Por a 29 Agosto 2023

Uma porta amarela, foi o único pedido dos clientes desta casa. Guilherme Torres, que assina o projeto, agarrou a cor que é sinónimo de alegria e prosperidade e valorizou-a nos interiores.

Projeto: Guilherme Torres / Fotografia: Denilson Machado / segundo memória descritiva

Protegida da rua por um muro de pedra, a transição do interior para o exterior acontece de forma natural. O projeto, explica Guilherme Torres, segue um programa clássico. “Em termos programáticos, as minhas casas são convencionais, refletem a leitura dos espaços tridimensionalmente, e a sua distribuição. E é neste ponto que o projeto começa a apresentar diferenças”, refere o arquiteto autor do projeto.

A casa, foi totalmente desenhada tendo em vista a total integração dos jardins com as áreas de convivência, relata o arquiteto. “Em vez de considerar o limite de construção, levei em conta o recuo como alinhamento, para poder fazer um jardim fora de casa. Acredito que não basta construir, temos de devolver algo à cidade”.

Para Guilherme Torres, o terreno é soberano, pois é nele que se vai perceber como a construção vai ficar. “Tive a felicidade de encontrar o lugar certo”, confidencia. “Para conseguir aplicar alguns conceitos, é necessário um casamento entre o arquiteto e o terreno, por isso, para mim ele é o meu verdadeiro cliente. Sempre que olho para o terreno, ele dá-me a solução”, comenta.  Seguindo esta linha, todos os ambientes da área social transformam-se numa varanda, emoldurados gentilmente pela arquitetura.

A fachada foi trabalhada com muitos volumes de fora para dentro. “O meu processo de construção é sempre muito puro. Gosto de sobrepor volumes e utilizo os princípios básicos da escola modernista. Então, por exemplo, no piso térreo, aproveitei a altura dos muros para criar uma área de vidro, que ao ser aberta cria sua própria paisagem”.

Guilherme Torres utilizou na sua linguagem construtiva três tipos de materiais. “É muito bom criar um projeto explorando só a luz, só o jardim e só as texturas dos materiais. Nisso reside a verdadeira beleza da arquitetura.”

A estrutura da casa é executada em betão, numa técnica construtiva que possibilita os acabamentos apareceram. “Utilizei materiais que permitem a continuidade visual. As janelas são de alumínio de aço escovado, que oferecem uma ótima limpeza. Usei alvenaria branca e, nos muros, pedra.

“Não há como pensar uma casa contemporânea sem levar em consideração a iluminação e a ventilação”. Guilherme Torres dá prioridade à luz natural, para que a luz artificial possa ser dispensada durante o período diurno.

Por último, o arquiteto conta que, “uma das poucas coisas que os proprietários me pediram foi uma porta amarela, por isso, decidi partir desse ponto, valorizando o amarelo, uma cor extremamente positiva, que inspira alegria e prosperidade”.

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