O que ao início era uma intervenção que se desejava simples e rápida, teve um desfecho diferente. Iniciada a obra e encontradas dificuldades imprevisíveis, a dupla Maria Ana Aboim Inglez e Ricardo Aboim Inglez, decidiram transformá-las em oportunidades. O resultado, atesta a capacidade de transformação das tipologias habitacionais populares.
Projeto: Aboim Inglez / Localização: Lisboa / Área: 65 m2 / Fotografia: Ricardo Gonçalves / descrição enviada pelos autores do projeto
A intervenção desejava-se simples, rápida e económica. Trocavam-se uns materiais de revestimentos e executavam-se uns melhoramentos às infraestruturas existentes.
Mas iniciada a obra, constatou-se que tudo era um embuste. Pavimento térreo inexistente, paredes estruturais fragilizadas e no ar. Apesar do pânico, a calamidade transformou-se em oportunidade.
Resolveram-se os problemas construtivos e estruturais. Transformou-se espacialmente a habitação, criando-se novas capacidades. Três espaços intercomunicantes foram criados, dotando de polivalência a vivência procurada – espaços flexíveis sem funções predeterminadas. Na espessura de parede adicionada, definiu-se uma área técnica e instalação sanitária, servindo simultaneamente dois espaços, abrindo-se e transformando-se em passagem de pessoas e luz. A tardoz a construção passou a participar com a Azinhaga – escada e fenestrações.
No final, confirmou-se a enorme capacidade de transformação que as tipologias habitacionais populares possuem, sem com isso se perder o caráter original.
Veja em galeria de imagens, fotografias do apartamento antes da intervenção