Por a 2 Abril 2024

Com direção criativa do consagrado Guilherme Torres, o apartamento Heritage é a morada de uma família de quatro pessoas, o casal e os seus dois filhos adolescentes, e reflete o seu desejo de habitar num espaço onde a sensação de acolhimento é um dos pilares.

Projeto: Guilherme Torres / Fotografia: Denilson Machado, MCA Estúdio / Adaptação: Isabel Figueiredo

O edifício tem apenas um apartamento por andar e usufrui de uma vista privilegiada para a grande metrópole: a cidade de São Paulo. A casa soma 570 m² de área total e, por também ser o lugar por excelência para receber amigos e familiares, o projeto de interiores foi pensado a partir da secção de duas zonas: a social e a íntima.

Na zona social, a integração da sala e da varanda dá-lhe todo o protagonismo, transformando o espaço numa sala de estar de grandes dimensões, em jeito de sala de cinema. O living é integrado com a sala de jantar e a área gourmet e, como tal, tudo acontece no mesmo espaço.

Por seu turno, a cozinha isola-se, visto ter uma estrutura industrial, tendo sido pensada para eventos e comemorações.

A zona íntima desenrola-se em cinco suítes, uma para cada filho, a suíte do casal, outra que recebeu um novo uso, uma sala de jogos, e ainda outra destinada a receber os convidados da família. A master suíte do casal é a mais ampla e inclui um grande closet. A suíte tem ainda uma casa-de-banho para cada um dos elementos do casal. A área de serviço foi destinada para a parte mais escondida do apartamento, abrigando a cozinha, o lavabo social e a adega.

“O projeto aborda a materialidade de maneira instigante, como dois materiais completamente opostos, mas que se unem e integram de uma forma súbtil e sofisticada“, explica Guilherme Torres. A madeira de carvalho europeu, material leve e suave, em contraste com a pedra Basaltina, material mais duro, dialogam com harmonia. A madeira foi sobretudo utilizada nas zonas íntimas e social, com o intuito de manter o conforto.

Todo o apartamento assenta a sua materialidade e paleta na madeira clara, com a presença do carvalho natural no piso, teto e paredes. A pedra natural, também usada, atua como o contraponto ao não ser trabalhada de forma rústica, mas sim de forma súbtil, com um acabamento refinado, liso e claro, prolongado a suavidade e a continuidade dada pela madeira.

No hall de entrada é utilizada uma madeira preta, para que assim que se entra em casa a receção seja densa, convidando a mergulhar num ambiente escuro, e a seguir percorre-se o caminho em direção à luz, criando, dessa forma, uma atmosfera poética entre o claro e o escuro e os jogos de luz e sombra.

O projeto tem como intuito proporcionar uma sensação de uma casa nas montanhas, em questões encontradas no conforto da madeira e na rudeza das paredes. Um apartamento com a sensação de casa, com vista para a cidade, como se o observador estivesse numa encosta.

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