Por a 28 Setembro 2025

Reabilitação combina materiais locais, técnicas artesanais e preservação do património histórico. Projeto do COVE Architectes, em Auvergne.

Projeto: COVE Architectes | Fotografia: Charles Bouchaib e Olivier Sabatier

Ao visitarem este edifício pela primeira vez, os arquitetos do coletivo COVE julgaram tratar-se apenas de mais um celeiro antigo, típico da paisagem rural da Auvergne. No entanto, o interior revelou elementos excecionais:

  • Paredes de pedra com alturas entre 6 e 9 metros.
  • Charpente imponente e complexa, um testemunho da arquitetura tradicional.
  • Volumetria impressionante, criando espaços interiores únicos e luminosos.

Apesar da grandiosidade, o celeiro mantinha um caráter rústico e simples. O objetivo era transformar este espaço num lar familiar confortável, preservando a sua essência histórica. A intervenção foi pensada com base na sustentabilidade e na valorização de materiais locais. Algumas das soluções implementadas incluem:

  • Renovação da charpente em carvalho, evitando o uso de aço.
  • Isolamento térmico com cânhamo, aplicado nas paredes e no chão.
  • Pavimentos em pedra natural e tijolos de barro cozido.
  • Todas as carpintarias em madeira reforçam a autenticidade do projeto.

Estas escolhas permitiram manter o espírito original do edifício, garantindo conforto e durabilidade para as próximas décadas. Cada intervenção foi pensada para ser discreta, mas eficaz. O resultado é uma habitação sustentável, confortável e harmoniosa com a arquitetura histórica do celeiro. Este projeto demonstra como a reabilitação de edifícios antigos pode combinar tradição, sustentabilidade e conforto moderno.

O gabinete de arquitetura foi fundado por Axel Cornu e Gabriel Verret em 2018. Especializado na transformação de edifícios existentes, o seu trabalho abrange desde a metrópole do Grande Paris até aos territórios rurais da Auvergne.

O gabinete defende uma abordagem que respeita o sítio, a memória e os habitantes do local. Esta filosofia permite conceber renovações úteis ao presente, valorizando o património arquitetónico e utilizando materiais que preservem o caráter original do edifício.
A importância dada ao trabalho artesanal garante que os materiais não padronizados se revelem no centro de intervenções controladas, duradouras e de grande qualidade, reforçando a identidade do projeto.