Desenhada para ser meio casa, meio ateliê, esta residência em São Paulo, no Brasil, foi desenvolvida em diferentes níveis para garantir privacidade e independência às duas funções, mas também com a possibilidade dos dois mundos se integrarem quando necessário. Um projeto assinado pelo escritório AMZ Arquitetos e fotografado por Maíra Acayaba.
Projeto: AMZ Arquitetos / Fotografias: Maíra Acayaba / segundo memória descritiva
A casa “Ateliê Residência EA” foi concebida para ser residência e lugar de criação de uma artista plástica. O projeto teve como objetivo garantir a privacidade e independência do ateliê durante o seu uso, mas também a integração deste com o restante da casa em eventos e aos fins de semana.
O seu desenho procurou acompanhar o perfil original do terreno e o programa foi acomodado em diferentes níveis: a metade frontal e mais alta do lote é ocupada pelo ateliê; meio nível abaixo deste foi implantada a área social da residência; e meio nível acima, a área íntima.
O ateliê e a casa são ligados internamente pelo átrio de circulação vertical. Exteriormente, um jardim com um lago cria o silêncio e a separação desejada entre os dois usos ao mesmo tempo que mantém a relação visual do conjunto.
As empenas longitudinais são o suporte para as telas da produção (no ateliê) e da coleção (na casa) da artista. Em contraposição a estas, as faces transversais envidraçadas deixam que a luz e a ventilação naturais atravessem os dois blocos ao longo do dia e permitem a percepção da profundidade total do lote.
Sobre a construção
Para a obra foi concebido um sistema construtivo misto pré-fabricado: começou pelas fundações e pelas empenas erguidas através da técnica tradicional do bloco estrutural de betão pré-fabricado, prosseguindo com a montagem de peças de maior dimensão (perfis metálicos “W” e lajes de madeira NLT), produzidas ao longo dessa primeira fase da construção.
As empenas transversais partem dos baldrames de fundação e, entre elas, são encaixados perfis metálicos “W”. Sobre esses perfis assentam as lajes de madeira dos pisos e da cobertura, bem como a escada pré-fabricada.
A cobertura foi impermeabilizada com manta EVA, os revestimentos interiores do piso superior foram executados em gesso cartonado (drywall) e o fecho exterior foi realizado com caixilharia de alumínio. Todos os elementos construtivos, assim como a infraestrutura hidráulica, permaneceram à vista, sem qualquer tipo de revestimento, após a conclusão da obra.