Por a 31 Janeiro 2023

Reduzir ao mínimo as deslocações diárias foi o propósito que teve na génese de criação do projeto S-Pace. Esta casa-atelier, erigida nas imediações de um lago, tornou-se o paraiso para os fundadores do escritório 1628, que para alem de serem os proprietários, também assinam o projeto.

Projeto: 1628 Inc   / Fotografias: Stéphane Groleau / segundo memória descritiva

O projeto S-Pace 1628, projetado pelo gabinete 1628 e localizado a poucos passos do Lago Memphremagog em Magog, no Canadá, foi criado para acolher os escritórios de um atelier de arquitetura, bem como para servir como residência aos fundadores do mesmo.

Do projeto, destaca-se a cobertura leve, escultural e contínua que une todos os volumes como que pousada sobre o edifício. Esta cobertura dá ao projeto uma aparência distinta e harmoniosa que lembra as colinas circundantes. A forma do telhado encontra-se também no interior do edifício, onde muitos dos tetos também a assumem, criando espaços unicos.

Segundo os autores do projeto, o objetivo foi o de criar um edifício harmonioso no qual as duas funções principais se entrelaçam e se cruzam, podendo contudo também ser separadas para funcionarem de forma autónoma.  Para os proprietários e autores, agrupar a maior parte das suas atividades num só lugar era essencial para reduzir ao mínimo as deslocações quotidianas, tirando partido de um ambiente muito agradável.

O edifício é constituído por três volumes principais em alvenaria na cor marfim (escritórios, residência e garagem), interligados pelos espaços de circulação e pelo espaço híbrido que é a sala polivalente. O volume residencial é encimado por um subvolume ligeiramente deslocado e revestido com revestimento metálico branco. A cobertura fina é a superfície articulada que conecta todos esses volumes. Os materiais utilizados são de cor pálida e têm uma aparência leve que combina bem com o ambiente construído ao redor.

Os espaços interiores são divididos em zonas flexíveis. A zona de escritórios situa-se junto à entrada principal, no extremo norte do edifício. Os espaços de convivência e privados são colocados na outra ponta, longe das atividades profissionais. Sem ter fronteiras definidas, estas áreas de trabalho e de vida entrelaçam-se e cruzam-se, mas podem ser separadas e autónomas. Portas de correr e divisórias permitem transformar os espaços de acordo com os usos desejados. Muitos pontos de fuga criados permitem que o olho se mova constantemente, em ambientes onde os espaços são delimitados, mas sempre abertos para o interior e para o exterior.

A área do escritório é acessível diretamente a partir da entrada principal. Neste setor, os quartos beneficiam de espaços amplos e abertos com um pé direito alto. As janelas estão concentradas no lado oeste, proporcionando vistas para o lago. As portas do pátio criam uma ligação direta com o exterior e apenas as divisórias compartimentam o espaço. A partir daí, quando decorrem atividades na sala polivalente, os proprietários podem aceder diretamente à zona residencial sem a atravessar.

A sala polivalente é o centro da residência/atelier. Foi concebida para receber receções e exposições, e também para servir de sala de reuniões para a empresa. É acessível diretamente a partir da entrada, através de um par de portas de aço bruto de 4 metros de altura. No lado oeste da sala, duas divisórias retráteis podem fechar a ligação entre o espaço e as salas da residência, tornando-o muito flexível e adaptável a todos os usos. Além disso, a grande mesa de reuniões é modular e extensível, podendo ser removida com facilidade.

A residência está localizada no volume de dois níveis, localizado ao sul do terreno. As salas de estar estão agrupadas num plano aberto no piso térreo. As janelas são generosas, destacando as vistas do lago e da envolvente e existem ainda várias portas que se abrem para uma grande varanda, que é literalmente uma extensão das salas, eccuja configuração permite que seja habitada de várias formas. Uma “dobra” na cobertura fecha parcialmente este espaço do lado sul, para reduzir o brilho e aumentar a privacidade. O segundo andar inclui a suíte principal – que e o espaço mais isolado da casa – e uma suíte secundária. Mais uma vez, os quartos são amplamente fenestrados e desfrutam de vistas espetaculares. 

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