Por a 12 Julho 2023

A OM – Oficina Marques – nasceu da necessidade de materializar e contar histórias com as próprias mãos. Gezo e José são os seus mentores e as mentes criativas, a quem nos rendemos. Pela “tusa de viver”!

Texto: Isabel Figueiredo

O que os une? O amor partilhado por objetos encontrados nas ruas, na natureza e em feiras de velharias, que se convertem em matéria-prima para produzir as suas obras. “Em cada exemplar único, celebramos a natureza e a vida, mas também as suas cicatrizes, as imperfeições e as segundas oportunidades. Estamos unidos pela ‘Tusa de Viver’”.

Cada um tem o seu universo, distinto. “Somos diferentes em muitos aspetos e é desse encontro que se desenvolve um corpo de trabalho tão plural. Costumamos dizer que a identidade da Oficina Marques é resultado deste encontro de universos e referências diferentes, é o constante diálogo e partilha (e também choque) de ideias que nos leva a avançar.

A escolha manual e tátil das matérias-primas privilegia as que fazem parte do quotidiano. Móveis e objetos descartados, desperdícios e também materiais orgânicos como a madeira e o barro. Para esta dupla, os próprios materiais são uma constante fonte de inspiração.

Paralelamente às peças de autor, Gezo e José sonham criar uma linha de múltiplos. Isto é, “peças que são mais fáceis de reproduzir para, dessa forma, tornar o nosso trabalho ainda mais acessível a todos”.

Celebrar a vida é a ideia transversal a todo o processo criativo da OM, e por essa razão o seu mote é “Tusa de Viver”.

“Queremos que as pessoas reflitam sobre o valor da vida e do tempo, por isso o registo manual é muito importante no nosso trabalho, daí o nome escolhido para o projeto ser Oficina. O facto das coisas serem feitas manualmente por nós, num mundo cada vez mais digital, é também uma forma de nos posicionarmos. Acreditamos e valorizamos muito o trabalho manual, bem como a dimensão humana de quem cria com as próprias mãos.

Hoje vivemos numa sociedade em que o acesso aos bens é tão fácil que acabámos por nos afastar e esquecer dos processos, dos ritmos, do saber fazer. É altura de voltar a conectar à vida”.

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