Cada vez há mais adeptos da vida no campo e com a pandemia a procura por este tipo de imóveis disparou. Mas como a oferta não acompanha a procura, celeiros, lagares e adegas estão a ser transformados em bonitas casas de família.
Arquitetura: Thomas Kröger Architects / Fotografia: Thomas Heimann / descrição enviada pelos autores do projeto, via archdaily
Há cada vez mais adeptos da vida no campo e com a pandemia a procura por este tipo de imóveis disparou. Um desejo alavancado por uma vontade de mudança de vida para uns, por um desejo de ter mais espaço ao ar livre para outros. Mas como nem sempre a disponibilidade de imóveis está alinhada com a procura, celeiros, adegas, lagares e outro tipo de dependências agrícolas, viram a sua vida transformada para acolher famílias.
O tema não é novo por aqui, já vos mostrámos vários exemplos inspiradores, como este projeto de reconversão do gabinete TYPE, ou este edifício agrícola do século XVIII transformado em residência de família. Mas o presente e a actualidade faz-nos voltar a ele, porque acreditamos que podemos continuar a inspirar os que querem mudar-se de armas e bagagens, e os que só querem ter um plano de fuga para o fim-de-semana.
Desta vez vamos até à Alemanha, à pequena vila de Uckermark, a norte de Berlin, para vos mostrar a transformação de um grande celeiro numa casa com 320 metros quadrados e um apartamento independente.
O celeiro foi construído há 140 anos num sistema construtivo de alvenaria em tijolo e madeira. Na época, conta a história, era um edifício funcional ultramoderno. Anos mais tarde, acabou por ser vendido e estruturalmente dividido a duas famílias que lá guardavam gado.
Uma dessas casas foi redesenhada pelo arquiteto Thomas Kröger para uma jovem família, utilizando a linguagem pré-existente e adaptando-a seguindo as próprias regras para se reinventar.
O antigo estábulo do celeiro era um edifício extremamente estável, com espessas paredes em pedra e pequenas aberturas no pavimento superior e ainda um grande portão. A beleza inerente da estrutura crua e o amplo espaço do ambiente foram mantidos.
O centro da casa passou a ser uma sala de estar com pé direito duplo, que recebeu uma grande lareira. À sua volta, foram criados uma série de espaços fechados que ajudam a tornar o ambiente acolhedor. Esta organização espacial permite que, nos meses de Inverno, ao invés do grande salão, se possam usar as áreas menores e mais sociáveis de uma forma confortável, uma vez que estas atuam como se fossem ninhos de pássaros.
Ao lado deste grande salão e levemente elevado, está a sala de estar e uma cozinha. A área de jantar possui uma pirâmide de madeira no topo. No piso superior e em torno da área do salão, foram projetados três quartos, duas casas-de-banho, duas salas de estudo e uma varanda.
O projeto inclui ainda um apartamento para visitas. O mesmo tem acesso individual, mas contempla uma ligação interior com o grande salão. O apartamento segue a mesma lógica de distribuição, isto é, no piso térreo estão as zonas de estar e jantar, e no primeiro piso ficam dois quartos e uma casa-de-banho.
De salientar que esta transformação também se estendeu ao exterior, abrindo-se a casa a um jardim privado e integrando espaços interiores e exteriores.
Imagem do Antes
