Por a 21 Março 2023

Intitulada “Viagem”, esta nova exposição coletiva com curadoria de Felipa Almeida traz-nos um diálogo único entre tapeçaria e cerâmica, que estará patente na Galeria Tapeçarias de Portalegre, em Lisboa, de 22 de março a 1 de junho.

Do convite da Manufactura das Tapeçarias de Portalegre a Felipa Almeida, nasce uma exposição verdadeiramente singular. Intitulada “Viagem”, esta nova exposição coletiva com curadoria de Felipa Almeida traz-nos um diálogo único entre tapeçaria e cerâmica, que estará patente na Galeria Tapeçarias de Portalegre, em Lisboa, de 22 de março a 1 de junho.

Tendo como ponto de partida a tapeçaria Ponta da Culatra, da autoria de Henriette Arcelin, resultado da sua primeira colaboração com a Manufactura (2021), a curadora seguiu a linha cromática da peça, escolhendo outras quatro tapeçarias – de Carlos Botelho, Cruzeiro Seixas, Emília Nadal e Menez – que serviram de mote para a criação de obras em cerâmica.

Para nos trazer esta viagem intergeracional e multidisciplinar, Felipa Almeida escolheu cinco artistas que trabalham em cerâmicas, todos eles de diferentes gerações, percursos e nacionalidades, desafiando-os a criar uma peça inspirada em cinco tapeçarias distintas. Assim, coube a Aramy Machry partir de Ponta da Culatra para a sua peça, enquanto a Oficina Marques criou um painel inspirado em Sol Doirado, de Carlos Botelho. Já Henriette Arcelin fez um painel de azulejos na Viúva Lamego celebrando a tapeçaria Estudo para um Auto-retrato, do mestre Cruzeiro Seixas. Maria Paz inspirou-se na tapeçaria de Menez, e Maud Théphany na de Emília Nadal.

Senhoras no tear, na Manufactura

O resultado é uma exposição com muita cor e vida que explora uma jóia do nosso património português, com muita história e riqueza, e onde a viagem está sempre presente. Da viagem que a curadora e os artistas fizeram em conjunto a Portalegre, visitando a Manufactura e o Museu das Tapeçarias, onde tomaram contacto com as peças escolhidas, nasce uma outra igualmente especial – a viagem íntima e pessoal que cada artista fez ao universo do artista que trabalhou, mergulhando profundamente numa técnica artesanal única e minuciosa, que permanece inalterável desde a sua criação em 1946. Daqui surge também uma viagem pelo tempo, pelos materiais e pela própria paleta de cores da Manufactura que se tornaria, também, a paleta das novas peças cerâmicas.

Com vários pormenores “deliciosos” de descobrir, que exploram a beleza, complexidade e riqueza da tapeçaria, a Viagem que aqui se apresenta foi o lugar ao qual chegaram em conjunto – um lugar onde cerâmica e lã estão presentes num diálogo de materiais, de cores, de artistas, de épocas e de linguagens.

0
Would love your thoughts, please comment.x