Por a 16 Abril 2024

A música dos Delfins vem-nos à cabeça quando entramos neste apartamento, com vista para o azul da famosa baía, com o oceano atlântico mostrando-se sereno ou agitado. Uma renovação que se revelou um grande desafio para Luísa Castro, a autora do projeto de arquitetura de interiores e de decoração. 

Projeto: Luísa Castro / Fotografia: António Moutinho / Produção: Amparo Santa-Clara / Texto: Isabel Figueiredo

Hoje é uma pequena penthouse. No passado eram dois apartamentos. Unidos, no processo desta obra de remodelação em Cascais, Luísa Castro tinha pela frente não apenas mais espaço e margem de manobra, como um enorme desafio. Antes, os dois apartamentos, com uma distribuição que não é a mesma da atualidade, mostravam-se escuros e empobrecidos. Agora, transformados num só, deram origem a um apartamento no último andar de um edifício emblemático da vila, onde a vista já não se envergonha de invadir os interiores, e a luz natural e a funcionalidade são principais características.

“Reaproveitei os espaços e reorganizei o layout de toda a casa. Também redesenhei a cozinha, criei novos quartos, sempre com a noção da sua mais-valia, que é a vista e, por isso, tirei o máximo partido da situação que esta casa tem“. 

Autora do projeto de arquitetura de interiores e da decoração, Luísa reviu não só a organização espacial, como pensou em soluções funcionais — caso de portas deslizantes e a maximização do espaço ao limite, aproveitando cada canto —, estendendo-as aos revestimentos. “Estes eram, na sua maioria, muito irregulares e toscos”, conta. “Optei por usar microcimento em, praticamente, todo o espaço para tornar a casa mais homogénea e com um look mais limpo. Aproveitando o facto de se tratar de um último andar com um pé direito muito irregular, reimaginei as linhas e criei algumas, direitas, para tornar o espaço mais amplo e mais moderno”. 

Hoje a casa é um simpático T3, que goza da centralidade e, claro, da deslumbrante vista da baía de Cascais. E essa é, segundo Luísa, a sua melhor descrição. “Tentei criar bastante espaço de arrumação e, a pedido do cliente, projetei três quartos sem que isso roubasse área à zona de estar, que é partilhada com a cozinha e o espaço de refeições”. Ao fundir a sala de estar, a cozinha e a sala de jantar, respeitando a personalidade e a sua função individual, Luísa conseguiu fazer deste refúgio de férias o melhor spot da vila. 

As cores são sóbrias e acolhedoras; há mesclas de brancos, de tons de madeira e algumas notas de cor, aqui e ali. Afinal, é uma casa de praia. Lá fora, a varanda oferece espaço para a leitura de um livro, a contemplação ou um copo ao entardecer. Um caso de sucesso, para quem conhecia o espaço antes desta lufada de ar fresco. 

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