Marta Lucena assina o projeto de interiores deste apartamento que serve uma família de cinco, onde as premissas foram amplitude espacial e boa iluminação natural, em benefício das opções de decoração, de arte e de design.
Projeto: Marta Lucena / Fotografia: Ricardo Junqueira / Texto: Isabel Figueiredo / Produção: Amparo Santa-Clara
Em Lisboa, junto ao Jardim da Estrela, numa zona que respira calma e que é, simultaneamente, tão central, este apartamento foi alvo de uma transformação que, hoje, o beneficia em todas as frentes. O projeto de interiores é assinado por Marta Lucena, que escolheu todos os materiais e coordenou a obra de remodelação. O casal e os seus três filhos usufruem hoje, assim, de uma casa ampla e bem iluminada, dividida em cinco divisões – tendo-se abdicado de um quarto para ampliar o espaço da cozinha -, entre elas duas suítes, um quarto e uma casa-de-banho, terraço de 170m2 e um outro, bastante mais pequeno, de 50m2.
No processo de remodelação, todas as casas de banho foram refeitas, abdicando-se das banheiras em benefício de cabinas de duche de dimensões generosas, bem como se aproveitou a obra de modernização para mandar fazer roupeiros à medida, garantia de mais arrumação.
Mais funcional e sem espaços perdidos, o apartamento em pleno coração de Lisboa, com o jardim tão próximo, goza da tranquilidade do bairro, e daquela luz de Lisboa, que a tantos encanta.
“Nesta casa, cozinhar e inventar novas receitas faz parte do dia-a-dia e é um tema importante”, diz-nos a sua proprietária! E em boa verdade, esta foi uma das razões por que esta transformação ter contemplado a remodelação e ampliação da cozinha fazendo dela um “espaço agradável, com pormenores de acabamentos e decoração que a tornam uma divisão onde apetece, de facto, estar, como um prolongamento da sala”. Aqui, onde toda a família se reúne todos os dias, o ato de cozinhar e de comer vai mais longe, servindo ainda as tarefas escolares, porque às vezes funciona como sala de estudo.
Todas as portas da sala e da cozinha foram removidas e substituídas por portas de ferro e vidro, abrindo estes espaços ao resto da casa; também os vãos foram abertos de modo a inundar a casa de mais luz natural, ampliando-a e facilitando a fluidez. O chão de madeira que cobre a totalidade dos espaços, incluindo a cozinha, foram uma das premissas de modo a que os ambientes dialogassem em harmonia e para dar uma “ideia de cozinha / sala”.
Por seu turno, as casas de banho, simples, foram equipadas com os mesmos materiais – “pois não são muito grandes” -, sublinhando-se esta necessidade de homogeneidade. A casa-de-banho principal recebeu um mosaico hidráulico e as restantes foram equipadas com Glass Stone, na cor branca, e tudo o resto recebeu um microcimento. Nesta linha, os tetos foram elevados de modo a dar maior amplitude ao apartamento, deixando algumas vigas à vista.
No que diz respeito à decoração, foram aproveitadas várias peças antigas de família, “como as cómodas da entrada, da sala e do quarto principal, que foram combinadas com quadros modernos – e são exemplo o quadro do pintor português Manuel Caeiro, por cima do sofá –, tecidos confortáveis e diferentes materiais, como as mesas de madeira ou a secretária de vidro.
“Queríamos um espaço, acima de tudo, harmonioso, que convidasse a ficar”, salienta.