Por a 8 Julho 2022

Com vista para o Mar Mediterrâneo e com uma arquitetura linear, princípios minimalistas e materiais que parecem ter sido retirados da envolvente natural, esta casa é a materialização do ritmo e do modo de vida que a ilha de Formentera promove.

Projeto: GCA Arquitetos / Fotografias: Salva López / via archilovers

Situada na costa de Formentera e com vista para o Mediterrâneo, esta casa é a materialização da paisagem e do ritmo de vida lento e sereno que a ilha promove.

O projeto surgiu da vontade de integrar a intervenção arquitectónica com o ambiente físico, tanto na composição como nas cores e texturas, combinando a arquitetura linear mediterrânea, os princípios minimalistas e os materiais naturais da ilha.


A casa é uma composição volumétrica de elementos de pedra e telhados planos, evocando as paredes tradicionais da arquitetura de Formentera. Feita de pedra natural seca com pérgulas de madeira rústica, a casa é uma extensão da sua envolvente. Outros materiais que a caracterizam são o microcimento e a madeira, que lhe conferem uma paleta terrosa. Os interiores são compostos por marcenaria e móveis sob medida, entre ícones do design duradouros. A luz, protagonista do projeto, cria um jogo de luz e sombra ao longo do dia que se reflete em cada canto, conferindo às superfícies um dinamismo vibrante.


Formada por um corpo principal que se destaca em proporções sobre os demais volumes e é o centro da casa, a construção é articulada em diferentes alturas que ajudam a quebrar a monumentalidade do conjunto e conferem ao edifício uma escala humana tão necessária no terreno rústico que a envolve. 

A residência contempla ainda um corpo auxiliar que abriga a suite de hóspedes, que se une ao edifício principal por meio de um conjunto de paredes externas de pedra que formam um pátio traseiro por onde se acede à casa. Esta passagem exterior, totalmente aberta, constitui uma área protegida contra as duras condições do local e evita a exposição direta aos fortes ventos da zona. Por esta razão, diferentes espaços de proteção secundários são gerados ao redor do perímetro da construção,


Os materiais utilizados no exterior parecem ter sido retirados do próprio terreno: reboco de cor parecida à da envolvente, madeira e alpendres feitos de troncos de zimbro que se misturam e se confundem com a paisagem. Podemos ainda ver elementos característicos da arquitetura vernacular em outros detalhes da construção, como as chaminés, as arestas arredondadas dos cantos e as venezianas de madeira “tábua e barra”.


O paisagismo reflete o ambiente rochoso e íngreme típico do litoral, minimamente ajardinado para evitar mudanças na paisagem e favorecer a integração com a vegetação nativa circundante. As espécies vegetais utilizadas estão ligadas à tradição da agricultura e jardins de Formentera, garantindo assim a máxima adaptação ao clima mediterrânico e às condições da água.


A piscina de água salgada, transbordante e limitada por uma orla de pedra local, situa-se paralela à costa, fundindo-se no horizonte do mar e marcando os limites de uma arquitetura que parece ter sido desenhada pela própria ilha.

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