Na ilha grega de Antíparos, um edifício histórico em pedra, datado dos anos 1930, foi reabilitado e transformado num charmoso refúgio paradisíaco à beira-mar.
Projeto: ARP – Architecture Research Practice / Fotografias: Giulio Ghirardi / segundo memória descritiva
Patitiri, que significa “lagar” em grego, é um edifício histórico em pedra, construído entre 1933 e 1936, junto à costa de Antíparos, uma pequena ilha das Cíclades. Era aqui que as pessoas se reuniam para praticar o processo tradicional de produção de vinho através da pisa da uva — pisando descalços as uvas colocadas em lagares para libertar o sumo e iniciar a fermentação. Vestígios antigos encontrados no mar indicam que a vinha é cultivada nesta região desde a Antiguidade. Ao longo do tempo, e através de várias mudanças de proprietário, o Patitiri transformou-se num refúgio paradisíaco à beira-mar.


A primeira decisão importante dos arquitectos foi respeitar o carácter idiosincrático do edifício e tratá-lo como um projecto de restauro, apesar de não possuir classificação patrimonial oficial. O seu estatuto quase emblemático na ilha e o papel que desempenha na memória colectiva do lugar orientaram a abordagem de preservação.



O exterior foi mantido intacto, e as paredes de pedra exposta foram restauradas e rejuntadas sempre que necessário. As únicas adições exteriores foram um lavatório de mármore recuperado no balcão exterior e uma mesa de mármore Dionysos desenhada por medida. Os antigos estores castanho-escuros foram também pintados de azul-claro para reforçar a atmosfera marítima.





No interior, os arquitectos preservaram os materiais existentes, introduzindo simultaneamente carvalho maciço pintado de branco e mármore de Naxos, proveniente da ilha vizinha.






A abordagem à planta assemelhou-se a uma técnica de acupuntura — pequenas alterações estratégicas para um impacto máximo. As intervenções concentraram-se na reorganização dos espaços interiores, sobretudo das casas de banho e dos armários de cozinha, para melhorar a funcionalidade.





A combinação de materiais naturais e locais com linhas depuradas cria uma harmonia entre a estética vernácula e a contemporânea. Este equilíbrio cuidado entre passado e presente estende-se a todos os detalhes arquitectónicos e ao mobiliário escolhido para esta residência de verão.