Por a 23 Janeiro 2024

A coleção Lares cresceu e, depois das jóias, a Heimat Atlantica lança uma coleção de vasos e cestas, casando o artesanato antigo com uma série de referências históricas. Lares é um amuleto, presente nas várias peças da marca, pensado para proteger as nossas casas e inundá-las de amor. 

Texto: Isabel Figueiredo

A Heimat Atlantica foi fundada em 2016 por Montserrat Álvarez, que quis criar uma marca 100% ‘made-in-Europe’ focada em preservar e revisitar os conhecimentos específicos das mulheres que vivem na costa atlântica de Espanha e de Portugal. “A Heimat Atlantica é, acima de tudo, um projeto sobre como tecer a tradição na modernidade por meio dos processos, da história da arte, do design e da colagem no espaço, nas convenções e no tempo”. A marca ganhou popularidade graças aos seus cestos coloridos, de edição limitada, enfeitados com talismãs de porcelana, conhecidos por trazerem amor a quem os usa. 

A nova coleção exibe peças inspiradas em artistas romanos e em referências que a designer admira, como o famoso rosto surpreso da “Bocca della Verità”. 

Todas as peças de cerâmica são feitas por artesãos, que misturam porcelana com minerais para obter um acabamento com efeito de mármore. “O rosto levemente surpreendido “Bocca della Verità”, esculpido pelo italiano Mario Ceroli num pórtico em Roma, assim como as peculiaridades dos desenhos dos vasos pré-colombianos do designer francês Ronan Bouroullec, são algumas das referências e “uma forma de evocar a alegria de viver”. O nome Lares é inspirado nas divindades guardiãs romanas, consideradas protetoras do lar e de tudo o que nele se guardava, do tempo em que Montserrat viveu em Roma, quando estudava história da arte.

“Quis criar talismãs para o lar e para usar, protegendo-nos e cuidando de nós mesmos, na nossa jornada pela vida”, revela. No primeiro dia, quando a designer visitou a oficina do ceramista galego Mario Feijoo, na Galícia, descobriu uma espécie de pedras de mármore no jardim do seu ateliê. “Apaixonei-me pelas pedras e, quando ele me contou que misturava os componentes da porcelana com minerais para obter aquele acabamento tipo mármore, fiquei maravilhada. Para mim, era como uma espécie de alquimia e é muito singular, porque a cor não é uma decoração: faz parte do grés cerâmico.

Decidi que deveríamos mostrar ao mundo aquele material excecional, a que Mario chama ´cerampedra´ (cerâmica-estanho em galego). Uma vez formadas, as peças são montadas nas suas bases de prata por Angel Porto, um ourives de Santiago de Compostela, especializado no trabalho tradicional galego de misturar prata com jato. A coleção está à venda no site da Heimat Atlantica. 

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