Este é a morada provisória de um homem solteiro e colecionador de obras de arte. O apartamento de 80 m2 em São Luís, no nordeste do Brasil, esbanja personalidade através de um estilo masculino e minimalista, que tem o auge na sala de estar com 25m2.
Projeto: Roby Macedo / Fotografias: Denilson Machado, do MCA
Um colecionador de obras de arte, alugou este apartamento para morar provisoriamente. O caráter transitório ditou que, para o colocar à sua imagem, não fossem feitas obras estruturais. Contudo, era necessária uma remodelação, que acabou por ficar a cargo do arquiteto Roby Macedo, do escritório Roby Studio de Arquitetura.
Grande parte do projeto, incidiu na renovação da sala de estar, com 25 m2. “Por ser um imóvel alugado, não houve alterações estruturais na planta. Ainda assim, conseguimos imprimir personalidade no projeto descascando dois pilares existentes para deixá-los em betão bruto aparente e pintámos todo o teto num tom de grafite escuro, quase preto”, conta Roby. As paredes foram pintadas de branco gelo e o piso de porcelanato existente foi mantido. Já a persiana horizontal de madeira, trouxe um toque de conforto à sala.
Em função das obras de arte e do mobiliário de design assinado que já faziam parte do acervo do cliente, o arquiteto procurou uma atmosfera com algumas semelhanças a uma galeria de arte, com uma decoração clean e minimalista, para valorizar ainda mais cada peça exposta no espaço.
Dos itens de acervo, foram aproveitados a poltrona Mole de Sergio Rodrigues, o carrinho de chá JZ de Jorge Zalszupin, as poltronas (de betão) Loop de Willy Guhl e a luminária de pé Memory de Jader Almeida. Já o sofá Baleia do Studio R, a poltrona Alta de Oscar Niemeyer e o tapete de formas orgânicas de Lola Müller, foram adquiridos especialmente para o projeto.
“Os móveis novos trouxeram jovialidade à sala, enquanto os adereços acrescentaram um toque vintage, a exemplo da mala Louis Vuitton fixada na parede de betão aparente”, explica o arquiteto.
Entre as obras de arte, ganharam destaque seis fotografias a preto e branco do fotógrafo Mário Cravo Neto (atrás do sofá), uma fotografia a preto e branco do fotógrafo Akira Cravo (por cima do carrinho de chá) e seis desenhos emoldurados da artista Tarsila do Amaral (atrás da poltrona Mole).
“O maior desafio neste projeto foi aproveitar o acervo de móveis e obras de arte do cliente num lugar onde não podíamos fazer nenhuma interferência estrutural, por se tratar de um apartamento alugado. Tivemos que escolher com o cliente as peças que se encaixavam melhor no espaço, considerando ainda as que ele mais gostava. No fim, foram várias as peças de extremo bom gosto que tiveram que ser guardadas”, conclui o arquiteto.