Léonie Alma Mason fundiu neste apartamento parisiense o universo dos anos 1930 com o design contemporâneo, numa conversa que flui com naturalidade. Ambiciosa mas sensível, a remodelação devolveu ao apartamento luz e uma atmosfera familiar.
Projeto: LA.M Studio / Fotografias: Alexis Armanet / segundo memória descritiva
Ao atravessar a porta deste apartamento parisiense de 175 m² , entramos num universo onde os anos 1930 conversam com a sensibilidade contemporânea. Instalado num edifício histórico, o projeto assinado por Léonie Alma Mason — fundadora do LA.M Studio — revela desde o primeiro instante uma renovação ambiciosa, cuidadosamente pensada para devolver à casa uma alma luminosa e familiar.




O percurso começa no amplo vestíbulo, que funciona quase como um prólogo: o pavimento em madeira, marcado por um motivo inspirado na serralharia do próprio edifício, prepara-nos para a harmonia entre o passado e o presente que se seguirá. A partir deste ponto, o apartamento abre-se num novo traçado, redesenhado para ganhar fluidez e amplitude.



Chegamos ao duplo salão, onde o brilho lacado dos tetos — eco discreto dos interiores Art Déco — amplifica a luminosidade natural. Aqui, o olhar pousa inevitavelmente no sofá Podium, de Hauvette e Madani, estofado com tecido Pierre Frey, que parece convidar ao descanso. Sob os pés, o tapete 1930, criado por medida pelo LA.M Studio, introduz camadas de textura e conforto. A mesa de centro de Paul Kingma, uma composição escultural de pedra, betão e metal, acrescenta peso e carácter. Em torno dela, um par de cadeirões Art Déco e a icónica chaise longue LC4, de Charlotte Perriand, completam o ambiente.




Continuando o percurso, a sala de jantar revela-se como uma extensão natural desta sofisticação. No centro, a mesa Joe, de Gabrielle, impõe-se com discrição, rodeada por cadeiras de Louis Poulsen que reforçam a coerência do conjunto. É um espaço pensado para reunir, conversar e, ao mesmo tempo, celebrar a beleza do design.


Cada divisão surge como um capítulo próprio, mas todas falam a mesma linguagem: a de uma casa que respeita a história que herdou e a reinterpreta com cuidado e modernidade.