Por a 28 Maio 2024

O estúdio Punto Zero interveio neste apartamento de 90 m2, em Roma, cujo projeto de renovação ficou concluído em 2023. 

Projeto: Punto Zero / Fotografia: Carlo Oriente / Produção: Alessandra Orzali / Texto: segundo memória descritiva

Giorgio Marchese, Arianna Nobile e Silvia Firmani, os três sócios fundadores do coletivo italino Punto Zero, para quem a arquitetura tem uma função ética, para além de prática e estética — “dar felicidade a quem vive nos espaços” —, assinam o projeto de renovação de um apartamento alojado num edifício do século XVII, no bairro de Monti, em Roma. Uma intervenção que realça o espaço na sua totalidade, com um toque de contemporaneidade, sem deixar esquecida a sua história. 

Os arquitetos trabalharam sobre a sequência existente dos três espaços em que a casa se insere, criando um novo apartamento com uma atmosfera clara, iluminada por notas de cores pensadas em blocos, que apresenta “duas almas diferentes: a casa pública, luminosa e aberta, com vista para uma pequena rua do bairro, e a casa privada, mais íntima, que comunica com as pequenas janelas dos pátios internos e dos telhados. As duas casas “mantêm uma ligação visual e espacial entre si”, explicam os arquitectos. 

Assim, a primeira sala de estar abriga uma cápsula cor de rosa e azul concebida como um canto de leitura, complementada por um roupeiro de parede e uma pequena casa de banho de hóspedes em tons de verde. 

Continuando o percurso, assomamos à sala de jantar, com um piso totalmente redesenhado, tendo sido preservados os losangos de cimento originais, reaplicados de acordo com a nova planta, “o que permitiu uma boa ligação com a resina monocromática, para marcar a transição para a cozinha, enquadrada por uma passagem envidraçada”.  

Os dois totens em azul-cobalto que contêm o frigorífico e o forno — designado, em tom de brincadeira, “Scilla e Cariddi” — acolhem-nos à entrada. 

No final da sequência, encontramos o quarto, um espaço essencial que engloba a zona da cama e um armário que o divide da casa de banho privativa.

Para sublinhar a ligação com a densa história da antiga arquitetura, alguns elementos originais, tais como pavimentos, tetos e portas, foram recuperados e reintegrados no projeto, “e postos em diálogo com novas presenças, plásticas e cromadas, numa amálgama vibrante que ecoa o cinema irónico, excessivo, romântico e nostálgico de Almodóvar”. 

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