Por a 26 Maio 2023

Pousada numa falésia no sul de Portugal, agraciada pelo som dos pássaros e com o oceano como cenário infinito, a Casa dos Mores ergue-se serena e protegida por majestosas árvores. O projeto é de Marlene Uldschmidt.

Projeto: Marlene Uldschmidt  / Fotografia: Renee Kemps / segundo memória descritiva

Ao sul de Portugal, mais concretamente no Carvoeiro, em Faro, Marlene Uldschmidt  projetou uma casa para proteger o amor de olhares indiscretos. Um miradouro excepcional no cimo de uma falésia, com vistas desafogadas para o oceano e para o horizonte infinito, mas aninhado numa vegetação exuberante e protegido das intempéries e dos olhares indiscretos por majestosas árvores. 

A casa é pura serenidade, impregnada do cheiro do mar e agraciada pelo som dos pássaros errantes, é o mais próximo que se sente de viver em férias permanentes.

A topografia existente ofereceu a oportunidade não tão comum, de projetar uma casa que desafia a distinção entre interior e exterior graças às janelas de altura total ao redor, mantendo a sensação de privacidade e isolamento exclusivo.

O edifício parece suavemente colocado sobre o penhasco, do qual segue cada queda e curva suave, cada sinuosidade e forma. O telhado também é cuidadosamente colocado, elevando-se em direção a um pinheiro secular próximo e sugerindo um diálogo aberto entre o agora e a eternidade, quase uma conclusão sem peso dessa delicada união de construção e terreno.

Para completar esta união perfeita, a utilização da madeira e do vidro minimizou o impacto que as paredes brancas tipicamente portuguesas teriam criado: luminosas e arrojadas, distintas e absolutas, quebrando a fluidez que caracteriza todo o design.

No interior, os espaços luminosos são definidos por elementos audaciosos como escadas de madeira e mobiliário personalizado de excelente qualidade. Duas grandes claraboias foram colocadas para maximizar a sensação da natureza dentro das paredes, que é um motivo distintivo da narrativa arquitetónica da casa.

Todos os espaços são amplos e abertos, com poucos elementos decorativos selecionados que os definem e fornecem caráter, permitindo que a qualidade e a textura da madeira maciça e do vidro desempenhem plenamente o seu papel.

A localização privilegiada e o clima ameno são fundamentais para exigir uma vida ao ar livre tão confortável quanto a interior e o estúdio de arquitetura levou a sério a tarefa: piscina personalizada, cozinha aberta, lareira embutida e caminho de pedra que conduz para um local secreto e romântico, de dois lugares, onde apetece partilhar um copo de vinho.

De salientar ainda que, a casa é autossuficiente, contando com bomba de calor, e vários painéis fotovoltaicos e solares, lembrando a todos que a sustentabilidade, nos tempos atuais, é o derradeiro bem de luxo.

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