O estúdio nacional de arquitetura e design de interiores L’Éléphant assina o projeto de interiores desta casa de 200 m2 situada no Príncipe Real para uma viajante experiente que aqui desejava ter o seu refúgio — e que este representasse o seu estilo e fizesse com que se sinta em casa sempre que regressa.
Projeto: L’Éléphant / Fotografia: Francisco Nogueira / segundo memória descritiva
É um dos mais entusiasmantes bairros da cidade — o Príncipe Real — e, como tal, a casa teria de estar em linha com esta envolvência vibrante, para além de espelhar o estilo de vida de quem a habita metade do ano.
Para aqui, a equipa do coletivo L’Éléphant definiu, assim, uma persona chique e animada e o resultado é um espaço alegre e moderno, com uma sala ampla que se estende à sala de jantar, uma suíte principal e um quarto de hóspedes, alimentados pela sua paixão por cor, texturas e elementos inusitados que convivem sem litígios naqueles 200 m2 de área.
“A ideia foi criar um cenário que não só representasse o caráter e modo de vida da nossa cliente – sofisticado, cosmopolita, arrojado –, mas que também revelasse detalhes do seu país natal, o Brasil. Recorremos a uma mistura de cores e texturas com algumas peças personalizadas para criar um espaço único”, explicam.
Quando o apartamento foi adquirido, havia já sido alvo de uma intervenção que preservou a sua alma clássica, dotando-o agora de mais conforto, modernizando-o. Das premissas fazia parte a necessidade de “uma decoração arrojada, chique, citadina, mas com cor e alguma alusão ao Brasil. Quisemos brincar com o clássico e abusar na mistura de cores e texturas”.
O contacto foi natural, porque a cliente, nas muitas visitas a Lisboa, tinha por hábito passar pela loja do ateliê e, na altura da aquisição do apartamento, o nome L’Élephant surgiu, eventualmente, no seu top of mind. Servindo como a sua base em Lisboa sempre que está na cidade, e não se tratando de uma casa de férias, o apartamento teria de receber e acolher com o máximo de conforto, cumprir com todas as necessidades de bem-estar e ecoar as experiências, gostos e estilo de vida da sua habitante.
“Quando se faz uma casa para alguém que transita entre várias capitais do mundo, apetece trazer referências de vários pontos do globo. O mote da cliente foi ‘quero uma casa que me deixe alegre quando chego’ e foi essa a nossa maior inspiração”.
A sala é muito comprida, abrangendo toda a largura do edifício e, por isso, foi dividida em três zonas diferentes: duas áreas de estar e um ambiente de jantar. “Quisemos intencionalmente que fossem diferentes, brincando com tecidos e padrões”.
“Quero uma casa que me alegre quando entro” foi a frase determinante para imaginar o espaço do hall de entrada. “Um espaço alegre, sofisticado e indicativo de que estamos a entrar numa casa arrojada”, assinalam. “O hall de entrada resume a intenção de toda a casa e espelha muito bem a nossa cliente. Quando o espaço reflete quem o vai habitar, é sinal de que cumprimos o objetivo”.
A suíte principal é muito elegante e atual, com as suas paredes vestidas de seda natural, num diálogo de sobreposições muito inteligente. Por seu turno, o quarto de hóspedes, com um papel de parede de inspiração indiana, assume um ar mais impactante, e sempre confortável.
São várias as peças do coletivo nacional presentes neste espaço. E dão como exemplo o tapete e as peças de acrílico emolduradas na sala, a mesa da zona de estar em frente ao sofá, os sofás laranja, a intervenção em cadeiras clássicas na sala de jantar e as peças de estofo dos quartos. Toda a iluminação geral é técnica, quase invisível — “Nalgumas zonas-chave, utilizámos lustres antigos, bem como contemporâneos” — e foi escolhida com base nos catálogos da renomada Catellani & Smith.
“A cliente deu-nos total liberdade criativa, tendo tido connosco apenas uma reunião introdutória. Disse-nos que queria ser surpreendida, o que é igualmente estimulante e assustador”, finalizam.