Por a 17 Janeiro 2023

Concebido como um atelier e localizado no coração daquele que foi o bairro artístico de Paris durante a Belle Époque, o Hotel des Académies et des Arts é um dos mais recentes projetos do Studio Lizée-Hugot.

Projeto: Studio Lizée-Hugot / Fotografias: Benoit Linero

A dupla de arquitetos de interiores Stéphanie Lizée e Raphaël Hugot, sedeados em Paris, foram as mentes brilhantes por detrás dos ambientes de um dos mais recentes hotéis da capital francesa: o Hotel des Académies et des Arts, localizado na Rive Gauche, no coração daquele que foi o bairro artístico de Paris durante a Belle Époque.

Concebido como um atelier de artista, as paredes assumem um acabamento tosco e nas mesmas destacam-se as grandes janelas voltadas para a rua e para o saguão.

Lizée e Hugot apostaram num look deliberadamente despojado, harmonizado com os verdes, o preto e o bronze do sofá de veludo do salão. O verde numa tonalidade quente, atua como elemento unificador, assim como os murais em tons pastéis do artista Franck Lebraly que decoram os tetos dos quartos, numa homenagem ao cubismo e ao surrealismo.

Para a dupla de arquitetos, os objetos são parte integrante do estilo geral e tudo foi concebido como um todo coerente. Nesse sentido, desenharam todos os móveis por medida, trabalhando com os melhores artesãos para criar os espelhos, mesas, apliques de parede e teto, mesas de cabeceira e luminárias.

No piso térreo do Hotel des Académies et des Arts, Lizée e Hugot projetaram um salão para os hóspedes, com um sofá de tecido às riscas e móveis de madeira especialmente desenhados pela dupla para o hotel. Por detrás deste salão, encontra-se uma sala concebida como um verdadeiro atelier de artista, com uma claraboia e uma instalação de obras de arte, incluindo pinturas, desenhos e esboços, bem como papel artesanal e vintage.

Para os 20 quartos, a opção foi a de um design de interiores natural e simples – uma homenagem ao quarto de Van Gogh. Paredes de cor creme com reboco feito com espátula, revelam o material da parede por baixo. Esta textura contrasta com os móveis de madeira e aço inoxidável, todos projetados por medida, e nos quais se incluem cabeceiras de carvalho, bancos de cama manchados e mantas de feltro. Nas paredes, pregos de ferro feitos á mão evocam uma sala de pinturas sem molduras, como que à espera que as mesmas fossem penduradas.

A seleção das obras de arte e dos móveis, dá a cada quarto um caráter próprio. Como naquele em que através de uma cor forte, um banquinho com tecido às riscas vermelho e preto brilhante, e um círculo azul e outro vermelho numa moldura modernista, todo o ambiente ganha uma personalidade ímpar.

Por último, as casas-de-banho, exibindo um xadrez preto e creme, ecoam o estilo dos edifícios parisienses dos anos 1900 e 1920.

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