Uma mistura de materiais, cores e estilos: como vive a arquiteta Hanna Pietras?
Texto: Hanna Pietras / Fotografia e produção: Follow The Flow Studio
Materiais naturais, uma variedade de texturas e uma paleta rica de cores compõem o interior da casa da arquiteta Hanna Pietras. Situada numa área envolvida por floresta, a decoração dos diversos espaços foi profundamente influenciada pelo seu entorno natural. A inspiração na natureza é evidente nos padrões e nos numerosos detalhes em madeira. Mas de onde surgiu o conceito para este espaço? Qual foi o maior desafio para a arquiteta e proprietária desta casa?


Projetar um espaço para si e para a sua família é um dos maiores desafios para um arquiteto. A abundância de ideias, aliada ao conhecimento sobre as soluções disponíveis no mercado, tornou o processo de design de interiores complexo.

“Desde o início, este projeto despertou muitas emoções em mim e no meu marido. Comprámos uma casa numa área maravilhosa, onde passamos muito tempo a caminhar. O lugar dos nossos sonhos. Tínhamos tantas ideias que, em determinado momento, percebemos que precisávamos da ajuda de uma terceira pessoa para domar a nossa imaginação e abordar o design de forma mais racional”, conta Hanna Pietras. “Esta casa, com mais de 180m2, não teria sido concretizada sem o apoio da arquiteta Ania Petrova, do meu estúdio, que tem um gosto apurado e, curiosamente, uma perspetiva completamente diferente da minha sobre muitos aspetos do design”, acrescenta.

Hanna Pietras gosta de interiores ecléticos e sabia, desde o início, que o seu espaço de vida deveria refletir essa paixão. Embora acompanhe as tendências, não se limita a elas. Pelo contrário, combina intencionalmente elementos que podem parecer incompatíveis, procurando equilíbrio onde outros não o veriam.

A zona social, composta pela cozinha com sala de jantar e a sala de estar, mistura tons quentes e frios, bem como materiais diversos. Os pisos de madeira contrastam com o teto em cimento cru; a pedra natural é utilizada generosamente, destacando-se na impressionante ilha da cozinha.


“Adoro materiais naturais e imaginei uma ilha como esta logo desde o início. Queria que se destacasse neste espaço aberto, parecendo leve, mas sendo um ponto forte no interior, especialmente em termos de cor”, explica Hanna. “Um detalhe interessante é a iluminação do outro lado da ilha, sobre a bancada, que parece ser feita do mesmo material. Na verdade, é apenas uma feliz coincidência”, revela.





O uso de cimento à vista no teto da sala era um sonho antigo da arquiteta, e a decisão de o deixar exposto foi rápida. Mas tal não significa que o ambiente seja frio ou austero. A prova disso é o sofá de tom cobre, e o tapete que adiciona calor e um toque de modernidade ao espaço. Por outro lado, é impossível ignorar os elementos vintage, como as cadeiras desenhadas por Marcel Breuer.



A zona social inclui ainda um escritório envidraçado com uma secretária vintage da coleção privada da mãe de Hanna, com mais de 70 anos. As paredes de vidro permitem que os proprietários acompanhem o que acontece na sala ou na cozinha, mesmo durante as suas atividades profissionais, e garantem que o espaço pareça maior.





A zona privada é um refúgio de tranquilidade. Para Hanna e o marido, era essencial criar um ambiente de relaxamento, livre de excessos de mobiliário ou objetos.





“O objetivo era entrar no quarto e desligar a mente. Por isso, temos uma cama grande e um tapete macio. Pode parecer um espaço mais simples, mas, na verdade, há uma riqueza de materiais e texturas. Há papel de parede em seda, tapete de lã no chão, e há a madeira, em carvalho natural na cama ou em carvalho branqueado nas portas. Estas nuances criam um ambiente acolhedor e harmonioso”, partilha Hanna.






Outro destaque é a casa de banho, pensada como um spa privado. Aqui, a atenção recai sobre o papel de parede com padrões de plantas, a banheira independente e o duche oculto por vidro canelado. No chão, a escolha remete ao amor dos proprietários pelo vintage: mosaicos com padrão de azulejos antigos.