Localizada em Jaipur, no estado do Rajastão, esta casa resgata o tempo em que a pedra era o material de construção por excelência. O desafio de voltar a agarrar neste elemento como estrutural e estruturante, coube ao escritório Malik Architecture.
Projeto: Malik Architecture / Fotografias: Bharath Ramamrutham / segundo memória descritiva
O estado do Rajastão, na Índia, é sinónimo de pedra como material de construção, mas, infelizmente, nas últimas décadas, este material foi reduzido a um mero revestimento, e o seu potencial como elemento estrutural robusto e sustentável tem sido largamente negligenciado.


Esta casa em Jaipur, ofereceu-nos a oportunidade de redescobrir esta arte em vias de extinção, que foi durante séculos uma parte essencial da arquitetura tradicional. O ponto de partida foi simples: não poderia ser utilizado qualquer outro material além da pedra na construção.


Isto levou o estúdio de arquitetura Malik Architecture a mergulhar profundamente na arte de construir com pedra, e os primeiros esboços surgiram como uma confluência entre o saber tradicional e o design estrutural contemporâneo.



Tradicionalmente, a resistência estrutural baseava-se na espessura impermeável das paredes. Este princípio foi reinterpretado para criar um sistema estrutural de parede oca e interligada, que melhorou o desempenho térmico e permitiu integrar as infra estruturas no interior da parede.


Os sistemas de pavimento alternam entre abóbadas e grandes peças de pedra de vão único. Todos os elementos — desde os lintéis até às ombreiras das portas — foram talhados a partir de blocos maciços de pedra.


A casa organiza-se em torno de um pátio estreito que se ramifica em fendas e passagens ainda mais estreitas à medida que se estende pelo interior.


Os painéis de pedra filtram os espaços sombreados que protegem e podem ser ajustados consoante as necessidades de luz e privacidade.



O estaleiro assemelha-se mais a uma escavação arqueológica do que a uma obra em curso, num cenário onde a fronteira entre o que é encontrado e o que é feito está em constante transformação.