O enólogo Rémy Graillot, convidou Joséphine Fossey para, a seu lado, transformar os interiores do Château Lestang e paralelamente criar um programa cultural para os visitantes da propriedade vinícola.
Projeto: Joséphine Fossey Office/ Fotografia: Alice Mesguich / segundo descrição do projeto
Inserido no romântico e idílico vale do Loire, em França, existe um castelo francês que não é uma casa nobre comum. Com uma longa história que remonta ao século XIX, o seu mais recente capítulo começou a ser escrito em 2013, quando o enólogo Rémy Graillot o adquiriu e iniciou um ambicioso projeto de reabilitação.
Com uma nova viticultura ecologicamente responsável e um novo rótulo de vinho, Lestang 1573, em vigor, Graillot chamou Joséphine Fossey para transformar os interiores do castelo. Fossey, cuja abordagem é caracterizada pelo desejo de encontrar o equilíbrio certo entre a história, o património e a contemporaneidade, assumiu a direção artística do projeto que incluía também a criação de um programa cultural para os visitantes da vinícola.
O seu objectivo foi o de fazer do Castelo um destino dedicado à arte em todas as suas formas, a começar pela literatura, que ocupa um lugar especial na história da herdade.
Sendo, antes de mais nada, curadora de arte, Fossey acabou por inverter o processo tradicional de design, começando por conceber as obras de arte para um espaço e depois construindo móveis em torno delas.
Para a adega – o epicentro do Castelo e também lugar de partilha e criação -, Joséphine Fossey desenhou uma decoração singular, orientada por um princípio de arte total, misturando o vintage e o contemporâneo, privilegiando materiais nobres, materiais naturais e o saber fazer.
Tendo como conceito orientador o da “arte total” – que é também o princípio fundador do seu estúdio, Joséphine integrou no projeto colaborações artísticas. O trabalho de Pauline Esparon, por exemplo, uma jovem designer emergente, é um dos que chama a atenção: partindo da fibra de linho crua, Pauline revela as qualidades brutas deste material e questiona o processo de transformação, privilegiando a produção local para criar novas potencialidades. A artista faz uma abordagem exploratória que está alinhada com o ADN do Lestang 1573. A sua tela em fibra de linho fica ao lado das cadeiras Pigreco desenhadas por Tobia Scarpa para Tacchini, enquanto a suspensão em corda de Audou & Minet dialoga com as luminárias de gesso esculpidas pelos designers Pierre Castanier e Mathias Kiss.