Por a 30 Novembro 2023

Localizado no Posto 5, em Copacabana, o novo apartamento do arquiteto Francisco Palmeiro é repleto de peças de grande valor afetivo e exibe um estilo que vai do industrial ao ‘boho chic’, passando pelo ‘urban jungle’.

Projeto: Francisco Palmeiro / Fotografia: Juliano Colodeti / segundo memória descritiva

Este apartamento de 70m2 é a morada do arquiteto carioca Francisco Palmeiro, que após uma remodelação em que a planta original foi bastante transformada, é hoje uma casa composta por um conjunto de ambientes integrados. “Na primeira visita que fiz ao imóvel vi logo o potencial para uma transformação radical”, recorda.

Ao demolir as paredes, Francisco criou um jardim de inverno, delimitado por um piso frio de cor clara que se estende por toda a parede da fachada, “abraçando” três janelas com vista para o mar da cidade. A integração dos espaços também favoreceu a entrada de luz natural em áreas antes escuras, de onde hoje se tem, inclusive, a vista do céu, já que o apartamento fica no penúltimo andar do prédio.

Como todas as peças que compõem a decoração já faziam parte do acervo do morador, Francisco concentrou os seus investimentos em novos estofados, marcenaria, serralheria, instalação de luminárias, espelhos e na finalização do paisagismo. “O facto de eu ser o proprietário deu-me total liberdade no processo de criação. Anteriormente, o apartamento era um espaço convencional, compartimentado. Atualmente, é uma residência diferenciada, com circulação e muita personalidade”, avalia.

O arquiteto acredita que a sua casa não tem um estilo definido, já que a decoração mistura desde mobiliários que nos remetem para tempos diversos, a heranças familiares, objetos de proporções variadas até quadros de artistas contemporâneos, gravuras e estampagens com padrões variados (inclusive étnicos). A tudo isto juntam-se as paredes e portas pintadas de verdes diferentes.

“A mesa de canto em Pinho de Riga que o meu pai me ofereceu, a escrivaninha de estilo neoclássica da minha avó e a mesa de centro do designer italiano Willy Rizzo, uma oferta da minha tia, a arquiteta Heloísa Prado Lopes, são os meus favoritos. A cristaleira art deco da cozinha foi o primeiro móvel que adquiri, quando tinha 28 anos. Também tenho um afeto muito especial por ela”, enumera. No apartamento, também é possível encontrar vários objetos produzidos a partir de achados em caixotes de lixo e restos de obras, como o nicho aéreo de fundo espelhado, por cima da cama, que expõe uma coleção de esculturas de galinha d’Angola.

Francisco destaca ainda as paredes que foram descascadas e hoje são de cimento aparente e as chapas de aço (também aparentes) usadas no reforço estrutural do vão, em contraste com o papel de parede do WC, com estampado criado pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid. “Toda esta mistura de referências produz um ambiente acolhedor que não aceita rótulos e ainda possibilita escolhas diversas, conforme o olhar de quem observa”, diz.

A concepção do jardim de inverno é da autoria do seu companheiro, o coreógrafo e paisagista João Saldanha. O espaço é composto por 21 vasos de diferentes proporções. A palmeira Licuala e as bromélias são as espécies prediletas do morador.

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