Por a 13 Fevereiro 2024

O designer de interiores brasileiro Gabriel Valdivieso interpreta este apartamento de 70m2 localizado no bloco E do icónico Edifício Copan, um dos símbolos da arquitetura moderna brasileira, assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.  

Projeto: Gabriel Valdivieso / Fotografia: Fran Parente / segundo memória descritiva

O projeto partiu, em primeiro lugar, da valorização dos principais elementos arquitetónicos do projeto de Niemeyer. Consecutivamente, e na sequência da premissa, foi estabelecida uma proposta de organização dos espaços conforme as necessidades da cliente.

“A cliente, que se mudava de uma grande residência, trazia consigo a bagagem de uma vida dedicada à cultura e ao teatro. A sua personalidade marcante está presente na paleta de cores vívidas e numa seleção de móveis e objetos cheia de história e presença”, lemos na memória descritiva. 

No processo de demolição foram removidas todas as paredes em Dry Wall, não originárias, que estavam presas nos caixilhos e eram um obstáculo entre os lados interno e externo. Os elementos sombreadores de cimento foram, de novo, evidenciados, recuperando-se a bela vista que se havia perdido da fachada e do exterior e, consequentemente, tal ajudou a melhorar a ventilação e a iluminação natural.

A laje nervurada, parte da estrutura que compõe o edifício, também foi evidenciada em todo o apartamento com a remoção do forro de gesso existente. O piso original, de tacos de demolição de peroba rosa, foi recuperado e mantido, presente na zona social, na cozinha e no quarto. Por seu turno, a cozinha, pequena, mas funcional, integra ainda uma máquina de lavar embutida nos volumes de marcenaria.  Este ambiente foi integrado com o espaço de estar, a fim de ampliar e criar uma circulação mais generosa entre as áreas. 

Na sala de estar, foi criada uma grande estante multifuncional em madeira, pintada à cor azul, com arandelas embutidas nos seus topos. A estante azul é um elemento de grande importância, não apenas para a necessária arrumação e a exposição de livros e objetos da cliente, mas também como elemento de apoio à TV, à mesa de jantar e à pequena estação de trabalho.

A casa-de-banho, de grandes dimensões, com azulejos 15×15 cor-de-rosa e o piso de pastilha hexagonal, pode ser dividida de maneira a ter uma box invisível quando necessário. O quarto de dormir, amplo e iluminado, exibe hoje uma bonita parede estrutural de cimento aparente, atrás da antiga cama, que faz a divisão com o espaço de banho e com a cozinha. A iluminação foi toda reformulada e passou a ser ligada por eletrodutos metálicos aparentes nos tetos e nas paredes. 

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