Por a 5 Maio 2022

Um regresso aos princípios da construção e a utilização de materiais no seu estado mais puro, levaram a que uma ruína fosse o ponto de partida de uma nova habitação. O desenho arquitetónico pretende incentivar os habitantes a envolverem-se com a envolvente.

Projeto: Furminger / Localização: Austrália / Ano: 2021 / Área: 120 m2 / Fotografia: David Chatfield / descrição enviada pela equipa de projeto, via archdaily

Uma intenção arquitetónica primitiva foi usada para relacionar a construção e a paisagem através da metáfora de uma ruína. O terreno foi compreendido como um grande jardim para acolher as atividades diárias. Pesadas paredes de alvenaria cruzam o terreno, esculpindo jardins públicos e privados, e criando novas entradas em salas através de espaços verdes. A intenção é incentivar os habitantes a se envolverem com o clima, com a paisagem e com a estrutura envolvente.

As paredes do jardim principal envolvem as salas interiores do volume existente, criando uma estrutura que parece não ter vidro nem função. Isso contribuiu para a metáfora, formando uma massa física sólida que encarna a resistência de uma ruína – reduzida ao que dura.

A pesquisa de materiais levou ao uso de elementos como placas em betão pré-fabricado. E através de métodos de construção inovadores, os serviços foram instalados nesses mesmo painéis de betão, incluindo todos os equipamentos hidráulicos e elétricos.

Uma paleta composta por cinco tijolos foi desenvolvida durante a escavação do local. Pedras e areias foram recolhidas e combinadas com acabamentos de alvenaria, relacionando ainda mais o lugar aos materiais de construção.

Mantendo o máximo possível do volume existente, foi desenvolvida uma estratégia para envolver a edificação com uma nova estrutura e manter os espaços centrais dentro da casa. Isso permitiu que a família morasse no local durante a obra, reduzindo também o custo total do projeto.

A organização do programa e os acréscimo feitos de forma cuidadosa permitem que grande parte da casa funcione como uma série de habitações menores, tipo apartamentos, através do uso de entradas separadas, pátios privados e serviços provisórios. Desta forma, permite-se que várias ocupações ocorram. A edificação pode ser usada como uma casa de família, ajustando-se às mudanças à medida que as crianças crescem, à medida que os pais envelhecem, mas também pode acolher residentes não familiares ou oferecer espaços de escritórios ou estúdios independentes.

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