Por a 25 Janeiro 2024

Construído nos anos 1940 para ser o maior e mais luxuoso hotel – cassino da América do Sul, o Quitandinha, localizado em Petrópolis, no Brasil, contempla hoje 440 apartamentos com áreas que variam entre os 20m2 e os 180m2.

Projeto: Manoela Fleck Fotografia: Raiana Medina / segundo memória descritiva

Com apenas 30m2, a arquiteta Manoela Fleck assina este micro apartamento, que funciona como segunda residência  e que está inserido no Quintadinha, o famoso hotel que foi construído para ser o maior e mais luxuoso hotel-cassino da America do Sul e que nos primeiros anos chegou a hospedar famosos de projeção internacional, como Carmen Miranda, Walt Disney, Greta Garbo, Orson Welles e Evita Perón.

Conta a história que, o então hotel, inaugurado em 1944, começou a enfrentar dificuldades com a proibição dos jogos de azar, em 1946. A partir daí, as suas suítes foram transformadas em apartamentos para habitação.Foi o caso do apartamento que mostramos, adquirido por uma cliente para segunda residência.

Com as chaves na mão, a nova proprietária pediu à arquiteta para que o novo projeto fosse pensado para uma moradia fixa (e não apenas um local de fim de semana), com direito a uma cozinha completa, uma decoração leve e acolhedora, e soluções práticas para reduzir o risco de acidentes domésticos.

Embora tenha sido completa, a remodelação não alterou a planta do imóvel, já que, desde o início, havia uma grande preocupação da cliente em preservar o pavimento original da sala (em tons claros e escuros como um tabuleiro de damas) e o piso de pastilhas cerâmicas da cozinha e da casa de banho.

Na decoração, foi adotada uma paleta de cores suaves – em tons de azul, rosa e off white – para criar a atmosfera leve, calma e romântica solicitada pela cliente. Todos os móveis, adornos e marcenarias são novos e algumas peças vintage foram encontradas num antiquário local, como são exemplo as duas cadeiras Lucio, criadas pelo designer Sergio Rodrigues em 1956.

No que diz respeito aos acabamentos, foram escolhidos materiais naturais, como o linho, algodão, madeira e couro. A arquiteta destaca também a zona de dormir, nomeadamente a cama com gavetas por baixo, e a divisória de ferro, madeira e linho, desenhada pela própria arquiteta.

“O nosso maior desafio foi renovar e atualizar todo o apartamento, preservando ao máximo a arquitetura de interiores original, já que se trata de uma construção icónica na ‘Cidade Imperial’, com uma história tão rica”, conclui a arquiteta Manoela Fleck.

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