com casa de banho privativa. Neste piso, os pavimentos em tijoleira não puderam ser recuperados, pelo que os dois primeiros quartos foram revestidos com parquet de carvalho. Os dois quartos com frescos estão separados por uma grande passagem com duas poltronas e uma zona de leitura.  

Cada uma das divisões da casa conta uma pequena história e tem a sua própria identidade. Os proprietários procuraram valorizar a autenticidade de cada divisão e, a título de exemplo, procuraram nos mercados locais candeeiros originais de diferentes épocas, bem como peças de mobiliário compradas a vários antiquários italianos e espanhóis. Entre o mobiliário de produção atual, encontram-se vários exemplos do melhor design italiano e espanhol, como os candeeiros Santa & Cole. 

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