Por a 16 Abril 2024

Um duplex de 180m2 com vistas desafogadas e um estilo contemporâneo e colorido de onde se destacam as peças reaproveitadas. Assim é a nova casa do designer Roberto Souto, no Rio de Janeiro.

Projeto: Roberto Souto / Fotografia: Andre Nazareth / segundo memória descritiva

A  vista desafogada e a possibilidade de ter uma zona exterior com piscina foram as duas caraterísticas que levaram Roberto Souto a se enamorar por este apartamento duplex.

Assim que o imóvel foi adquirido, o designer de interiores fez uma remodelação geral, com muitas alterações na planta original, para adicionar um vestíbulo e um lavabo que não existiam, trocar a escada existente por um modelo mais linear, substituir todo o pavimento, diminuir a área externa do terraço, aumentar a zona social, criar uma suíte com closet e escritório integrados e unir a cozinha com a sala de jantar. Recentemente, Roberto refez a decoração e o paisagismo assinado por Flavia Tiraboschi, mas sem interferências relevantes na arquitetura.

Segundo o designer, o conceito do projeto teve como objetivo criar um apartamento prático e funcional para um homem divorciado e solteiro por convicção. Como a área do apartamento era limitada, foram necessárias mudanças na cozinha original, integrando-a  com a sala de jantar, onde também ficam muitos livros e objetos de arte. Roberto instalou ainda uma porta tipo “vai-e-vém” junto à área onde fica o lava-louças, servindo ainda de suporte para a limpeza dos utensílios mais pesados após jantares. Desta forma, explica, consegue cozinhar para os seus convidados sem expor os bastidores da cozinha.

“Era fundamental para mim ter um ambiente social, no qual incluo a cozinha, amplo o suficiente para receber amigos. Seja para um dia na piscina ou uma noite de bebidas no deck, seguido de um risoto preparado por mim”, diz Roberto, que, durante um ano sabático, se formou em gastronomia na Escola Lenôtre, em Paris.

Na decoração, que segue um estilo contemporâneo colorido, Roberto se autointitula de “rei” do reaproveitamento. A poltrona Beijo, do designer Mauricio Klabin, por exemplo, está com ele desde que se casou e ganhou lugar de destaque na sala do atual apartamento. “Foi o meu primeiro móvel de design”, revela. Já os dois bancos de toras de madeira, cortadas em forma de grandes paralelepípedos, vieram do apartamento que montou logo após a separação e hoje funcionam como guarda-corpo, banco e aparador na zona de estar e, na área da piscina, como mesa de centro.

“Compro muitas coisas em leilões, especialmente tapetes e objetos de arte. A mesa de jantar também veio do apartamento anterior. Apenas pintei a base de vermelho e as cadeiras de preto”. O móvel predileto de Roberto é, no entanto, a poltrona de camurça castanha, de autoria desconhecida, comprada num antiquário em São Paulo.

No que diz respeito aos materiais e acabamentos, para dar unidade ao projeto, o pavimento de todo o apartamento (inclusive na área exterior) é em madeira de Cumaru, com fendas entre as tábuas, que lembram um grande deck. As paredes foram pintadas com tinta acrílica branca, as cortinas são de linho, os estofamentos de tecidos naturais e os tapetes de lã (em geral, kilins). A parede principal do living (atrás do sofá) foi revestida com um painel de marcenaria, em laca branca, para deixar o espaço mais aconchegante. Roberto destaca ainda o revestimento em granito Juparaná da piscina, que lhe confere um aspeto natural de lago.

 Por gostar de uma arquitetura mais limpa e de geometria, Roberto adiciona cores aos seus projetos através do mobiliário, quadros e livros para quebrar a monotonia. Na sua própria casa não foi diferente. “Quando se olha para uma estante repleta de livros, tem-se a sensação de estar perante um mosaico. Para mim, uma estante bem arrumada é quase uma obra de arte”, finaliza.

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