A marca dinamarquesa criou uma experiência de hotelaria efémera, num palácio do século XIII, que se assemelha a uma escultura habitável e onde o minimalismo escandinavo encontra o maximalismo barroco.
Fotografias: via Vipp
“É como entrar na pintura de um mestre”, explica a Vipp sobre o palácio italiano que converteu com a ajuda da designer de interiores Julie Cloos Mølsgaard, numa espécie de escultura habitável. Pernoitar no espaço, vai ser possível apenas de 18 de abril a 18 de maio de 2023.
O palácio, que fica no coração de Brescia – a meio caminho entre Milão e Verona -, é datado do século XIII e contempla afrescos de 1750. A marca dinamarquesa de utensílios domésticos abriu-lhe os portões para oferecer uma experiência hoteleira efémera, que combina o minimalismo escandinavo com o maximalismo barroco. Uma ideia que quebra as convenções hoteleiras e que, dissemos nós, tem muitas pernas para andar.
“Entrar pelos opulentos portões do palácio é como entrar na pintura de um velho mestre”, ressalva a Vipp. Uma volumosa escada emoldurada por afrescos em tons pastéis conduz o hóspede de maneira quase real até ao hotel, que ocupa o primeiro andar.
Aqui, três quartos consecutivos, incluindo um corredor, um salão e um quarto com walk-in e espaço de banho adjacentes, são transformados numa suíte contemporânea com mobiliário minimalista e com a coleção de iluminação da Vipp, inserida num cenário de decoração ornamentada e onde se destacam peças de arte.
Julie Cloos Mølsgaard, imaginou tanto os quartos como a cozinha combinada e a área de jantar, que ocupam o piso térreo. Aqui, no piso onde ficam os quartos, existe também uma ilha de cozinha modular V1 da Vipp em preto fosco, que ocupa o centro de um curioso diálogo entre o design industrial contemporâneo, os afrescos venezianos históricos e um pavimento em ladrilhos de jade artesanal local.
Acordar sob tetos adornados com afrescos de 3 metros de altura faz parte da experiência que a Vipp quer proporcionar. Mas também existem espaços comuns, que convidam a um café expresso e a uma conversa com os três artistas atuais que acompanham o programa de residências do Palazzo Monti. Será possível visitar o artista na sua oficina no último andar do palácio – que oferece vistas panorâmicas do bairro histórico de Brescia, classificado como património da UNESCO e que tem ruas intermináveis de Osterias cheias de charme e iguarias italianas.
Edoardo Monti, um colecionador de arte e curador de Bergamo, é o dinâmico fundador da sua fundação homónima, Palazzo Monti. Desde 2017 que o seu programa de residências acolhe artistas nacionais e internacionais, convidados a partilhar o seu quotidiano e a desenvolver diversas práticas artísticas: pintura, fotografia, escultura, artes plásticas e design, num ambiente único e criativo. Até ao momento, mais de 200 artistas de 50 países foram recebidos pelo Palazzo Monti. Cada artista é convidado a deixar uma obra criada durante a sua estadia, o que explica o vasto acervo de pinturas e gravuras, instalações e objetos em cerâmica, ferro, bronze, mármore ou madeira, inspirados no savoir-faire do território italiano.