Por a 8 Abril 2020

Fotografia: Luigi Filetici

Os arquitetos Massimo Alvisi e Junko Kirimoto concluíram o projeto de reconversão de duas casas de campo em residências de luxo para dois clientes muito especiais: Sylvie Guillem, ex-bailarina da Opéra de Paris, e Gilles Tapie, o seu marido, fotógrafo de moda e de dança.

As duas casas da herdade, datadas da primeira metade do século XX, estão rodeadas pelas colinas verdes do norte da Lácio, numa propriedade de 27.000 metros quadrados.

A quinta principal, localizada mais ao sul, é onde se aloja hoje a residência propriamente dita; o outro terreno foi aproveitado para a adaptação do edifício preeexistente num espaço de oficina de artes e num pequeno apartamento onde dorme o fazendeiro.


O projeto de reforma, entregue ao estúdio de arquitetura Alvisi Kirimoto, respeito as diretrizes precisas de eco-sustentabilidade e impacto limitado no lugar.

Tal é o resultado lógico da atenção tida para com o meio ambiente que o casal exigiu que a empresa tivesse como ponto essencial. Ambos, marido e mulher, são solidários com causas ambientais, em particular com a parceria estabelecida com o movimento Sea Sheperd, da qual Sylvie Guillem é embaixadora e colaboradora próxima.

Sylvie disse abertamente, em várias entrevistas, que a Sea Sheperd é “uma organização onde, mais do que apenas as ideias do projeto, também há ação”. À sua maneira, este é um manifesto programático, traduzido numa prática de profundo respeito pela paisagem e pela natureza do campo onde está localizada a sua nova casa.

Os arquitetos – Junko Kirimoto e Mássimo Alvisi – são também eles um casal que acabou por desenvolver este projeto para outro casal, com base na visão partilhada de respeito pelo ecossistema. O tema da sustentabilidade é um dos principais objetivos do trabalho de Massimo Alvisi e de Junko Kirimoto, fundadores do estúdio de arquitetura Alvisi Kirimoto, com sede em Roma.

Embora distintos nos seus programas, os dois edifícios têm uma aparência semelhante, isto porque os arquitetos adotaram uma estratégia semelhante para renovar ambas as construções.

No piso térreo da villa, alojam-se uma sala de estar, a suíte master e a casa de banho; os demais quartos estão no andar superior. Uma escada, feita de uma estrutura de ferro e madeira recuperada das vigas antigas (semelhantes às portas), liga os dois níveis.

A luz natural domina o espaço de dupla altura da entrada, graças a uma série de aberturas voltadas para o sul, leste e oeste que também emolduram vistas variadas da paisagem circundante.


A casa redesenhada para Sylvie Guillem e Gilles Tapie, como várias outras obras de Alvisi Kirimoto, é definida por uma relação com o meio ambiente que se tornou uma parte substancial do design do projeto.

Materiais naturais e de origem local, como terracota, pedra calcária, reciclagem ou reutilização de todas as vigas de madeira existentes, coleta de água e fitopatologia, o pequeno campo de energia solar (que por si só é suficiente para sustentar todas as unidades de energia), poços de ventilação, e bomba de calor… resumem algumas das características a salientar.


A sustentabilidade também foi ampliada através do recurso a empreiteiros locais, juntamente com a decisão de criar, dentro da vasta propriedade e ao redor da mesma, uma boa parcela de olivais e pomares.


Na pequena oficina, os azulejos de terracota e os tetos revestidos com gesso cartonado estabelecem um diálogo com a pedra visível das paredes, uma lembrança preciosa da vida passada deste edifício. Grandes janelas permitem vistas amplas do campo.


Todas as peças de mobiliário foram selecionadas com um cuidado especial. Algumas peças de design, como os candeeiros de Isamu Noguchi e outros elementos projetados especificamente por Alvisi Kirimoto, como as portas de madeira recuperadas dos quartos de hóspedes, conferem uma identidade requintada ao interior, caracterizada por extrema simplicidade formal e escolha cuidadosa de materiais.

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