Por a 11 Janeiro 2023

O arquiteto Nuno Pestana, do Atelier Alçado Versátil, assina o projeto deste restaurante, no Funchal, com atmosfera refinada e detalhes inspirados no antigo negócio de plantas que existia no local.

Fotografias: José Manuel Ferrão / Produção: Amparo Santa-Clara / Texto: segundo memória descritiva

O design de um espaço de restauração tem tudo a ver com a criação de uma experiência gastronómica. Os proprietários d’A Confeitaria queriam um lugar que se distinguisse entre a concorrência e que fosse atraente ao olhar dos clientes. O arquiteto Nuno Pestana, do Atelier Alçado Versátil, desenhou este projeto refinado, com detalhes inspirados no antigo negócio de plantas que existia anteriormente no local. Tendo como pressuposto principal a criação de um espaço gastronómico original, o projeto norteou-se também por uma decoração e iluminação estudada para um ambiente “instagramável”, e não esqueceu a sustentabilidade – foram aproveitadas a maior parte das vigas de madeira recuperadas da demolição.

Outro elemento importante no design de um restaurante é a paleta de cores. Podemos, assim, aqui destacar a predominância do cinza cimento, aquecido pelo castanho das madeiras, a presença de algum preto sofisticado nas estruturas em ferro e toda a frescura do imenso verde das plantas suspensas.


Foi ainda fundamental criar vários espaços para os vários rios tipos de clientes, áreas mais reservadas, com privacidade e conforto, e outras destinadas às famílias ou grupos de amigos.

N’A Confeitaria vive-se uma mistura do industrial-chique com o natural e abundam as plantas, com soluções bem pensadas, como a estante em ferro e madeira com 13 metros de altura, que tem como função a guarda da escada de acesso aos vários pisos da loja.

À entrada, somos recebidos, do lado direito, por duas vitrinas de forma linear, revestidas com pequenas peças de cimento flutuando no espaço, onde a variedade e qualidade das iguarias expostas torna difícil a decisão de escolher o que vamos degustar. À frente, do lado oposto à porta de entrada, fica uma vitrine em madeira reciclada com 10 metros de altura, decorada com vários objetos, conduzindo o nosso olhar para o jardim suspenso com todos os elementos presos ao teto. Inicia-se a aqui a experiência que se pretende oferecer aos clientes. O destaque vai para os cinco candeeiros suspensos em palhinha de tamanho XXL, e para os lambris em madeira na sala de refeições que ajudam a criar uma atmosfera mais intimista e vintage, que contrasta com as paredes em microcimento envernizadas.

O pavimento cerâmico exibe-se em três texturas com o cinza-cimento em peças de grandes dimensões, invadido pelas peças hexagonais em três cores do mesmo material (que partem das casas de banho) e as réguas de madeira assinalando o corredor de entrada na loja e a zona da imponente mesa familiar para 10 pessoas.

A iluminação compõe-se de candeeiros suspensos que pendem do teto em diferentes formas e em distintos materiais – palhinha, metal, madeira e bambu -, a par com uma iluminação mais técnica – focos direcionados para os pontos em destaque. Às condutas de ventilação em aço inox à vista, junta-se uma diversidade de modelos de cadeiras de madeira e de pele, bem como as mesas em madeira reciclada, quadradas e redondas.

Destaque para os tetos com plantas, que refrescam o ambiente e que, conjugados com a musicalidade e as iguarias gourmet preparadas pelo chef, guiam os clientes num tour inesperado. A disposição do layout foi estudado de modo a maximizar o fluxo de pessoas e a evidenciar os produtos comercializados na loja.


Por fim, somos encaminhados para uma área exterior onde os arquitetos Nuno Pestana e Carolina Andrade escolheram as plantas aí existentes, o mobiliário e a decoração presentes, fazendo uma perfeita ligação visual entre os espaços interior e exterior.

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