Por a 2 Junho 2023

Uma casa brasileira, com certeza, em Azeitão, e o retiro de praia e, espaço de trabalho, do arquiteto Maurício Nóbrega.

Projeto: Maurício Nóbrega / Fotografias: Gui Morelli / Texto: Isabel Figueiredo

Depois de alguns projetos construídos em Portugal, o arquiteto carioca Maurício Nóbrega adquiriu uma casa centenária numa das aldeias da bonita zona de Azeitão, que, após um demorado processo de recuperação, funciona hoje como escritório e casa de praia da família. Localizada no núcleo histórico da aldeia, o edifício já serviu várias funções, já foi uma escola, uma barbearia e simultaneamente o lar de alguém e é, muito provavelmente, uma das edificações mais antigas do lugar. 

Depois de ter acolhido crianças e adultos, enquanto equipamento escolar, o edifício foi alvo de algumas modificações, tendo sido subdividido e cumprido o uso misto: “barbearia e moradia para alguém que tinha um pequeno vinhedo e uma adega para consumo próprio, já que tinha apenas dois lagares”, descreve o arquiteto, e prossegue: “Achei tão interessante os vários usos que mantive a placa de barbearia”.

Depois de isolar toda a casa na fachada voltada para rua, o arquiteto abriu a residência para o lado que dá para o terraço – que é, na realidade, um pátio central -, fruto do desabamento do telhado, que já soma mais de cem anos, e que acabou por “virar um jardim”.

Com paredes de pedra na parte externa e taipa de mão na parte interna, o belo edifício soma, no total, uns agradáveis 300m² divididos em 160m² de área construída – onde se alojam as três suítes, o escritório, a sala, a cozinha, a sala de jantar e a lavandaria e 140m² de jardim.

A casa é composta por duas edificações: uma ao fundo, onde se encontram a sala de estar e de TV, e o bloco frontal, com quartos e escritório. “Fiz uma reforma radical, internamente, mas todas as características pré-existentes da arquitetura e da fachada foram mantidas”, diz Maurício Nóbrega.

A decoração assenta numa mistura de peças de mobiliário recicladas, que ficaram na casa, alguns achados nos ferro-velhos da região e diversas peças de menor porte que foram trazidas do Brasil de modo a imprimir o estilo do arquiteto. “Encontrei alguns móveis que foram deixados, como uma cama de ferro, as cadeiras da mesa de jantar… O resto foi ‘pescado’, aqui e ali, em lojas de Lisboa e  de Brejos de Azeitão. A porta, por exemplo, foi colocada recentemente na garagem e resolvi pintá-la de amarelo e realojá-la na sala de jantar, para esconder um louceiro e a lavandaria que ficam lá atrás. Algumas peças mais pequenas vieram do Brasil, muitas trazidas de viagem, e para complementar pesquisei um bocadinho na região”, finaliza Maurício.

Salientamos que, para além de levar a cabo vários projetos em Portugal, o arquiteto continua com o escritório no eixo Rio-São Paulo, a todo vapor.

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