O Design Biofílico foi uma das grandes tendências de 2022 e as plantas invadiram as casas numa tentativa de levar para dentro um pouco de natureza. O arquiteto Ricardo Abreu levou à letra a ideia e transformou um apartamento numa selva urbana.
Projeto: Ricardo Abreu Arquitetos / Fotografias: Renato Navarro / via archdaily
Morar na Avenida Paulista, em São Paulo, significa viver no ponto mais alto de uma das cidades mais importantes da América Latina. A movimentada avenida retrata um estilo de vida contemporâneo e globalizado, ao longo de imponentes edifícios comerciais e residenciais. Entre eles, estão as amplas janelas do Edifício Paulicéia.
Desenhado pelo seu proprietário, o arquitecto Ricardo Abreu, o projeto explora os traços modernos do edifício. Em oposição à envolvente monocromática e densa, o apartamento surpreende ao emoldurar a vista para a avenida com uma grande variedade de vegetação que compõe o projeto. Ao todo, são mais de 50 tipos diferentes de plantas, mas a predominância da cor verde não fica por aqui, o tom marca também as paredes, assim como alguns tecidos, cortinas e móveis.
Ao longo dos 165m2 do apartamento, a mistura de estilos de diferentes movimentos artísticos compõe o projeto. Há elementos neoclássicos, pinturas geométricas e obras de arte contemporânea, que combinam diferentes camadas históricas como uma analogia com a história da cidade.
O apartamento foi também pensado para ser o escritório do arquiteto. As demais salas ganham destaque com pintura geométrica em cores fortes, valorizando as obras de arte.
Os móveis selecionados são assinados por alguns artistas e designers icónicos, como a cadeira Girafa, de Lina Bo Bardi, e peças de Charles Eames. Algumas outras peças contemporâneas são as cadeiras Sentah de Felipe Protti, o sofá Aga II de Brunno Meireles e a cadeira Pantosh de Leonardo Lattavo e Pedro Moog.
Na sala, um biombo feito em estrutura metálica dourada e espelho em bronze abraça o piano junto à vegetação. Entre as obras estão as esculturas Pranto do artista Ricardo Teixeira, a gravura Espaço 4a Dimensão do japonês Yataka Toyota, o óleo sobre tela de Antônio Brasileiro e Fantasia Sertaneja do arquiteto e artista plástico Juracy Dórea, além de fotos do fotógrafo Marcelo Magnani.